Escutar ela sobre Amelia havia sido bom. Todo aquele rancor só estava fazendo mal a ele mesmo. No momento em que a perdoou, de verdade, sentiu um alívio tão grande, e o peso que sentia em seus ombros sumiu no momento seguinte. E por esse motivo ele decidiu fazer o mesmo com o que sentia por Lillie. Ainda havia aquele sentimento ruim dentro dele, mas ele estava se esforçando para deixar aquilo no passado e seguir a vida. Não que fosse se jogar para o amor; ainda não estava preparado. Mas também não mais ficaria pensando no ódio e na vontade que tinha de sacudir aquela mulher e jogar umas verdades na cara dela. Não sabia se um dia poderia fazer isso — jogar as verdades na cara dela, no caso —, e por isso era melhor deixar tudo para trás. Não era fácil, mas ele estava se esforçando. Suspirou longamente ao chegar em casa, sentindo todo o desanimo ir embora. Era só chegar em casa, que ele mudava completamente. E era a presença dos gêmeos que o fazia se sentir tão bem. E de Mia, sua ment
Liam se surpreendeu completamente quando a antiga Quinn, esposa de seu amigo ruivo, apareceu em sua casa parecendo toda preocupada. Ela havia perguntado pela amiga e subido igual a um furacão casa a dentro, e tudo que ele fez foi fechar a porta enquanto se perguntava o que estaria acontecendo. A loira havia deixado o filho pequeno em casa e ido visitar a rosada. Ou ela havia ligado ou a outra havia presentido. Ele não fazia ideia, mas algo lhe dizia que era sobre o motivo de a babá de seus filhos ter chorado naquela manhã e ficado o restante do dia deitada, parecendo ter adoecido, já que até mesmo teve febre. Havia percebido que era algo emocional após o almoço, quando foi levar a refeição para a mulher que havia acabado de despertar e saía do banho com os cabelos molhados e uma jardineira de tecido fino. Ela havia se desculpado e claro que ele pediu para que ela deixasse aquelas desculpas de lado; que estava tudo bem e que ela deveria descansar o restante do dia. Ela o escutou após
— Sabe o que precisa? De sair. Se divertir. – Sorriu. – Você precisa de um dia fora dessa casa, um dia só seu. Eu iria, com você, mas... — Sair? – Fez uma careta. — Você precisa deixar de ser tão antissocial. O celular da rosada apitou e uma mensagem apareceu na tela. — Kaerney. – Leu. – Quem é Kaerney? Mia imediatamente praguejou mentalmente por ter deixado a amiga ver a tela de seu celular; primeiro que ela faria várias perguntas e segundo porque sabia o que ela faria caso soubesse sobre o rapaz. — Pode começar a contar. E após um longo suspiro, contou sobre o rapaz gentil que havia conhecido a alguns dias na porta da escola dos gêmeos. Do rapaz que desde então começou a chegar mais cedo apenas para ficar conversando com ela, e que havia começado a dar sinais de interesse — algo que ela temeu contar, mas acabou deixando escapar por seus lábios após algumas pressões vindo de sua melhor amiga. — É ele. — O que? — Ele quem vai fazer esse coraçãozinho aí bater de novo. E M
Thomas não havia gostado nenhum pouco quando a rosada o deixou mais ao pai e a irmã. Menos ainda por saber com quem ela estaria. Sim, havia escutado a conversa dela com a melhor amiga — no caso, sua tia, ainda que apenas de consideração. Sua ideia era impedir que ela se fosse, mas com Luna por perto era impossível e por isso se apressou em pensar em algo que pudesse atrapalhar aquele encontro. Sua cabeça já começava a planejar algo ao se lembrar de que seu pai ainda não conhecia o Kearney. Seria duas cartadas em um único jogo, ele pensou. Mas antes teria de organizar aquele “encontro casual”. Sim, porque para todos os efeitos, eles se encontrariam com Mia e o acompanhante dela “coincidentemente. Ainda bem que escutei o local que eles se encontrarão, ele pensou enquanto ligava para o tio Killian; precisaria da ajuda dele para tirar o pai de casa em uma quinta-feira a noite. O primogênito de Andrew e Ivy não pensou duas vezes em aceitar ajudar o sobrinho mais que amado. Já estava em
