Depois da aula, antes que a van escolar chegasse, Cristal ficava num canto discreto de mãos dadas com Diogo, namorando. De repente, Filippo chegou agitado. — Cristal, o seu pai, ele está parado no carro aqui perto, eu vi, ele está te esperando! Cristal largou rapidamente a mão de Diogo e se levantou do banquinho por entre os arbustos. — Meu pai, meu Deus!— ela exclamou nervosa, com a mão no peito. — Calma, quer que eu fale com ele?— Diogo se prontificou. — Eu também posso te acompanhar, Cristal!— Filippo se ofereceu. — Não! Ficaram loucos? Nem pensar, eu vou sozinha, fiquem aqui vocês dois, por favor! Filippo ficou fazendo companhia a Diogo e Cristal seguiu a procura do pai. Alex estava no carro, estacionado e parecia tranquilo. — Pai! Alex virou-se e sorriu. — Cristal! Ela entrou no carro e o beijou no rosto. — Minha princesinha!— Alex disse segurando as mãos da filha. — Não foi trabalhar?— Cristal se ajeitava no
Diogo não estava totalmente errado, Adriana estava apreensiva com a possibilidade de Alex descobrir sua participação no sequestro de Cristal. Alex estava em seu gabinete, depois de um dia exaustivo de trabalho, quando ela entrou pisando macio. — Adriana!— ele se assustou, ela estava muito perto. Ela sorriu e passou os olhos curiosos pela tela do computador. — Foi difícil hoje?—ela indagou, pouco interessada. Alex se espalhou na cadeira se encostando. — Estou cansado de fato! Casos complicados hoje!— ele disse jogando os cabelos finos e negros para trás. Adriana pode ver o corpo sarado por baixo da roupa social. As pernas abertas de Alex a deixaram desorientada. Apesar de não ter tido uma experiência muito agradável com ele, ela vivia com a certeza de que ao menos uma vez, ele lhe fez mulher. — Desculpe por ontem!— ele disse pensativo. Adriana riu sem jeito. — Ela não entende que não é mais sua mulher. Alex inclinou-se para f
Max praticamente arrancou Adriana da mesa, puxando o seu braço com violência. Ela desequilibrou e quase caiu, mas ele a segurou firme. Alex se levantou irritado. — Quanta estupidez, tio! Pelo amor de Deus, como o senhor pode tratar uma mulher dessa forma? Max riu maliciosamente, soltando Adriana e encarando o sobrinho para soltar o seu veneno. — E como você acha que se pode tratar uma mulher, para que ela não saia de casa levando os seus filhos, como fez a Bella, hein? Alex se desarmou, como se tivesse levado um soco no estômago, ou mesmo sentido um dedo na ferida. — Fora daqui!— ele disse entre os dentes, olhando em volta, impaciente. Max se apoiou na mesa com as duas mãos provocando Alex com o seu olhar cínico. — Vai dar ordem para me prender, imbecil, não conseguiu nem mesmo quando sequestrei sua mulher! Não teve jeito, foi um impulso, Alex desferiu um soco no tio que não esperava e caiu tentando se segurar na cadeira mai
Marcello olhou para dentro da casa e pôde ver todos sentados à mesa de jantar. O ambiente ficava logo ao lado da sala de estar, tendo como divisória apenas algumas colunas de gesso. Os olhares caíram sobre ele, o que o deixou sem graça. — Entre rapaz, venha jantar conosco, você já é de casa!— Por incrível que pareça, era mesmo a dona Esther falando. Marcello sorriu e respirou aliviado. — Entre Marcello!— eu disse sorrindo, liberando a passagem. Nos dirigimos a sala de jantar e paramos diante da mesa. — Sente-se rapaz, jante conosco, nós dê essa honra!— minha mãe me deixava cada vez mais intrigada. Cristal olhou incrédula para ela, sem entender. Marcello estava um tanto encabulado, ele não estava acostumado com as gentilezas da minha mãe, ao contrário, ele sempre foi maltratado por ela. Sempre que vinha me chamar, ela já o colocava para correr. “ Vai procurar o que fazer, garoto! Minha filha não é para o seu bico? Marcello sorriu e
