Eu engoli em seco, quase fraquejei, mas me contive. — É isso mesmo! Eu já perdi muito tempo com você! Agora que tive a sorte de conseguir esse emprego, graças a Deus, não vou deixar que me prejudique! Alex começou a falar, apertando os olhos, visivelmente emocionados: — Está certo, Bella. Me desculpe, eu não vou mais procurá-la! Eu imagino que foi tão difícil alguém lhe dar essa oportunidade, não seria eu a estragar tudo, não é mesmo? — Exatamente!— respondi erguendo o queixo. Alex ia saindo e voltou de repente, quase me flagrando entristecida. Na hora eu disfarcei! — Ah, se não se importar, eu gostaria de levar as crianças esse fim de semana! — Claro! Sim, claro!— eu estava baratinada. Ele me olhou profundamente nos meus olhos e disse-me sério: — Aconteça o que acontecer, por favor, não deixe de me amar! Eu fiquei boquiaberta, meus olhos encheram-se de lágrimas. “Como seria possível te esquecer?” — Isso foi o que pensei, mas o que eu dis
Eu fiquei boquiaberta. Nem em sonho, eu imaginava que o meu chefe teria essa coragem. Nesse momento, sem bater, Eduardo entrou e percebeu o clima. — Tudo bem? Atrapalho alguma coisa. — Não senhor!— eu disse antes de sair correndo. Rosana se assustou ao me ver. — Menina, o que aconteceu? Por que está com essa cara? Foi por causa do doutor Eduardo? Eu nem tive tempo de anunciá-lo! Agora ele deu para entrar na sala do pai sem avisar! Eu me sentei tentando controlar a respiração e Rosana continuou tagarelando: — Sei não, viu Bella, mas eu acho que ele está apaixonado por você! Ele olhou aqui e não te viu, foi logo entrando! — Acha mesmo isso possível?— eu indaguei me virando alterada. Rosana se surpreendeu com a minha reação. — Calma, Bella! Se isso for verdade, ele não tem culpa! Essas coisas acontecem! Eu voltei a ficar na posição anterior pensando, qual seria a reação da minha colega se lhe contasse a verdade? — Você é uma mulher b
Eu cheguei em casa, agitada e a minha mãe me seguiu até o quarto. — Bella! Minha filha, que agitação é essa! Até as crianças perceberam! — Mãe! Eu preciso tanto desse emprego, mãe!— eu disse, quase chorando. — O que aconteceu? Por que está assim? Se ficar desempregada, você sabe que o juiz não vai lhe deixar faltar nada! Eu entrei no banheiro me despindo, falando nervosa. — Mãe, eu não quero depender do Alex, mãe! Eu estudei, eu preciso desse emprego! Dona Esther foi até a porta do banheiro. — Relaxe filha, qualquer coisa volte para o seu marido. Eu tenho certeza que ele ainda lhe quer! Eu saí do box para retrucar: — Está me mandando embora daqui? Quer trazer o pai do Marcello para cá, é isso? Minha mãe saiu resmungando: — Ele vai ter que sair da casa, vão colocá-la à venda! — Por que ele não vai morar com o filho?— eu questionei voltando para o chuveiro. Minha mãe voltou falando: — Porque ele gosta daqui. Ele não quer sair
Eu obedeci e Maximiliano virou-se para falar, ele estava muito próximo, por isso eu me mantive cabisbaixa. — Bella, me perdoe, eu não devia ter me declarado daquele jeito. Eu sei que te assustei. Eu assenti apenas, pressionando as mãos no meu colo. — Você é uma ótima funcionária e não quero perdê-la de forma alguma! Eu me virei sorrindo, com os olhos brilhando de satisfação. Eu precisava tanto saber que não havia perdido aquela oportunidade de emprego! — Me desculpe também, doutor Maximiliano, eu não devia ter saído correndo daquele jeito! Ele ficou me olhando, encantado com o meu jeito espevitado, gesticulando muito. Eu fiquei tagarelando sem parar: — Eu sei que devia me sentir lisonjeada, mas é que o senhor sabe, eu acabei de sair de uma relação complicada e… Ele me interrompeu segurando o meu rosto, olhando para a minha boca, enquanto falava baixinho: — Tudo bem, Bella! Fica calma, está tudo bem! Eu te entendo perfeitamente. Eu fiquei
