A Barmen e o Ceo Arrogante
A Barmen e o Ceo Arrogante
Por: Mirelle Silva
Capítulo 01

                              

Eu era uma criança feliz, mesmo com todas as dificuldades ao meu redor. Não digo relacionado ao dinheiro, já que a família da minha mãe, da minha avó, para ser mais específica tinha dinheiro de forma razoável. Ela mora em Stamford e é dona de uma enorme fazenda, sempre teve uma vida razoavelmente boa com toda a herança que o meu avô a deixou. Sempre amei os cavalos de lá. 

Todos os membros da nossa família se davam bem, até  acontecer o acidente dos meus pais. Estava em Stamford com a minha avó, passando meus últimos dias das férias escolares, então eu liguei para os meus pais, insistindo que eles me buscassem naquela noite, que estava fria e chuvosa. Minha vó, por outro lado, insistiu que eles ficassem em um hotel ainda na estrada, por causa da tempestade. Eles obedeceram. Por causa dela, eles ficaram lá, e eu não sei dizer se foi apenas coincidência ou obra do destino, só sei que doeu do mesmo jeito, saber que eles morreram esmagados por uma parede que foi mal arquitetada em um quarto de hotel, e por conta da tempestade a mesma desabou, e várias outras pessoas também morreram naquela triste noite, agora eles estavam longe de mim. Por culpa minha… ou talvez grande parte da minha avó.

Foi assim que a minha história começou, e desde esse trágico dia eu moro com a minha tia Amélia em Nova York. Ela  é filha da minha avó, porém elas também não se dão bem depois do acidente. Nós sempre fomos unidas, e ficamos ainda mais, já que agora ela seria a minha única família. A minha mãe tinha uma pequena e charmosa cafeteria no centro da cidade, que ficou para a minha tia e foi graças a ela que nós duas sobrevivemos até que eu cresci e consegui o meu primeiro emprego.

Mia Evans

                

— Mia, pode me cobrir hoje a noite? — A penny me pergunta, eufórica. 

— Claro, Penny, estou mesmo precisando de mais grana — Respondo em um tom simpático e a mesma me encara em resposta.

— E a sua tia? — Ela não fez questão de esconder o seu semblante preocupado.

— Ela vai receber os resultados dos exames amanhã — Suspiro triste.

— Vai dar tudo certo, eu cubro você amanhã. — Sugere e eu sorrio fraco. — Vou indo nessa, obrigada, te amo e se o Charles aparecer, diga que mandei ele se foder — Charles era nosso chefe rabugento.

— Até parece. — Falo rindo, e ela sai rebolando e eu continuei ali, trabalhando.

Bom agora vou apresentar-me, sou a Mia Evans, tenho vinte e três anos e moro na periferia de nova York desde que me entendo por gente, fui criada pela minha tia, a Amélia. 

Minha tia largou tudo para cuidar de mim, quando os meus pais se foram, nunca vou conseguir retribuir tudo que ela fez por mim por todos esses anos, mas hoje não estamos em um bom momento.

A dois meses atrás minha vida estava ótima, talvez não tão bem assim mas pra mim, era um verdadeiro conto de fadas, finalmente depois de anos tentando, consegui a metade da minha bolsa de estudos por uma empresa qualquer que não me vem o nome nesse momento, a tão sonhada faculdade de arquitetura e paisagismo, eu só precisava me esforçar em algum trabalho pra pagar o restante, mas aí o grande baque veio, a Amélia, minha querida tia adoeceu, ela estava fraca, ficou internada durante vários dias, vi o sorriso do rosto dela sumir aos poucos, e parte de mim também estava morrendo com ela, os médicos não falaram nada pra gente mais eu já esperava o que estava por vir, e amanhã será o grande dia, bom, pra mim no caso, o pior dia.

Trabalho em um bar chique de Nova York graças a minha amiga, que me indicou, Penny vem de Penélope, eu e ela somos amigas desde sempre, e moramos no mesmo bairro, o que me ajuda já que na real não gosto desse trabalho, na maioria das vezes eu só atendo velhos ricos que se acham os donos do mundo, e vejo mulheres se oferecendo pra homens como se fosse uma carne barata de um açougue prestes a ser comprada.

A Penny é muito diferente de mim, e acho que por isso, a gente combinou tanto, se fôssemos iguais o mundo não aguentaria, minha amiga sempre que pode se j**a nos braços de alguns clientes do bar, quando o rabugento do nosso chefe, não está por perto, e eu sempre reclamo, mas quem disse que essa cabeça de vento me ouve? Não mesmo.

