Adam SevenO jipe ficou para trás em um curva. A partir dali seriamos vistos de longe. Não foi fácil deixar Bela na beira da estrada. Apesar do meu orgulho por ela ter escapado sozinho, ainda me sinto incomodado por não estar ao lado dela.Rafa caminha ao meu lado. Ele faz sinal a cada alvo localizado. Por fim, entramos no lugar. E nos separamos.Dentro do lugar, dois foram derrubados facilmente. Mas no terceiro fomos vistos e começou o tiroteio. O que dificultou. Aqui dentro não podemos atirar em qualquer um porque não tenho certeza da cara do tal Pajaro, e ele não vai escapar só com uma bala na cabeça.Mas a sorte estava ao meu lado. Ouvi parte de uma conversa e soube quem era o candidato a defunto.Escondidos, enquanto Rafa lidava com um difícil de matar, segui os dois caras até um lugar e quando estavam distraídos, enfiei um punhal no pescoço de um deles.O outro vai para sacar a arma, mas sou mais rápido e atiro em sua mão. Caem pedaços de dedos junto com a arma.Ele olha aquilo
Bela DuboisHoje vamos voltar para casa. Por isso estou aqui novamente, na loja do senhor Geppetto. A pequena Zip está empolgada enquanto o senhor customiza sua xicara em uma salinha. Nós estamos em uma espécie de ala de brinquedos. Ela se encantou com uma boneca de pano com cabelos cacheados.— Prontinho. — O senhor sai da sala com uma mão atrás das costas.Sem soltar a boneca, ela corre até o senhor. Mas para e espera, toda educadinha.— Boa menina! — ele passa a mão nos cabelos dela, que estão em um rabo de cavalo. — Aqui está!A menina saltita de felicidade. Sua xicara agora tem dois olhos e uma boca com sorriso, o nariz é a alça.A coisa mais fofa.— E esse é para você dar de presente a sua mamãe. — Mostra um bule tão sorridente quanto a xicara.Deixo escapar um “oh”.Por fim saímos da loja com a boneca de pano, a xícara, o bule e uma rosa como da minha história favorita, só que é amarela. Logico que eu não poderia deixar ela para trás.Quando chego no quarto da pousada, nossas m
Bela DuboisNão consigo dormir. Os pesadelos com aquele desgraçado ainda estão constantes. Agora que a adrenalina da situação passou fico me perguntando o que poderia ter acontecido se aquele capanga não tivesse atrapalhado. Não suportaria outro homem em mim. Meu corpo pertence a apenas duas pessoas; Adam e eu.Por mais que eu esteja vivendo momentos maravilhosos e virei a madrinha mais coruja, saindo com minha amiga e nosso novo amigo maluquinho, às vezes esses pesadelos ainda me afetam.Olho meu marido grandão dormindo tranquilamente e me levanto.Sem fazer barulho desço até a biblioteca para ler um pouco e ocupar minha mente com coisas boas.Passo os dedos pelos livros, admirando meus amigos de longa data. Foram os livros que acompanharam minha infância, minha adolescência. Foram minhas maiores aventuras, até conhecer Adam Seven, minha fera, meu marido.Toco um de capa preta e fico curiosa. Puxo.É quando acontece. Uma porta secreta se abre. Não penso duas vezes antes de entrar no
Adam Seven— Novos pesadelos? — questiono ao acordar no meio da noite e encontrar Bela sentada na cama, abraçada aos joelhos, sem acender a luz. Faz mais de uma semana que ela diz não ter pesadelos com o sequestro, desde a noite que a encontrei com o livro. Nem falei para ela que Camila e o outro traidor acabaram com tiros na cabeça e que o idiota do Fabiano está nas mãos da nossa família, fazendo tudo para não nos provocar ainda mais a ira. Bela não precisa saber disso. Não nesse momento. Quem sabe um dia...Acendo o abajur e passo a mão acariciando por cima do short do seu pijama de seda preto. Ela sempre dorme com essas coisas, mesmo que eu sempre tire em algum momento da noite. Gosto de tê-la nua, assim como eu, pele na pele.— Não consegui dormir — responde, me olhando. — Acordei e estava tudo escuro, foi quando me dei conta que nunca dormimos com a luz acessa e ainda assim não tive pesadelos com a morte da minha mãe. Você espantou todos eles.— Isso é bom.— A luz quebrada no po