Comemos a sobremesa e como sempre, para as crianças era a melhor parte, elas ficavam animadas e tagarelava sem parar. Cristal limpava a boca de Sophia e me olhava de rabo de olhos de vez em quando. Dona Esther me olhava animada, enquanto auxiliava Antônio, esse se lambuzava, era comilão, mas era o xodó da vovó. Antônio tinha os olhos grandes e azuis como os meus, ela dizia que ele lembrava o meu pai. Depois da sobremesa fomos todos para a sala de estar. Dona Ester nos acompanhou sorridente. Ela disse sacudindo as mãos: — Depois eu tiro a mesa, não tem pressa! Temos visitas e somos educados! Cristal revirou os olhos enquanto nos acompanhava, saímos em fila, como soldadinhos! O grande sofá da sala nos comportou a todos muito bem. Cristal sentou-se junto com Filippo e Júnior, e minha mãe ficou perto de Sophia e Antônio. Eu fiquei numa extremidade com Marcello. — Essa casa é animada, hein? Eu também queria morar aqui!— ele brincou olhando para o
Minha mãe correu para ver o que estava acontecendo e as crianças foram atrás. Eu conversava com o Théo e estava a par dos últimos acontecimentos. — Adriana novamente? Eu bem que suspeitei, Théo! — Por isso Giorgia está tão aflita! Ela acha que você está dando muito espaço para a doutora! Eu suspirei resignada. — Théo, para as pessoas que estão de fora é muito fácil me julgar, mas eu tenho projetos agora. Aquele tapa que o Alex me deu num momento de fúria, impensado, que seja, abriu os meus olhos para as coisas que estavam acontecendo na minha frente, todos esses anos em que estivemos casados! Théo ficou impaciente. — Eu sei que você tem as suas razões Bella, mas você não pode relevar? O Juiz aceitou você voltar para casa pelas crianças! O importante é você está lá, marcando território! Não o deixe livre para a doutora! — Não, Théo, eu não vou fazer o jogo dele! Ele sabe que o amo e que vou acabar por ceder! Eu preciso me realizar profissionalmen
— Fala Cristal!— eu insisti desesperada. Ela suspirou e sorriu entre lágrimas. — Você é minha mãe e nada pode mudar isso! Nos abraçamos com carinho. A última coisa que eu queria naquele momento, era perder meus aliados, meus amores incondicionais! Cristal era um pedacinho do meu coração que se faltasse, eu não conseguiria mais respirar. Nos afastamos sorrindo e chorando. — Eu te amo, minha pequena! — Pequena!— ela brincou. — Para mim, sempre será minha pequenina. Eu levantei da cama trazendo Cristal comigo. — Venha, vamos acalmar o povo! — eu disse sorrindo. — O campeão já foi?— ela indagou me seguindo pelo corredor. — O Marcello é um doce! Não deveria se indispor com ele!— Eu a repreendi sem parar de andar. — Mas você ama o meu pai!— ela disse insistente. — Eu amo, sempre vou amar!— eu respondi naturalmente. Chegamos na sala e os olhares curioso caíram sobre nós. — Como se diz Cristal?— eu intimei. Cristal soltou a
Eu assenti afastando as lágrimas do meu rosto. — Deixa eu crescer, por favor!— eu supliquei. — Mesmo que o preço seja perder o amor da sua vida? Eu pensei um pouco e fiquei cabisbaixa. — Talvez eu tenha mesmo que pagar um preço muito alto para isso, Giorgia, mas eu estou disposta a correr todos os riscos! Giorgia ficou pensativa e riu com tristeza. — Eu te entendo, você saiu dessa história levando todos os frutos desse amor, até a Cristal! Isso te deixa mais forte do que o juiz! Eu fiquei pensativa. Era como se Giorgia quisesse dizer que eu fui egoísta, deixando o Alex fragilizado. Ela não falou por mal, agora estava experimentando o amor de mãe com Gabriel. Saímos abraçadas, de volta para a sala. Théo suspirou aliviado, ele temia nos ver brigadas. — Que bom que terminou tudo bem!— ele disse. Giorgia segurava a minha mão e virou-se para me olhar fazendo cara de brava. — Eu lhe disse umas verdades, e com certeza, ela vai pensar nisso de