Capítulo 04

Liam Lins

Ainda não estou acreditando que Santiago colocou essa ideia maluca na minha cabeça, não que a moça não seja bonita, porque ela é exuberante! Porém a senhorita Evans não deve ter os mesmos costumes que a Madison o que pode complicá-la em certas situações.

— É aí como foi lá dentro? — Santiago pergunta, assim que entro no carro.

— Ela meio que já aceitou. 

— Isso não é nenhum milagre, aquela garota tem cara que gosta muito de homens como você. — Rebate.

— Não julgue Santiago, a moça parece ser bem honesta e necessitada.

— Só não se deixe levar por aquela carinha bonita meu amigo e não esqueça de fazer um contrato bem feito, não podemos confiar em estranhos. — Avisou.

— Claro, um contrato. — Indaguei. 

Depois de deixar Santiago em sua casa eu vou direto para a minha, normalmente meus dias começam às seis e terminam às onze já que sempre faço alguma atividade física todos os dias antes de ir trabalhar, isso ajuda a manter meu físico.

Eu sou um cara extremamente organizado, então tudo que estiver fora do lugar me tira do sério, se não estiver perfeito para mim não basta, por isso moro sozinho, logo também sou eu que faço as minhas refeições de modo que eu consiga administrar melhor o meu corpo, não como doces desde que me formei, sou vegetariano então meu cardápio é seletivo.

Assim que chego em casa tomo um banho relaxante e vou direto pra cama, não costumo ser muito ligado a redes sociais então dificilmente pego muito no celular antes de dormir.

Levanto às seis como todos os dias, vou direto pro chuveiro para acordar debaixo daquela água gelada, coloco minha roupa de treino, os sapatos e saio de casa para correr no parque.

Depois de quarenta minutos correndo, faço quinze de agachamentos e volto pra casa, preparo meu café da manhã e tomo outro banho, dessa vez me arrumo pro trabalho.

Normalmente quando eu chego no escritório todo mundo já está no seu devido lugar cuidando de suas obrigações, odeio ver desordem da parte deles, uma tabela sem uma vírgula seria um grande insulto já que eu não pago tampouco a eles. 

A minha sala fica no segundo andar mas não me sinto à vontade lá, porque não consigo ver os meus funcionários, então eu fico na sala de reuniões, que é do lado de onde eles ficam, as portas são pivotantes de metal, então quando eu não quero vê-los eu só fecho, mas quando quero bom, já está claro.

Assim que chego,  entro vendo todos sentados de cabeça baixa, passo reto para minha sala.

— Bom dia senhor Liam, espero que esteja bem. — Disse Charlotte, minha secretária entrando na minha sala sem ao menos bater.

— Charlotte, quando foi que eu a mandei entrar?  — Ela me olha assustada.

— Desculpa senhor, achei que você já queria olhar os gráficos nesse momento.

— Quando entrar aqui denovo, faça o favor de bater na porta, estamos entendidos? — Ela balança a cabeça pra cima e pra baixo.

— Não irá mais acontecer, com licença senhor. — Fala saindo da minha sala.

— CHARLOTTE. — Chamo

— Sim senhor Liam. — Responde na mesma hora.

— Traga-me os gráficos e não me interrompa até terminar.

— Como quiser, senhor Liam. — Ela sai apressada mais uma vez.

Antes que ela me traga os gráficos, faço um pequeno contrato de dez folhas para a senhorita Evans, tudo que pus aqui é de total importância para mim e para a Lins Arquitetura, preciso zelar pela reputação do que construí e não vou confiar em uma barmaid que conheci ontem como disse Santiago.

Toda vez que me sento nessa cadeira é como se eu esquecesse que existe uma vida lá fora, talvez seja por isso que a Madison desistiu do nosso relacionamento, mas mal sabe ela que trabalho é a coisa mais importante na vida.

— Senhor Liam, sinto muito em incomodá-lo, mas tem uma moça querendo lhe ver. — Disse Charlotte quase num cochicho.