Hoje a sem vergonha me deixou sozinha pra ir num encontro, dessa vez ela não o conheceu no bar e sim num aplicativo de namoro.

Ai Penny, não sei o que é pior!

O bar hoje estava bem vazio, o que significava que eu podia ir embora mais cedo, só não dou pulinhos porque o Charles está andando pelo bar.

— Mia, onde está a Penélope? — Pergunta me olhando furioso.

— Ela teve uma emergência e precisou sair. — Falo esperando ele acreditar.

— E a terceira vez só essa semana Mia? — Questiona, ainda furioso.

— Não se preocupe, eu prometo dar conta de tudo. — Falo sorrindo tentando não rir da cara de cu dele. 

— Acho bom, odiaria mandar sua amiga pro olho da rua. — Engulo em seco, já que a minha verdadeira vontade era de mandar ele se foder como a Penny disse, mas infelizmente pobre não tem um dia de paz não é mesmo? Se antes eu precisava desse emprego agora eu preciso ainda mais.

— Certo senhor Charles. — Ele me olha com indiferença e somente quando saí do bar que eu respiro aliviada.

A noite andava bem, graças a Deus, os outros garçons já estavam saindo, e eu como sempre serei a última da noite a ir embora, tudo por culpa da minha lerdeza que não me deixou fazer tudo mais rápido.

E quando finalmente eu vi tudo arrumado, me posicionei para que pudesse tirar o avental, vi aqueles dois indivíduos entrando no bar, bufei de ódio mais logo mantive meu profissionalismo, um dos homens era muito bonito, arrisco-me a dizer que nunca vi um homem tão elegante assim de terno na cor cinza, ele era meio loiro, não espera, acho que está mais pra um castanho claro e os olhos castanhos também, a pele branca, a barba bem feita, e um físico excepcional.

Enquanto o outro por outro lado não chamava tanta atenção, mas não o chamaria de feio, pelo contrário, ele também tinha um físico bom, também usava terno, só que na cor preta. Eles olham pro lado, e percebem que o bar já não tinha clientes.

— Vamos embora Santiago, não vê que já está fechando — O de terno cinza diz, e eu agradeço mentalmente.

— Relaxe amigo, você precisa de uma dose para se sentir melhor. — O de terno preto diz, e eles caminham na minha direção, quer dizer na direção do balcão. — Pode me servir duas doses de tequila? Bom, acho melhor uma garrafa.

— Claro senhor. — Me viro pra pegar a garrafa e sinto o peso dos olhares, a única parte boa nisso tudo é que eles parecem ricos, uma gorjeta gorda não seria má ideia, já me ajudaria no táxi amanhã para voltar do médico. — Aqui está. — Digo colocando a tequila nos copos, o homem de terno cinza me parece bem abatido ou talvez entediado, diferente do outro que está quase sorrindo sozinho.

— Como é o seu nome, minha cara senhorita? — O homem de terno preto pergunta me olhando sedutoramente.

— Mia. — Falo sem muitos rodeios, não gosto de sorrir aqui, a maioria acha que estamos nos oferecendo, a Penny sempre faz isso então eu evito.

— Muito prazer Mia, meu nome é Santiago e esse é o meu amigo Liam. — Ele me olha rápido, mas não diz nada. — Não ligue pra ele, ele acabou de saber que a sua ex noiva vai se casar. — Diz sarcástico e eu acabo soltando uma risada, logo o tal Liam me fuzila com seu olhar furioso.

— Não ligue pra ele Mia, eu também rir quando soube. — Não respondo, só saio dali indo pra outro canto do balcão, não quero ficar de frente pra esses dois, o tal Liam nem toca na bebida, enquanto o Santiago seca toda a garrafa em minutos.

— Por Dios Santiago, vamos embora, você sabe que isso não tem nenhum significado para mim.

— Meu amigo eu juro que queria ser essa rocha igual você é — Eu observava tudo, mesmo não olhando diretamente para eles.

— Senhorita. — Ele me chama. — A conta por favor. — Anoto o valor e coloco em cima do balcão. — Pode ficar com o troco. — Disse simples, mas com ar de superioridade, e como eu pensei, ele é um mala. 

Terminei de arrumar o resto e saí dali às pressas, já que estava bem tarde.

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