— Sabe o que precisa? De sair. Se divertir. – Sorriu. – Você precisa de um dia fora dessa casa, um dia só seu. Eu iria, com você, mas... — Sair? – Fez uma careta. — Você precisa deixar de ser tão antissocial. O celular da rosada apitou e uma mensagem apareceu na tela. — Kaerney. – Leu. – Quem é Kaerney? Mia imediatamente praguejou mentalmente por ter deixado a amiga ver a tela de seu celular; primeiro que ela faria várias perguntas e segundo porque sabia o que ela faria caso soubesse sobre o rapaz. — Pode começar a contar. E após um longo suspiro, contou sobre o rapaz gentil que havia conhecido a alguns dias na porta da escola dos gêmeos. Do rapaz que desde então começou a chegar mais cedo apenas para ficar conversando com ela, e que havia começado a dar sinais de interesse — algo que ela temeu contar, mas acabou deixando escapar por seus lábios após algumas pressões vindo de sua melhor amiga. — É ele. — O que? — Ele quem vai fazer esse coraçãozinho aí bater de novo. E M
Thomas não havia gostado nenhum pouco quando a rosada o deixou mais ao pai e a irmã. Menos ainda por saber com quem ela estaria. Sim, havia escutado a conversa dela com a melhor amiga — no caso, sua tia, ainda que apenas de consideração. Sua ideia era impedir que ela se fosse, mas com Luna por perto era impossível e por isso se apressou em pensar em algo que pudesse atrapalhar aquele encontro. Sua cabeça já começava a planejar algo ao se lembrar de que seu pai ainda não conhecia o Kearney. Seria duas cartadas em um único jogo, ele pensou. Mas antes teria de organizar aquele “encontro casual”. Sim, porque para todos os efeitos, eles se encontrariam com Mia e o acompanhante dela “coincidentemente. Ainda bem que escutei o local que eles se encontrarão, ele pensou enquanto ligava para o tio Killian; precisaria da ajuda dele para tirar o pai de casa em uma quinta-feira a noite. O primogênito de Andrew e Ivy não pensou duas vezes em aceitar ajudar o sobrinho mais que amado. Já estava em
— Sim, dessa vez, em frente a sala quase que inteira. Eu tive de ser severo dessa vez. Por mais que meu coração doa, eu tive de fazer um sermão. — Liam também fez o dele. E eu conversei com a Naty também. Ela é uma boa garota, só está enciumada. Ambas estão. — Minha filha se apegou muito a você, em pouco tempo de convívio. Acho... que por ela sentir tanto a falta de uma mãe por perto. — Eu fico emocionada por todo esse amor que ambas sentem por mim, mas está me preocupando ver que elas não se entendem de forma alguma. Isso pode acabar muito mal. – Diz, toda preocupada. — Já falei com minha filha. Ela não vai encostar um dedo na Natalie. — E eu também falei com a Naty sobre isso. – Suspirou. – Ela é teimosa. Pegou do pai. – Riu ao dizer as últimas palavras. – Ele... é bem teimoso. Uma boa pessoa, mas de gênio forte. Como os dois filhos. O ruivo se mexeu na cadeira. — A forma como fala... é como se o conhece com a palma de sua mão. – E isso o incomodou de certa forma. – Parece
— Papai. Liam fitou ao seu garotinho. — É a Mia ali. O outro levou os olhos na direção onde o filho apontava, e então encontrou o mesmo que ele. A rosada se encontrava com um ruivo, que tocava sua mãe de forma um tanto íntima demais. E isso de certa forma o incomodou. Tentou não pensar sobre, mas algo dentro dele se remexia. Quem era? O que era dela? Pareciam muito intimos para serem apenas amigos, era o que pensava. — Ora, vamos cumprimentar a rosadinha. — Killian, ela está acompanhada. — E daí, irmãozinho? Liam não estava nenhum pouco disposto a ir até o “casal”. E sentia-se pior por ver sua garotinha andar até a babá preferida dela com um sorriso enorme; não por conta do sorriso, mas porque estava sendo obrigado a ir cumprimentar não só Mia, mas o acompanhante dela também. Um amargor apareceu em sua boca. E sem perceber, apertou as mãos dentro dos bolsos. — Mia! A rosada se virou, encontrando não só a garotinha que havia lhe chamado de forma animada, mas também o irmão,
Liam não conseguia dormir. Já havia chegado a quase uma hora, e nada de pregar os olhos, diferente dos gêmeos. Eles haviam tentado esperar por Mia, mas havia sido impossível não cair no sono depois de alguns bons minutos a sua espera. E infelizmente era nisso que ele pensava. E em tudo que presenciou a algumas horas atrás. Não conseguia deixar de se lembrar a forma como o rapaz tocou a mão de Mia, a forma apaixonada que ele a olhava, a forma como ela parecia estar tão confortável na presença dele. Ela podia se apaixonar por ela facilmente; e essas haviam sido as palavras de seu irmão já dentro do carro. E mesmo que não tivesse demonstrado, de certa forma o deixou irritado pensar nela com o ruivo. Ele não tinha o direito, ele sabia bem disso, mas mesmo assim não conseguia deixar de pensar e se sentir assim. Ela era livre, disse a si mesmo, e podia sair com quem quisesse. E se apaixonar também, sua mente traíra o lembrou. Era irritante pensar no que havia presenciado naquela noite.
