Ao final do expediente, eu e Rosana íamos saindo, quando o interfone tocou. — Doutora Bella pode ficar mais um pouco, por favor? Eu olhei preocupada para Rosana. — Ai meu Deus! Rosana, o que eu fiz de errado? Rosana deu de ombros e tentou me tranquilizar sorridente. — Nada, Boba! Deve ser essa tal causa que está deixando ele ansioso! Quando ele pega um caso assim, sai de baixo! Eu respirei fundo e me inclinei para responder no interfone: — Tudo bem, doutor! Rosana saiu sorrindo, me acenando. Eu deixei minha bolsa novamente pendurada no encosto da minha cadeira e fui na direção da sala do meu chefe. Entrei muito tensa e o avisei sentado à mesa, olhando fixamente para a porta. Ele sorriu ao me ver. — Com licença, doutor! — Sente-se! Eu obedeci e ele ficou falando com um olhar misterioso. — Te atrapalho, Bella? Você estava de saída! — Não, doutor, claro que não! Maximiliano descansou o corpo, relaxa
Chegamos ao salão e começamos a dançar, timidamente. Maximiliano segurava a minha cintura e eu segurava o seu tórax com uma mão, enquanto outra alcançava a sua nunca. Dançavamos de rostos colados. Eu estava sem jeito, mas procurava pensar que aquilo não era um momento mágico, mas apenas um trabalho. Maximiliano se inclinou ainda mais para falar ao meu ouvido: — Aproveite para observar tudo à sua volta! Aqui o cenário é rico! Eu assenti, agradecida. Tudo era novo para mim, eu era mais velha, mas tinha o mesmo instinto de menina sonhadora que um dia teve seus sonhos roubados. — Quando terminar de dançar, você vai descrever tudo o que percebeu em atitudes que reportam a um crime racial. Eu fiquei boquiaberta e me afastei para olhar o meu chefe. Ele sorria, se divertindo. — Sério? Vou ver coisas assim, aqui? — Exatamente, é só ficar atenta! Dançamos um pouco e depois voltamos à nossa mesa. — E então?— ele falou como um professor, fazendo
Maximiliano ficou esperando o amigo descer do carro. — Maximiliano, que surpresa!— Alex disse estendendo a sua não . Maximiliano olhou para a mulher e a cumprimentou cordialmente: — Doutora Lívia! Prazer em vê-la! — Somos amigos de longa data!— Alex disse sem jeito. A mulher sorriu e retrucou maliciosa: — Nem tanto, doutor! Alex fechou o semblante e puxou a colega pela mão. — Vamos entrar! O casal saiu na frente e Maximiliano os seguiu curioso. Depois de se sentar novamente a mesa em que estava o filho, ele comentou: — O ex da Bella está aqui com a doutora Lívia, a promotora! Eduardo olhou em volta curioso. — Onde? Bella precisa ver isso, pai! Maximiliano discordou. — E para quê? Se eles se separaram é natural que isso aconteça! Eduardo voltou com o corpo na direção do pai. — Ao menos ela o esquece mais rápido! Estou pensando nisso, o senhor não? — Isso não é problema nosso! — Claro que é, pois nós estamos interessados nela! Enquanto isso, Al
Alex assustou-se e levantou-se da cadeira olhando na minha direção. — Bella! Meu Deus! Eu não o vi a princípio. Só quando me sentei, fiquei de frente para ele. — Alex!— exclamei desmanchando o sorriso. Eduardo virou-se para olhar na direção dos meus olhos e fingiu surpresa. — Conhece o meritíssimo? — Bem, eu… — Fiquei inquieta. Eduardo insistiu. — Claro, a senhora tem o sobrenome dele, agora entendo, é a esposa do meritíssimo? Eu fechei o semblante. — Ex esposa, doutor Eduardo! Ele até já está aproveitando bem a solteirice! Maximiliano tentou aliviar. — São só colegas de trabalho, Bella! Uma é juíza e a outra promotora! Eu me alterei. — Não tente defendê-lo, doutor! Ele simplesmente voltou a ser o que foi no passado! — Eu nunca ouvi falar desse lado do meritíssimo!— Maximiliano ainda argumentou. — Pois eu já!— Eduardo entrou na conversa. Maximiliano olhou para o filho, o reprovando. — O pai dele, Edu! Ele