Bela DuboisAnos depois...— Quem são aqueles? — pergunto admirada ao ver melhor os três homens que Adam cumprimentou mais cedo. Um deles eu vi brevemente quando fui visitar Lucas no hospital poucos dias após o sequestro. Por sorte ele está ótimo hoje, pronto para outra, segundo ele.— São os irmãos Wayne. Adrian, Lance e Dominic. São os donos de Nova Iorque. E seus futuros chefes no hospital Wayne. — Ele aponta cada um ao falar o nome.— Hospital? — Não estou sabendo de nenhum hospital fora do país. Ainda nem pensei nos meus próximos passos após a formatura.— Exato, doutora. É o meu presente de formatura para você. Se quiser continuar seus estudos em um ambiente não tão comum e fazer sua especialização fora do Brasil.Levanto a sobrancelha, curiosa pelo jeito que ele falou “não tão comum”. Mas logo o abraço. É o melhor presente que poderia me dar.— Eu adorei. Assim como adoro tudo que vem do meu marido gostoso.— Vamos começar uma nova aventura, apenas nós dois.“Nós três”. Completo
O amor é uma flor amarela Encontrando liberdade na paixão.Bela DuboisTudo saiu melhor do que eu esperava. Jamais imaginei que Cinderela encontraria o amor no baile dos Seven. Fico tão feliz por ela. Meu único objetivo era fugir do casamento e dar a chance dela mesma buscar sua liberdade. Afinal, ela ficaria diante de homens poderosos. Um deles teria que ajudar... E como ajudou.Suspiro me lembrando.Minha amiga brilhava enquanto estávamos passeando pelo shopping e escolhendo livros.Não vejo a hora de chegar em casa e ler os que são da falecida Seven. Pelo quanto minha amiga falou deles, deve ser incrível.Acaricio a capa de um.Quando chegar em casa vou mandar mensagens com as atualizações das minhas leituras. Queria ter redes sociais, mas é melhor não. Vou manter esse celular muito bem escondido do meu pai. Depois que Cinderela tomou meu lugar, ele anda muito insuportável.Por falar nele...— Pai, onde estamos indo? — pergunto quando o carro para diante de um enorme portão de fer
Adam SevenAnos atrás...— Droga! Onde está o livro?Procuro em toda parte na biblioteca, até desistir e ir até a sala de segurança ver as imagens. Alguém tirou do lugar onde coloquei. Não estou louco.É uma surpresa ver o empregado novo colocando o livro dentro do casaco e saindo do castelo com ele.Ainda bem que as câmeras já estão instaladas, ou nunca saberíamos. Estamos há poucos meses aqui nesse castelo.— Vem comigo — chamo um dos seguranças.— Não é melhor avisar seu pai? — ele responde.— Achei que ele pagava vocês para resolver essas coisas. Se não dão conta de um ladrãozinho barato, não podem trabalhar para os Seven.— Vamos pegá-lo, senhor. — O homem literalmente bate continência.Senhor?É engraçado um homem imenso chamar uma criança de dez anos de senhor. Mas não tenho tempo para pensar nisso. Esse livro foi presente da minha mãe e é muito importante para mim.Vamos para o carro e o segurança dirige. Ele segue para o endereço que o livro aponta. É um objeto raro, obvio qu
Adam SevenAcordo com o barulho ao meu redor. Pelo que posso ouvir, meu pai está decidido a matar alguém.— Pai — chamo.Imediatamente se faz um silêncio pesado na sala. Até parece que imaginei as vozes.— Meu filho. — Me viro para o lado e o vejo, assim como minha mãe ao seu lado e meus irmãos dormindo em um sofá. Até mesmo o pequeno Florian.Mamãe leva a mão para tocar meu rosto, mas recolhe. Isso me faz levar a mão ao meu próprio rosto. Está enfaixado.— O que houve? E a bebê? E a mãe? — questiono me agitando.— Calma. Não pode se agitar assim. A mulher morreu. A criança, o pai e o segurança de merda estão no castelo. Ainda não decidi o que fazer com eles. Você se cortou com as porcarias que voaram do carro na explosão e nas costas quando caiu. Se queimou em alguns lugares, mas os cortes são mais graves.Droga! Eu queria ter salvado a mulher.— Não precisa fazer nada se ele devolver o livro.— Meu filho, você quase morreu.— Eu sei, mas foi escolha minha. Eu sabia dos riscos quando