Eu cheguei em casa, agitada e a minha mãe me seguiu até o quarto. — Bella! Minha filha, que agitação é essa! Até as crianças perceberam! — Mãe! Eu preciso tanto desse emprego, mãe!— eu disse, quase chorando. — O que aconteceu? Por que está assim? Se ficar desempregada, você sabe que o juiz não vai lhe deixar faltar nada! Eu entrei no banheiro me despindo, falando nervosa. — Mãe, eu não quero depender do Alex, mãe! Eu estudei, eu preciso desse emprego! Dona Esther foi até a porta do banheiro. — Relaxe filha, qualquer coisa volte para o seu marido. Eu tenho certeza que ele ainda lhe quer! Eu saí do box para retrucar: — Está me mandando embora daqui? Quer trazer o pai do Marcello para cá, é isso? Minha mãe saiu resmungando: — Ele vai ter que sair da casa, vão colocá-la à venda! — Por que ele não vai morar com o filho?— eu questionei voltando para o chuveiro. Minha mãe voltou falando: — Porque ele gosta daqui. Ele não quer sair
Eu obedeci e Maximiliano virou-se para falar, ele estava muito próximo, por isso eu me mantive cabisbaixa. — Bella, me perdoe, eu não devia ter me declarado daquele jeito. Eu sei que te assustei. Eu assenti apenas, pressionando as mãos no meu colo. — Você é uma ótima funcionária e não quero perdê-la de forma alguma! Eu me virei sorrindo, com os olhos brilhando de satisfação. Eu precisava tanto saber que não havia perdido aquela oportunidade de emprego! — Me desculpe também, doutor Maximiliano, eu não devia ter saído correndo daquele jeito! Ele ficou me olhando, encantado com o meu jeito espevitado, gesticulando muito. Eu fiquei tagarelando sem parar: — Eu sei que devia me sentir lisonjeada, mas é que o senhor sabe, eu acabei de sair de uma relação complicada e… Ele me interrompeu segurando o meu rosto, olhando para a minha boca, enquanto falava baixinho: — Tudo bem, Bella! Fica calma, está tudo bem! Eu te entendo perfeitamente. Eu fiquei
— Siga-me!— Eduardo ordenou, entrando no seu carro. Eu entrei no meu e o segui. Ele parou num restaurante sofisticado, mas discreto. Deixamos as chaves de nossos carros com o manobrista, e nos dirigimos para o interior do estabelecimento. Fomos conduzidos até uma mesa de canto. Eduardo me olhava sério, misterioso. Ele puxou a cadeira para eu sentar, depois foi sentar-se de frente para mim. — Muito bem, doutora Isabella Schmidt Andradas! Engoli em seco. Eu sabia que o assunto era sério, pois se falou meu nome completo! Eu fiquei sem jeito, à espera de um sermão. Eu não sabia exatamente qual seria o assunto, mas claro que se tratava do doutor Maximiliano. — Pode falar, doutor Eduardo. Ele correu os olhos pelo teto e disse gentilmente. — Aqui, fora da empresa, pode me chamar só de Eduardo! — Sim, claro! Eduardo achou graça da minha contenção. — Bella, se solte! Você não é assim aqui fora, é? Não pode ser tão certinha vin
Eu fiquei assustada de verdade. Sacudi a mão que me segurava e corri para o estacionamento. — Meu carro, por favor, logo! — eu disse para o manobrista. — Claro, senhora! Calma, eu estou indo! Eduardo vinha atrás de mim, mas eu não queria conversar. — Não quero falar agora, doutor! Me deixe ir, por favor!— eu lhe disse nervosa. — Por favor, Bella, não vá assim! Me desculpe, eu não queria te assustar. Meu carro chegou, e eu entrei nele correndo. Eduardo ficou desolado. Jogou os cabelos para trás e voltou para pagar a conta. Eu cheguei em casa desesperada. Dessa vez não corri para o meu quarto, como fiz na última vez, pelo contrário, procurei o aconchego dos meus filhos. — Eu preciso de vocês! As coisas não têm sido fáceis para mim! Por favor me abracem! Eu disse isso e me ajoelhei quase chorando. Todos vieram me abraçar, até o Filippo! A minha mãe me olhou surpresa e também acabou por vir me abraçar. A minha família est