Eu também fui levada à força por Alex, e ia me queixando pelo caminho: — Você não tinha o direito de me trazer daquele jeito! Você é um bruto! Eu não cheguei lá com você! Você estava bem acompanhado, aliás! Alex parou o carro bruscamente no acostamento da marginal. Eu comecei a falar sem parar: — O quê? Por que parou aqui? Ficou louco? Isso é no mínimo insano! Ele veio para cima de mim sem me dar ouvidos e me beijou intensamente. Eu fiquei me debatendo por um tempo, mas o fogo contido me venceu. — Não…— eu supliquei quando ele levantou minha saia, sem delicadeza. — Alex! Não faça isso!— Nesse momento, ele já puxava minha peça íntima para baixo. Ele me beijou novamente para silenciar os meus protestos e terminou de me despir. Ele me soltou e eu senti frio. Estava escuro, mas eu sentia meu corpo nu, ardendo de desejo. Alex se despia desesperado, e louquecido. A respiração ofegante se confundia com a minha. Eu fiquei impaciente, já não raciocinava mais. Eu queria a
Ele veio com tudo e me arrancou das mãos do Marcello, já falando alterado: — Eu vou falar só mais esta vez, deixe a minha mulher em paz! Desde que você ainda era um moleque eu te avisei para ficar longe dela! Marcello me puxou violentamente discordando do Alex. — Agora ela é minha, porque você não soube cuidar!— ele quase gritou. Alex olhou para mim e eu neguei, claro! Ele então me puxou novamente para junto dele. Eu parecia uma boneca! Alex segurou firme na minha cintura e me pressionou contra o corpo dele, falando aos gritos: — Ela é minha, e nem você, ou qualquer outra pessoa será capaz de tirá-la de mim! Marcello o enfrentou. — E você vai fazer o que? Matar todos os homens do mundo que a desejar? Você é um ogro mesmo! Eu baixei a cabeça e fiquei quietinha, encostada naquele corpo quente que há pouco me deu tanto prazer. Marcello me olhou indignado. — Eu só não entendo como você, Bella, pode ter-se apaixonado por um tipo desse!
Alex chegou em casa, todo animado, pensando que não teria recepção. Andradas e a mulher estavam lhe esperando para jantar. Ele parou e olhou desconfiado, pois sabia que as roupas amassadas ainda lhe denunciavam. — Boa noite! Me esperam para o jantar ainda, a essa hora? Apesar dele estar sendo engraçadinho, os pais se mantinham sérios. Andrada já se levantou da mesa, falando alterado: — Acha mesmo que pode simplesmente fazer a volta e cometer todos os seus erros novamente? Acha que vai se safar do mesmo jeito de antes? Alex não respondeu, se dirigiu a mesa, cabisbaixo. — Você não é mais um adolescente, Alex! Você tem três filhos! Que exemplo você tem a dar para eles?— Andradas insistiu, caminhando atrás do filho. Alex sentou-se soltando o ar pela boca, impaciente. Andradas lhe apontava o dedo, totalmente descontrolado. — Se você estiver saindo com várias mulheres, nunca vai ter a sua mulher de volta, e vai se tornar um homem
Ele se aproximou sorrindo e parou segurando as costas da minha cadeira. Rosana estava boquiaberta. — Este é Alex, Rosana! O Alex é pai dos meus filhos! Ele sorriu e cumprimentou gentilmente a minha amiga, inclinando a cabeça. — Posso almoçar com vocês? Eu fiquei atrapalhada, não mais que a Rosana. — Alex, pode, mas esse não é um restaurante fino, desses que você costuma frequentar! Ele sentou-se olhando em volta, procurando um garçom. O rapaz veio prontamente. — Quero um bom vinho! Qual você me sugere? O rapaz ficou sem graça e sugeriu outra bebida. — Senhor, eu tenho cervejas, Rum e… O rapaz virou-se para apontar uma prateleiras atrás do balcão, onde tinha algumas garrafas de vinho, mas eram mais populares. Eu e Rosana seguramos o riso. Alex olhou para os nossos copos e decidiu: — Está bem, quero um suco de laranja, igual ao delas! O rapaz saiu apressado e voltou com o cardápio. Alex nos olhou confuso. — O