— Siga-me!— Eduardo ordenou, entrando no seu carro. Eu entrei no meu e o segui. Ele parou num restaurante sofisticado, mas discreto. Deixamos as chaves de nossos carros com o manobrista, e nos dirigimos para o interior do estabelecimento. Fomos conduzidos até uma mesa de canto. Eduardo me olhava sério, misterioso. Ele puxou a cadeira para eu sentar, depois foi sentar-se de frente para mim. — Muito bem, doutora Isabella Schmidt Andradas! Engoli em seco. Eu sabia que o assunto era sério, pois se falou meu nome completo! Eu fiquei sem jeito, à espera de um sermão. Eu não sabia exatamente qual seria o assunto, mas claro que se tratava do doutor Maximiliano. — Pode falar, doutor Eduardo. Ele correu os olhos pelo teto e disse gentilmente. — Aqui, fora da empresa, pode me chamar só de Eduardo! — Sim, claro! Eduardo achou graça da minha contenção. — Bella, se solte! Você não é assim aqui fora, é? Não pode ser tão certinha vin
Eu fiquei assustada de verdade. Sacudi a mão que me segurava e corri para o estacionamento. — Meu carro, por favor, logo! — eu disse para o manobrista. — Claro, senhora! Calma, eu estou indo! Eduardo vinha atrás de mim, mas eu não queria conversar. — Não quero falar agora, doutor! Me deixe ir, por favor!— eu lhe disse nervosa. — Por favor, Bella, não vá assim! Me desculpe, eu não queria te assustar. Meu carro chegou, e eu entrei nele correndo. Eduardo ficou desolado. Jogou os cabelos para trás e voltou para pagar a conta. Eu cheguei em casa desesperada. Dessa vez não corri para o meu quarto, como fiz na última vez, pelo contrário, procurei o aconchego dos meus filhos. — Eu preciso de vocês! As coisas não têm sido fáceis para mim! Por favor me abracem! Eu disse isso e me ajoelhei quase chorando. Todos vieram me abraçar, até o Filippo! A minha mãe me olhou surpresa e também acabou por vir me abraçar. A minha família est
Ele veio na minha direção e parecia preocupado. — Seja o que for que o meu filho tenha lhe feito, eu lhe peço desculpas!— ele disse com os olhos brilhando de emoção. Eu olhei boquiaberta e Maximiliano segurou minhas mãos, que eu acabei de tirar as luvas de limpeza delas. — Eu estava fazendo faxina, senhor!— eu disse sem jeito. — Não importa!— ele disse sorrindo, acariciando as minhas mãos. Eu lhe sorri e ele soltou as minhas mãos, para me acompanhar para dentro de casa. — Como conseguiu entrar no condomínio, sem ser anunciado?— Eu fiquei curiosa. Maximiliano sorriu simpático. — Eu tenho os meus métodos. Não costumo fazer muito isso, mas sempre dá certo! É só parecer confiável, mas apressado para uma visita já esperada pelo cliente! Eu fiquei satisfeita com a sua resposta, enquanto a minha mãe, não se cansava de admirar a elegância da visita. Maximiliano estava bem à vontade, olhando em volta da sala. — Sente-se doutor, por favo
Eu fiquei atenta ao que o meu chefe tinha para me falar, mas fui surpreendida pela chegada da nossa cliente. Antonieta era uma negra linda! Alta, magra, cabelos cacheados, olhos pretos, bem expressivos. Ela podia ter cerca de trinta anos. Antonieta era casada com um alemão de quarenta anos, muito rico, por sinal! Ela se aproximou e Maximiliano levantou-se rapidamente. — Antonieta! Que prazer! Esta é a doutora Isabella Schmidt! A mulher me olhou séria, de rabo de olho, talvez por eu ser loira e ter olhos azuis, mas Maximiano percebeu e procurou ajudar nesse sentido. — Antonieta, a doutora Isabella se interessou pelo seu caso e vai me ajudar, ela detesta preconceitos! Ela é como eu, por isso nos damos tão bem! — Que bom, fico feliz com isso!— Antonieta disse me examinando. Ela se sentou na cadeira em que Maximiliano puxou para ela e me olhou desconfiada ainda. O garçom lhe trouxe vinho, então ela foi se soltando aos poucos.