O lugar era lindo, grande com uma música suave e com uma pequena cascata no pátio da entrada. Chegaram a recepção do lugar e já começaram a ser paparicadas.Serviram champanhe para Gabriela e Estela e um suco colorido para Fabíola.— Senhora Diniz, me chamo Tiffany, vou acompanhá-las no dia de hoje.A moça simpática as levou primeiro para fazer massagem, elas conversavam e riam durante todo o tempo, depois um banho em águas termais, a atendente explicava o benefício do banho e a composição dele, elas mal prestavam atenção, preferiam as conversas animadas.— Senhoras, venham... Essas águas fazem maravilhas. — A atendente disse. — Esses programas de mãe e filha são lindos... A outra moça e tia da menina.Fabíola confirmou que sim, adorou a referência de mãe, gostou de saber que Gabriela ela poderiam passear juntas e fazer tudo que mãe e filha fazem.— Gabi, você já sabe de tudo meu pai falou...— Sim, Fabi eu sei que não somos casados, mas estávamos juntos, está tudo bem. E você
— Gabriela não vou falar, eu já falei demais, mas você me tira do sério, tem que aprender a me obedecer para o seu bem.— Disse que eu corria de você... Tenho motivos para isso?— Caralho Gabriela! Claro que não, acha que seu irmão permitiria você vir pra cá se eu tivesse te feito algo?— Tenho que temer meu irmão?— Gabriela, não! Claro não...— Fábio, por que eu corria de você então?Fábio respirou fundo, as suposições eram piores que a verdade, temia que se não revelasse a verdade Gabriela passaria a pensar que ele era o perigo.— Gabriela, seus sonhos, não são sonhos, realmente aconteceu, você não podia se mexer, porque estava muito machucada e ainda se recuperando do acidente de seus pais. Gustavo realmente quebrou a cara do pervertido que estuprou você... No seu sonho, consegue ver o rosto dele?— Fábio, no meu sonho Gustavo estava batendo no meu primo Otávio, mas ele é gentil, ele era atencioso comigo, quando éramos jovens, o jeito que age agora é o mesmo de que
— Gabriela, realmente compreende o que fiz? Foi muito difícil a ver naquele estado, eu temi te perder, quando você acordou e não se lembrava de mim eu sabia que teria que lutar por seu amor, mas quando eu vi aquele safado no hospital... minha luta passou a ser seu bem estar.Gabriela ergueu os olhos e Fábio aproveitou para beija-la, acariciou seu rosto e sussurrou que amava, até se esqueceu do cunhado ali no quarto.— Se vão ficar nessa melação é melhor eu sair... — Disse Gustavo sorrindo.Eles riram, mas Gabriela não estava satisfeita com as respostas que obteve.— Gu, você neste momento é a pessoa que mais sabe da minha vida, me contaria?— Posso te contar algumas coisas, mas outras eu não tinha coragem de falar antes, agora muito menos.— Eu em meus pesadelos, me vejo ser carregada, depois em uma cama com Otávio em cima de mim, vejo você brigar com ele e por fim nos braços de alguém no chão.— Quer mesmo que eu conte tudo? — Gustavo demonstrava uma angústia inexplicá
Gabriela subiu e fez como Fábio falou, desceu as escadas de dólmã, saia e com o cabelo preso em um rabo de cavalo.— Está sexy minha querida!— Ai Fábio estou normal... Posso tomar meu chá agora?— Não, tem que descansar e esfriar um pouco, vamos fazer outra coisa enquanto isso.Fábio a beijou, normalmente a levaria para a bancada no meio da cozinha, mas dessa vez a encostou na parede ao lado da porta, ele se afastou um instante e fechou a entrada da cozinha, foi até o fogão e tirou a tampa do chá.— Fábio, você está bem?— Estou ótimo... — Ele voltou a beijar Gabriela e abriu seu dólmã, pôde brincar com os seios dela, ele gostava de tocar e acariciar o corpo dela, era como se quisesse gravar na memória seus contornos. Depois desceu beijando seu pescoço passando pelo seu corpo até ficar de joelhos.— Gabriela, coloque sua perna em meu ombro!Fábio gostava de mandar e ser obedecido nestes momentos, Gabriela o fez meio a contragosto, mas logo esqueceu o incomodo ao sentir
