Capítulo 02

Liam Lins

Meu nome é Liam Lins, sou um arquiteto bem sucedido de Nova York, tenho vinte e oito anos e há quatro anos fundei a Lins Arquitetura. Logo depois de decidir que eu não queria, de forma alguma, assumir a empresa do meu pai — a Walker Construções —, uma empresa com grande porte na área de construção, mas que nunca combinou comigo. Meu pai, sem entender o meu lado, ficou furioso e sempre tenta me convencer do contrário, foi por isso que eu saí da casa dele e me mudei para o apartamento que moro hoje. Também foi esse o motivo que me fez usar somente o sobrenome de solteira da minha mãe, algo que deixou o clima ainda mais pesado entre mim e o meu pai.

Nem sempre fui filho único, mas isso não vem ao caso agora. Mas isso explica a grande insistência para que eu fique com a empresa, já que metade das ações são da minha ex noiva, Madison Pierce, para que ela não fique com tudo. Ele odiaria ver tudo o que construiu nas mãos de outra pessoa.

Eu e a senhorita Pierce nos conhecemos desde criança. Nossas mães sempre fizeram de tudo para que desse certo — e até que deu — por longos cinco anos. Mas a Madison queria se casar, mas não um casamento por conveniência ou de aparência. Ela queria que eu a amasse como ela me amava, e não foi bem isso que aconteceu. Logo após, em um belo dia, ela simplesmente surtou e disse que estava indo embora, e eu concordei apenas, o que fez-a sair de si, vamos dizer.

E se tem uma coisa que eu odeio é escândalos. Eu simplesmente deixei a Madison falando sozinha e sai. Já ela, fez as malas e viajou para a Califórnia. Com isso, achei que os meus problemas estavam resolvidos, mas enganado estava eu, a Madison simplesmente arrumou outro noivo e agora vai se casar com ele, não que eu ligue pra isso já que não sinto nada além de  afeto por ela.

O problema é que a Madison pode simplesmente colocar esse noivo como presidente da empresa e os meus pais não estão felizes com isso, e por um lado isso também me incomoda, não podemos deixar um estranho comandar uma empresa qualificada como a Walker Construções.

Santiago Carter é meu melhor amigo desde criança, ele também cresceu comigo e com a Madison. Seus pais hoje são divorciados o que fez dele o meio termo entre os dois, Santiago seguiu no caminho da advocacia e hoje é o advogado da minha empresa e também um dos melhores que eu já conheci, o único problema é que desde que lhe disse sobre a Madison ele insiste em dizer que eu estou sofrendo por ela, e não é só pela empresa como eu disse, tentei de todas as formas levá-lo para casa já que ele chegou no meu escritório bêbado mas falhei miseravelmente, e acabei sendo arrastado por ele até um bar no centro da cidade, a moça que nos atendeu me chamou a atenção, nunca vi mais linda, de cabelos castanhos escuros, ela tinha um sorriso deslumbrante, cada parte do corpo dela parecia ter sido desenhada a mão, a pele branca que com certeza seria macia feito seda.

Porém, atentei-me a não olhar muito já que a própria debochou quando o meu digníssimo amigo me humilhou em sua frente. Quando finalmente, consegui arrastar Santiago dali até meu carro fiquei aliviado, não via a hora de estar na minha cama, tem coisas que não valem mais a pena.

— Você me deve uma Santiago. — Questionei assim que consegui colocar ele dentro do carro.

— Você viu aquela moça do bar? — Perguntou enquanto olhava a porta do estabelecimento, vendo a mesma sair sozinha.

— O que tem demais naquela garota?

— Você reparou em como ela é bonita? Arrisco-me dizer que ela é mais atraente que a própria Madison. — O olho pensativo.

— A bebida realmente não está te fazendo bem meu amigo. — Digo-lhe rindo enquanto coloco a chave na ignição mas concordando mentalmente com o que acabou de dizer.

— E se você a contratasse para fazer ciúme em Madison? Ela se sentiria arrependida e logo voltaria para os seus braços. — Penso nessa possibilidade por um segundo, e imagino que a Madison iria surtar, mas descarto qualquer possibilidade de tal ideia.

—  Não vou ouvir conselhos de alguém embriagado Santiago, tente amanhã. — Ligo o carro, e saio logo em seguida.

— Acho que não seria uma boa ideia fazer de uma simples garçonete a noiva de fachada do senhor Liam Lins, o que pensaria a imprensa se a verdade viesse à tona? — Santiago diz, assim que eu paro em frente ao seu prédio.

— Está debochando da moça por ela ser uma garçonete? — Pergunto tentando manter a calma.

— A sua família não aceitaria aquela mulher entre eles, mas não descarto a ideia de fazê-la sua noiva de fachada. — Repete a ideia maluca.

— Você acha que ela aceitaria? — Pergunto. 

— Por favor, no mundo atual as pessoas se matam por dinheiro, arrisco-me dizer que aquela mulher não tenha nem onde cair morta.

— Não fale assim, Santiago. — Ele desce do carro se equilibrando no mesmo.

— Obrigado por hoje Liam. — Ele fecha a porta e eu saio dali.

                    

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