Alex chegou em casa, todo animado, pensando que não teria recepção. Andradas e a mulher estavam lhe esperando para jantar. Ele parou e olhou desconfiado, pois sabia que as roupas amassadas ainda lhe denunciavam. — Boa noite! Me esperam para o jantar ainda, a essa hora? Apesar dele estar sendo engraçadinho, os pais se mantinham sérios. Andrada já se levantou da mesa, falando alterado: — Acha mesmo que pode simplesmente fazer a volta e cometer todos os seus erros novamente? Acha que vai se safar do mesmo jeito de antes? Alex não respondeu, se dirigiu a mesa, cabisbaixo. — Você não é mais um adolescente, Alex! Você tem três filhos! Que exemplo você tem a dar para eles?— Andradas insistiu, caminhando atrás do filho. Alex sentou-se soltando o ar pela boca, impaciente. Andradas lhe apontava o dedo, totalmente descontrolado. — Se você estiver saindo com várias mulheres, nunca vai ter a sua mulher de volta, e vai se tornar um homem
Ele se aproximou sorrindo e parou segurando as costas da minha cadeira. Rosana estava boquiaberta. — Este é Alex, Rosana! O Alex é pai dos meus filhos! Ele sorriu e cumprimentou gentilmente a minha amiga, inclinando a cabeça. — Posso almoçar com vocês? Eu fiquei atrapalhada, não mais que a Rosana. — Alex, pode, mas esse não é um restaurante fino, desses que você costuma frequentar! Ele sentou-se olhando em volta, procurando um garçom. O rapaz veio prontamente. — Quero um bom vinho! Qual você me sugere? O rapaz ficou sem graça e sugeriu outra bebida. — Senhor, eu tenho cervejas, Rum e… O rapaz virou-se para apontar uma prateleiras atrás do balcão, onde tinha algumas garrafas de vinho, mas eram mais populares. Eu e Rosana seguramos o riso. Alex olhou para os nossos copos e decidiu: — Está bem, quero um suco de laranja, igual ao delas! O rapaz saiu apressado e voltou com o cardápio. Alex nos olhou confuso. — O
Eu engoli em seco, quase fraquejei, mas me contive. — É isso mesmo! Eu já perdi muito tempo com você! Agora que tive a sorte de conseguir esse emprego, graças a Deus, não vou deixar que me prejudique! Alex começou a falar, apertando os olhos, visivelmente emocionados: — Está certo, Bella. Me desculpe, eu não vou mais procurá-la! Eu imagino que foi tão difícil alguém lhe dar essa oportunidade, não seria eu a estragar tudo, não é mesmo? — Exatamente!— respondi erguendo o queixo. Alex ia saindo e voltou de repente, quase me flagrando entristecida. Na hora eu disfarcei! — Ah, se não se importar, eu gostaria de levar as crianças esse fim de semana! — Claro! Sim, claro!— eu estava baratinada. Ele me olhou profundamente nos meus olhos e disse-me sério: — Aconteça o que acontecer, por favor, não deixe de me amar! Eu fiquei boquiaberta, meus olhos encheram-se de lágrimas. “Como seria possível te esquecer?” — Isso foi o que pensei, mas o que eu dis
Eu fiquei boquiaberta. Nem em sonho, eu imaginava que o meu chefe teria essa coragem. Nesse momento, sem bater, Eduardo entrou e percebeu o clima. — Tudo bem? Atrapalho alguma coisa. — Não senhor!— eu disse antes de sair correndo. Rosana se assustou ao me ver. — Menina, o que aconteceu? Por que está com essa cara? Foi por causa do doutor Eduardo? Eu nem tive tempo de anunciá-lo! Agora ele deu para entrar na sala do pai sem avisar! Eu me sentei tentando controlar a respiração e Rosana continuou tagarelando: — Sei não, viu Bella, mas eu acho que ele está apaixonado por você! Ele olhou aqui e não te viu, foi logo entrando! — Acha mesmo isso possível?— eu indaguei me virando alterada. Rosana se surpreendeu com a minha reação. — Calma, Bella! Se isso for verdade, ele não tem culpa! Essas coisas acontecem! Eu voltei a ficar na posição anterior pensando, qual seria a reação da minha colega se lhe contasse a verdade? — Você é uma mulher b