— Fabi, já estamos terminando aqui, chame o Sérgio para nos ajudar a carregar tudo.A menina acenou com a cabeça e saiu do corredor do mercado em direção ao carro, Gabriela respirou fundo, ia pegar o pacote no chão, mas Otávio se abaixou junto com ela e pegou primeiro.— Aqui está! Vejo que será doce sua tarde... Como tem passado?— Otávio se afaste de mim! Não quero falar com você. — Gabriela pegou o carrinho para sair dali, mas Otávio segurou.— Ei! Por que está fugindo de mim? Somos primos, somos família, não deveria agir assim.— Estou com pressa, me deixe ir. — Otávio notou o medo nos olhos dela, mas precisava ter certeza.— Você se lembrou ou te falaram algo que não deviam sobre mim?— Eu me lembro... — Gabriela estava aflita, seus olhos imediatamente ficaram marejados.Otávio deu um sorriso cínico, o plano de convencer Gabriela a assinar os papéis abrindo mão da herança acabou de ficar mais difícil.— Sinto muito Gabriela, isso foi a muito tempo, eu era um m
Gabriela tremeu com o tom de Otávio, ele estava com um macacão cinza, sentado a mesa, empurrou uma cadeira com o pé para que Gabriela se sentasse também.— Senta aí priminha!— Não quero falar com você, saía da minha casa!— Sua casa? — Otávio riu. — Gabriela, vamos acabar logo com isso, eu estava sendo gentil, sei que não quer me ver, então vamos resolver isso hoje e eu sumo da sua vida!Ele colocou uma pilha de papéis na mesa e uma caneta.— Assina, e eu vou embora.— O que é isso?— A única coisa que me prende a você, assina e eu estarei livre de você, e você de mim.— Não vou assinar, não tenho nada que me prenda a você!Otávio se levantou e caminhou até ela. — Gostava mais quando era indefesa e assustada, seu medo já teria feito você assinar, agora me enfrenta...— Saía daqui ou grito!— Assina o documento porra, estou sendo paciente com você!Nesse momento, Fabíola chegou do colégio, ela apareceu na porta da cozinha e correu para fora da casa. Em seguida
Gabriela não conseguiu conter as lágrimas, ela saiu chorando e chamou um táxi, Fábio nem ficou sabendo que ela esteve na editora.Gabriela chegou em casa e encontrou Fabíola no sofá.— Lindinha podemos conversar?— Claro Gabi...— Lembra que eu disse que se um dia eu e seu pai não desse certo ainda seríamos amigas, que ainda seria como uma filha para mim...?— Sim, mas por que isso agora?Gabriela tirou a aliança do dedo e colocou na mão de Fabíola.— Entregue a ele, e saiba que você é minha amiga, minha filha amasa voltarei para visitá-la...— Gabi, não faz isso comigo... Não me deixe.— Não estou deixando você, estou deixando o seu pai. Nos veremos e breve e vou acertar com ele para que possa passar alguns dias em minha casa, até quando adulta estarei na sua vida. Entenda que pais se separam, mas filhos são para sempre.Gabriela abraçou Fabíola e chorou alto, as duas tinham os olhos molhados quando se soltaram. Ela subiu e arrumou uma mala com o essencial de uso diário.
— Gustavo você demorou...— Na verdade eu cheguei cedo, sai mais cedo, porque avisaram seu marido que você estava aqui sozinha.— Não sou casada! — Ela abaixou a cabeça, parecia brava e magoada.Gustavo pegou a mala e levou para dentro da casa, Gabriela entrou e se jogou no sofá, parecia em casa, o gesto era o mesmo que sempre fez após um dia todo de trabalho. Ele levou a mala até o quarto dela e voltou para a sala, se jogou no sofá ao lado dela.— Quer conversar?— Não...— Gabriela, sabe que está dificultando as coisas, não sabe?— Gu, em outras épocas eu confiaria cegamente em você, mas depois do acidente você mente pra mim... Eu não conheço o Fábio, você sim! Eu tenho confiado nele com base no que você me fala, mas quando vejo uma mentira dos dois sinto que não posso confiar em ninguém, porque todos mentiram pra mim. Eu estou realmente cansada disso.Gabriela deixou algumas lágrimas rolarem, estava cansada de se sentir enganada, seu amor por Fábio era grande, mas e