— Porque está falando tão baixo?

— Pra não atrapalhar o chefe. — Disse sincera.

— Charlotte eu sou o chefe. — Falei aos nervos e ela pulou de susto aumentando a voz.

— Perdoe-me senhor e a força do hábito.

— Mande a moça entrar Charlotte. — Indaguei e ela se foi, mas não demora a voltar.

— Senhor Lins, a senhorita Evans está aqui. — A Mia entra e as duas ficam em pé, mas não a olho no mesmo momento.

— Charlotte. — Digo respirando fundo.

— Sim senhor Lins. — Responde sorrindo.

— Você já pode sair daqui. — Ela percebe a minha indagação.

— Ah, certo me perdoe. — Sai fechando a porta da sala.

— É sempre tão carinhoso assim com seus funcionários? — Pergunta Mia, em tom irônico.

— Normalmente sim. — Dá de ombros. — Sente para resolvermos nossos assuntos, aqui está o contrato que será necessário a assinatura da senhorita. — Falo entregando-a o mesmo.

— Aqui está escrito que eu não posso dizer sobre o contrato a ninguém, por qual motivo? — Questionou.

— Creio que se isso vazar na imprensa teremos muito trabalho, então é melhor deixarmos tudo entre nós. — Ela me olhou confusa.

— Como vou dizer a minha tia que estou noiva assim sem mais nem menos? — Perguntou. — Você também colocou que eu nunca poderei negar qualquer compromisso envolvendo a empresa, e que terei que sempre falar com seus pais. — Reclama.

— Essa parte é muito importante, a minha mãe não é fácil. — Falei. — Qualquer descumprimento deste contrato terá grandes consequências. — Ela abaixa a cabeça e volta a ler.

—  A noiva sempre obedecerá todas as vontades do noivo, inclusive escolher roupas no shopping e experimentá-las com prazer. O que tem de errado com as minhas roupas? — Indagou.

— Não me leve a mal. Mas essas vestimentas não estão adequadas para a Lins Arquitetura. — Ela virou os olhos e eu a olhei surpreso. — Você virou os olhos para mim, senhorita Evans?

— Sim, tem alguma coisa no contrato falando sobre isso?

— Creio que não. — Respondo.

— Acho que isso é tudo senhor Lins, mas tenho uma coisa pra colocar no contrato. — Ouço atentamente. — Você nunca poderá tocar em mim sem qualquer autorização da minha parte e nunca pode voltar atrás sobre o que foi prometido aqui neste contrato, porém eu preciso contar sobre ele a minha amiga Penélope, ela é minha melhor amiga e irá saber de primeira que isso é uma farsa. — Confessou.

— Está certo Mia. — Afirmei.

— Quanto tempo isso irá durar? — Perguntou.

— Quatro meses, ou menos se a Madison for esperta.

— Espero mesmo que ela seja. — Sorriu irônica, estou sentindo que essa menina vai tirar de mim a paciência que eu não tenho.

— Pronto já está assinado, agora é sua vez. — Também assinei o contrato em sua frente, estendi minha mão em sua direção e ela riu, mas me comprimentou.

— Isso passará tão rápido que você nem verá Mia.

— Quem dera. — Suspirou.

— Espero que você tenha lido no contrato que não poderá mais ser barmaid naquele bar.

— É o meu trabalho Liam, não posso sair assim. — Disse brava.

— Agora é Liam? — Disse rindo.

— Se agora nós somos noivos, acho que é o mais óbvio. — Falou direta, então abri a gaveta da mesa e peguei um cartão de débito e a entreguei.

— O que é isso? — Perguntou curiosa levantando uma de suas sobrancelhas. 

— Você precisa de um anel de noivado, então você vai comprar um, não tenho tempo pra isso. 

— Ah claro, e como teria senhor Lins. — Respondeu irônica e saiu da minha sala.

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