— Bom, eu vou dormir. Amanhã tenho que ir até o buffet. Eles ligaram, disseram que... havia algo que precisavam tratar sobre a festa dos gêmeos. — Algum problema? – Se preocupou, afinal, faltavam apenas em dois meses. — É sobre os doces, pelo que entendi. — Vou com você. E tudo que ela fez foi balançar a cabeça, vendo-o se levantar. — Eu deixo os gêmeos na escola e te busco. — Eu vou com você levar os pequenos. Assim, de lá, podemos passar no buffet. Marquei às 8h30. E as crianças entras às 8h. — Tudo bem. Chegaram em frente a um dos quartos — no caso, o de Mia. — Boa noite. — Boa noite. E então, após vê-la adentrar, deu um longo suspiro antes de seguir para o próprio quarto, desejando ardentemente não ter mais nenhuma crise de ciúmes naquela noite ou pelos próximos dias. Minha vida virou de cabeça para baixo, ele pensou enquanto se deitava. **--** — Isso está delicioso. Liam apenas observava Mia degustar os doces a frente dela. Deles. Duas mulheres sorriam enqu
— Sério, como é que alguém consegue comer tudo isso sem engordar? Eu devo ter engordado meio kilo só experimentando tudo isso aqui. Liam sorriu ladino. — Está tudo tão delicioso. Vocês tem mãos de fada. — Nós agradecemos o elogio. — Porque não leva o restante? As crianças iriam gostar e poderiam experimentar antes do dia da festa. — Podemos? — Claro que sim. Liam quase riu quando viu os olhos verdes brilharem. — Pode ter certeza de que deixaram ela feliz. — Notamos. – Dizem juntas. — Você parece uma criança. — Tudo bem, eu aceito ser uma criança hoje. Liam soltou uma risada. — Tem certeza de que não quer experimentar mais um? — Eu passo. Mas você pode comer quantos quiser. Coma por mim. — Como se fosse necessário pedir. Ele riu novamente, vendo as mulheres a frente dele colocar os doces em uma caixa de papelão para que pudessem ser transportados. — Eu vou comer mais um. — Até irmos buscar os gêmeos, você já comeu metade dessa caixa. Mia o olhou, indign
— Vai ter que prometer que vai fazer um jantar para o meu pai. — Eu já faço o jantar todos os dias. Os pequenos sorriram. — É diferente, porque vai ser só você e o papai, Mia. – Natalie explicou, fazendo Mia se sobressaltar, quase que pulando da cadeira. — O que?! – Chamou a atenção de algumas pessoas, e corou ainda mais, sentando-se. – Que história maluca é essa? — É só um jantar. – Natalie diz, de forma divertida. — É, parece até que está indo pra forca. – Thomas completou. É exatamente isso que parece ser, já que a cada dia meu coração parece saltar de mim cada vez que estou sozinha com o pai de vocês, pensou, desesperada. — Meus amores, isso é bobagem. – Tentou. – Eu fiquei só dois dias fora, não foi como se eu tivesse deixado o pai de vocês sozinho por um mês. Além disso, ele também saiu. — Sim, com a cobra. – Murmurou a moreninha. — Mesmo assim, se tivesse ficado, ele não teria saído. — Thomy... — É só um jantar, Mia, por que foge tanto? – Provocou, gostando muito