Ele veio na minha direção e parecia preocupado. — Seja o que for que o meu filho tenha lhe feito, eu lhe peço desculpas!— ele disse com os olhos brilhando de emoção. Eu olhei boquiaberta e Maximiliano segurou minhas mãos, que eu acabei de tirar as luvas de limpeza delas. — Eu estava fazendo faxina, senhor!— eu disse sem jeito. — Não importa!— ele disse sorrindo, acariciando as minhas mãos. Eu lhe sorri e ele soltou as minhas mãos, para me acompanhar para dentro de casa. — Como conseguiu entrar no condomínio, sem ser anunciado?— Eu fiquei curiosa. Maximiliano sorriu simpático. — Eu tenho os meus métodos. Não costumo fazer muito isso, mas sempre dá certo! É só parecer confiável, mas apressado para uma visita já esperada pelo cliente! Eu fiquei satisfeita com a sua resposta, enquanto a minha mãe, não se cansava de admirar a elegância da visita. Maximiliano estava bem à vontade, olhando em volta da sala. — Sente-se doutor, por favo
Eu fiquei atenta ao que o meu chefe tinha para me falar, mas fui surpreendida pela chegada da nossa cliente. Antonieta era uma negra linda! Alta, magra, cabelos cacheados, olhos pretos, bem expressivos. Ela podia ter cerca de trinta anos. Antonieta era casada com um alemão de quarenta anos, muito rico, por sinal! Ela se aproximou e Maximiliano levantou-se rapidamente. — Antonieta! Que prazer! Esta é a doutora Isabella Schmidt! A mulher me olhou séria, de rabo de olho, talvez por eu ser loira e ter olhos azuis, mas Maximiano percebeu e procurou ajudar nesse sentido. — Antonieta, a doutora Isabella se interessou pelo seu caso e vai me ajudar, ela detesta preconceitos! Ela é como eu, por isso nos damos tão bem! — Que bom, fico feliz com isso!— Antonieta disse me examinando. Ela se sentou na cadeira em que Maximiliano puxou para ela e me olhou desconfiada ainda. O garçom lhe trouxe vinho, então ela foi se soltando aos poucos.
Voltamos para a empresa e fui recebida por Rosana por muita alegria. Ela me abraçou na frente do Maximiliano. — Amiga, você voltou, graças a Deus! — Eu a trouxe no laço, Rosana! Ele disse isso e entrou na sua sala. As coisas pareciam estar no seu lugar, mas no estacionamento, no final do expediente, eu me despedia da Rosana, quando o doutor Eduardo chegou quase correndo. Eu fiquei sem jeito, mas estava fria com ele. — O que o senhor ainda tem para falar comigo, doutor Eduardo? — Lhe devo um pedido de desculpas, ao menos, Bella! Eu baixei a cabeça e mordi os lábios. — Não se preocupe com isso!— eu disse séria. — Eu fui um moleque idiota, eu reconheço! Me desculpe, por favor, não vai mais acontecer. Eu tentei acalmar o doutor Eduardo. — Eu juro que está tudo bem agora! O seu pai já conversou comigo, eu estou tranquila agora! Eduardo ficou me olhando fixamente nos olhos. — Você deve amar muito o seu marido não é?— ele q
Théo chegou em casa depois do patrão, que estava no bar com Adriana esperando o jantar. — A Bella viu os dois e chorou horrores! Precisava vê! Giorgia estava inconformada. — Não se preocupe, Théo! Eu mesma vou acabar com a graça dessa juíza! — E vai fazer o que, Giorgia! O patrão já é um adulto! A Bella tinha que fazer alguma coisa! Eu falei para ela vir com as crianças no fim de semana, mas ela falou até em tratar do divorcio! Giorgia se espalhou. — Ah, mas não vai mesmo! Eu não posso ver esse menino estragar a sua vida e não fazer nada! — Ele não é mais um menino, e se está dando bola para essa juíza, chave de cadeia, o problema é dele! Estou preocupado mesmo é com a Bella, ela está sofrendo, porque foi atrás do seu sonho sem saber que estava perdendo o amor da sua vida, agora está começando a entender que tudo nessa vida tem um preço! Giorgia não baixava a guarda. Falava enfurecida andando pela cozinha. — Eu não vou aceitar essa juiza aqui ne