Eu cheguei em casa, agitada e a minha mãe me seguiu até o quarto. — Bella! Minha filha, que agitação é essa! Até as crianças perceberam! — Mãe! Eu preciso tanto desse emprego, mãe!— eu disse, quase chorando. — O que aconteceu? Por que está assim? Se ficar desempregada, você sabe que o juiz não vai lhe deixar faltar nada! Eu entrei no banheiro me despindo, falando nervosa. — Mãe, eu não quero depender do Alex, mãe! Eu estudei, eu preciso desse emprego! Dona Esther foi até a porta do banheiro. — Relaxe filha, qualquer coisa volte para o seu marido. Eu tenho certeza que ele ainda lhe quer! Eu saí do box para retrucar: — Está me mandando embora daqui? Quer trazer o pai do Marcello para cá, é isso? Minha mãe saiu resmungando: — Ele vai ter que sair da casa, vão colocá-la à venda! — Por que ele não vai morar com o filho?— eu questionei voltando para o chuveiro. Minha mãe voltou falando: — Porque ele gosta daqui. Ele não quer sair
Eu obedeci e Maximiliano virou-se para falar, ele estava muito próximo, por isso eu me mantive cabisbaixa. — Bella, me perdoe, eu não devia ter me declarado daquele jeito. Eu sei que te assustei. Eu assenti apenas, pressionando as mãos no meu colo. — Você é uma ótima funcionária e não quero perdê-la de forma alguma! Eu me virei sorrindo, com os olhos brilhando de satisfação. Eu precisava tanto saber que não havia perdido aquela oportunidade de emprego! — Me desculpe também, doutor Maximiliano, eu não devia ter saído correndo daquele jeito! Ele ficou me olhando, encantado com o meu jeito espevitado, gesticulando muito. Eu fiquei tagarelando sem parar: — Eu sei que devia me sentir lisonjeada, mas é que o senhor sabe, eu acabei de sair de uma relação complicada e… Ele me interrompeu segurando o meu rosto, olhando para a minha boca, enquanto falava baixinho: — Tudo bem, Bella! Fica calma, está tudo bem! Eu te entendo perfeitamente. Eu fiquei
— Siga-me!— Eduardo ordenou, entrando no seu carro. Eu entrei no meu e o segui. Ele parou num restaurante sofisticado, mas discreto. Deixamos as chaves de nossos carros com o manobrista, e nos dirigimos para o interior do estabelecimento. Fomos conduzidos até uma mesa de canto. Eduardo me olhava sério, misterioso. Ele puxou a cadeira para eu sentar, depois foi sentar-se de frente para mim. — Muito bem, doutora Isabella Schmidt Andradas! Engoli em seco. Eu sabia que o assunto era sério, pois se falou meu nome completo! Eu fiquei sem jeito, à espera de um sermão. Eu não sabia exatamente qual seria o assunto, mas claro que se tratava do doutor Maximiliano. — Pode falar, doutor Eduardo. Ele correu os olhos pelo teto e disse gentilmente. — Aqui, fora da empresa, pode me chamar só de Eduardo! — Sim, claro! Eduardo achou graça da minha contenção. — Bella, se solte! Você não é assim aqui fora, é? Não pode ser tão certinha vin
Eu fiquei assustada de verdade. Sacudi a mão que me segurava e corri para o estacionamento. — Meu carro, por favor, logo! — eu disse para o manobrista. — Claro, senhora! Calma, eu estou indo! Eduardo vinha atrás de mim, mas eu não queria conversar. — Não quero falar agora, doutor! Me deixe ir, por favor!— eu lhe disse nervosa. — Por favor, Bella, não vá assim! Me desculpe, eu não queria te assustar. Meu carro chegou, e eu entrei nele correndo. Eduardo ficou desolado. Jogou os cabelos para trás e voltou para pagar a conta. Eu cheguei em casa desesperada. Dessa vez não corri para o meu quarto, como fiz na última vez, pelo contrário, procurei o aconchego dos meus filhos. — Eu preciso de vocês! As coisas não têm sido fáceis para mim! Por favor me abracem! Eu disse isso e me ajoelhei quase chorando. Todos vieram me abraçar, até o Filippo! A minha mãe me olhou surpresa e também acabou por vir me abraçar. A minha família est