— Sim, dessa vez, em frente a sala quase que inteira. Eu tive de ser severo dessa vez. Por mais que meu coração doa, eu tive de fazer um sermão. — Liam também fez o dele. E eu conversei com a Naty também. Ela é uma boa garota, só está enciumada. Ambas estão. — Minha filha se apegou muito a você, em pouco tempo de convívio. Acho... que por ela sentir tanto a falta de uma mãe por perto. — Eu fico emocionada por todo esse amor que ambas sentem por mim, mas está me preocupando ver que elas não se entendem de forma alguma. Isso pode acabar muito mal. – Diz, toda preocupada. — Já falei com minha filha. Ela não vai encostar um dedo na Natalie. — E eu também falei com a Naty sobre isso. – Suspirou. – Ela é teimosa. Pegou do pai. – Riu ao dizer as últimas palavras. – Ele... é bem teimoso. Uma boa pessoa, mas de gênio forte. Como os dois filhos. O ruivo se mexeu na cadeira. — A forma como fala... é como se o conhece com a palma de sua mão. – E isso o incomodou de certa forma. – Parece
— Papai. Liam fitou ao seu garotinho. — É a Mia ali. O outro levou os olhos na direção onde o filho apontava, e então encontrou o mesmo que ele. A rosada se encontrava com um ruivo, que tocava sua mãe de forma um tanto íntima demais. E isso de certa forma o incomodou. Tentou não pensar sobre, mas algo dentro dele se remexia. Quem era? O que era dela? Pareciam muito intimos para serem apenas amigos, era o que pensava. — Ora, vamos cumprimentar a rosadinha. — Killian, ela está acompanhada. — E daí, irmãozinho? Liam não estava nenhum pouco disposto a ir até o “casal”. E sentia-se pior por ver sua garotinha andar até a babá preferida dela com um sorriso enorme; não por conta do sorriso, mas porque estava sendo obrigado a ir cumprimentar não só Mia, mas o acompanhante dela também. Um amargor apareceu em sua boca. E sem perceber, apertou as mãos dentro dos bolsos. — Mia! A rosada se virou, encontrando não só a garotinha que havia lhe chamado de forma animada, mas também o irmão,
Liam não conseguia dormir. Já havia chegado a quase uma hora, e nada de pregar os olhos, diferente dos gêmeos. Eles haviam tentado esperar por Mia, mas havia sido impossível não cair no sono depois de alguns bons minutos a sua espera. E infelizmente era nisso que ele pensava. E em tudo que presenciou a algumas horas atrás. Não conseguia deixar de se lembrar a forma como o rapaz tocou a mão de Mia, a forma apaixonada que ele a olhava, a forma como ela parecia estar tão confortável na presença dele. Ela podia se apaixonar por ela facilmente; e essas haviam sido as palavras de seu irmão já dentro do carro. E mesmo que não tivesse demonstrado, de certa forma o deixou irritado pensar nela com o ruivo. Ele não tinha o direito, ele sabia bem disso, mas mesmo assim não conseguia deixar de pensar e se sentir assim. Ela era livre, disse a si mesmo, e podia sair com quem quisesse. E se apaixonar também, sua mente traíra o lembrou. Era irritante pensar no que havia presenciado naquela noite.
— Bom, eu vou dormir. Amanhã tenho que ir até o buffet. Eles ligaram, disseram que... havia algo que precisavam tratar sobre a festa dos gêmeos. — Algum problema? – Se preocupou, afinal, faltavam apenas em dois meses. — É sobre os doces, pelo que entendi. — Vou com você. E tudo que ela fez foi balançar a cabeça, vendo-o se levantar. — Eu deixo os gêmeos na escola e te busco. — Eu vou com você levar os pequenos. Assim, de lá, podemos passar no buffet. Marquei às 8h30. E as crianças entras às 8h. — Tudo bem. Chegaram em frente a um dos quartos — no caso, o de Mia. — Boa noite. — Boa noite. E então, após vê-la adentrar, deu um longo suspiro antes de seguir para o próprio quarto, desejando ardentemente não ter mais nenhuma crise de ciúmes naquela noite ou pelos próximos dias. Minha vida virou de cabeça para baixo, ele pensou enquanto se deitava. **--** — Isso está delicioso. Liam apenas observava Mia degustar os doces a frente dela. Deles. Duas mulheres sorriam enqu