O sol mal havia surgido no horizonte quando acordei. A cabeça ainda estava pesada com os acontecimentos da noite anterior, mas não podia me dar ao luxo de descansar. As meninas precisavam de mim, e eu precisava manter a cabeça no lugar. Desci para preparar o café da manhã, tentando focar em tarefas simples para afastar os pensamentos que me atormentavam.As meninas desceram logo depois, ainda sonolentas. Preparei o café da manhã e me sentei com elas à mesa. Beatriz parecia mais calma, mas ainda havia um traço de tristeza em seu olhar.— Como vocês estão hoje? — Perguntei, tentando soar animada.— Estamos bem, Maria Laura. — Disse Lara, com um sorriso tímido. — Você pode nos levar ao parque hoje?— Claro. — Respondi, sorrindo. — Podemos ir depois do café da manhã.Enquanto elas comiam, minha mente vagava para Phillippo e a conversa que tivemos. A ideia de Luciana grávida me deixava insegura sobre o futuro.Depois do café, saímos para o parque. As meninas correram e brincaram, suas risa
Fui até a área dos carros e encontrei Sebastião lavando o carro enquanto conversava com senhor Jaime, o jardineiro. Corri até ele e me joguei em seus braços. Sebastião ficou surpreso com minha reação, mas ao ver meu semblante percebeu que havia algo errado. Senhor Jaime se afastou, e Sebastião se virou para mim, preocupado.— O que houve, Laura? Por que está nesse estado? Me diz o que houve, pelo amor de Zeus!Tentei falar, mas as palavras saíam emboladas. Meu amigo pediu para que eu me acalmasse, e respirei fundo algumas vezes.— Mauro esteve aqui.Ele olhou para mim incrédulo e me pediu para contar o que realmente aconteceu.— Mauro veio aqui e me ameaçou. Ele vai contar pro Phillippo sobre a minha identidade e vou ser presa, Sebas. Tudo que eu queria era me livrar desse desgraçado, mas parece que estou ainda mais unida a ele.— Sophia, como ele descobriu que você está aqui? Será que...— Não, João e Letícia não contaram nada. Desde o meu aniversário, eu estava me sentindo observada
Letícia Alves Minha amiga não merecia sofrer tanto, mas eu não sei o que fazer para ajudá-la. Na verdade, não faço a menor ideia. Liguei para João, que me atendeu no primeiro toque.— O que precisa? — Ele perguntou.— Eu gosto de você por isso, porque toda vez que eu te ligo eu posso contar com você. — Sorri e pude sentir que ele revirou os olhos.— Você só liga pra mim quando precisa de alguma coisa. — Ele disse.— Ah, que calúnia! João, eu preciso de você.— Já estou indo.Quando ele desligou, fiquei esperando ele chegar. Estava zapeando os canais quando ouvi barulho na porta e soube que era ele, pois ainda tinha as chaves aqui de casa.— Agora me diz, o que precisa.Contei a ele sobre tudo que aconteceu, e João sentou no sofá completamente irritado.— Eu disse que era pra botar ele na cadeia, mas você disse que era melhor não fazer isso. Agora olha a merda que ele fez? Tadinha da Sosso, o que ela vai fazer?— Ela já está fazendo, deixando toda a sua comissão com o barrigudo filho
Maria MartinsEstava na cozinha, mexendo na panela, quando senti que não aguentava mais. As lágrimas começavam a cair, misturando-se ao vapor que subia. A vida tinha sido dura comigo, mas nada se comparava ao tormento de estar casada com Carlos Emanuel. A cada tapa, a cada insulto, meu coração se despedaçava um pouco mais. Estava cansada, exausta de apanhar e de viver com medo.— Por que eu ainda estou aqui? — murmurei para mim mesma, tentando controlar o choro. — Por que continuo suportando isso?Enquanto mexia o café, ouvi os homens rindo na sala, a voz grossa de Carlos se destacando. Eu queria fugir, deixar tudo para trás, mas não podia. Não podia abandonar minha filha, Rosamaria, e deixar ela nas mãos dele. Com esse pensamento, enxuguei as lágrimas e peguei a bandeja com o café.Caminhei até a sala e entreguei as xícaras aos homens, evitando o olhar de Carlos. Ele fez um gesto brusco com a mão, me mandando sair dali.Voltei para a cozinha com o coração pesado, a bandeja tremendo n
Phillippo Constantinova Ouvir as palavras duras da minha filha me doeu de uma forma que eu não sei explicar. Luciana estava tomando café satisfeita pelo que fez.— Precisava fazer esse show? — perguntei irritado, sem vontade de comer.— Você sabe que precisava. Eu sabia que você não teria coragem. Eu te ajudei — ela deu uma risadinha. — Vamos ter que contar para os seus pais.— Você não vai dizer nada, quem vai contar sou eu.— Tic-Tac! — ela bateu a mão no pulso, maldita hora que eu subi naquele apartamento.— Bom, vou te esperar no escritório, hoje temos a reunião com o cliente daquele caso promissor — ela se levantou e me deu um beijo no rosto antes de sair.Dona Helena passou por nós e, quando viu a cena, me olhou de uma forma negativa. Agora vai ficar todo mundo contra mim.Antes de ir para a empresa, fui à casa dos meus pais que se surpreenderam ao me ver.— O que te traz aqui, meu filho? — meu pai perguntou.— Preciso conversar com os dois.— Pelo seu semblante a coisa é séria
Sophia Martins/ Maria Laura Santos Deixei Phillippo para trás e levei Alice para seu quarto, onde a preparei para dormir. Dei um beijinho de boa noite e a bebê logo dormiu. Fiquei olhando um bom tempo para ela até que uma lágrima solitária escorreu dos meus olhos e a limpei rapidamente.— Dadá, eu… — Sequei a lágrima rapidamente. — Você está bem, Dadá?— Estou sim, meu amor, obrigada por perguntar. O que você precisa de mim?— Dadá, acho que tem um monstro embaixo da minha cama.— A Dadá vai exterminar ele pra você. — Ela segurou a minha mão e riu.Depois que me certifiquei de ter eliminado os “monstros”, Lara deitou e a cobri, beijando sua testa.— Eu te amo, Dadá. — Ela sorriu bocejando.— Eu também te amo, princesinha. Bons sonhos.Fechei a porta com cuidado e fui ver Beatriz, que ainda estava acordada, olhando para o teto.— Está na hora de alguém fechar os olhinhos. — Digo a ela que virou para mim.— Laura, será que a minha mãe está mesmo cuidando da gente lá do céu?— Sim, está
Capítulo 54Helena FerreiraAnos atrás Vim de Curitiba com apenas um sonho na bagagem: conseguir um bom emprego e mandar dinheiro para a minha família. Por sorte, uma conhecida da minha família me indicou para trabalhar na casa de uma família chique aqui de São Paulo. Quando cheguei à casa dos Constantinova, fiquei abismada com a grandiosidade da casa. Eu tinha apenas 18 anos, uma menina sem maldade nenhuma, trabalhando de ajudante de cozinha.Foi amor à primeira vista quando conheci Gerson Constantinova. Ele era o típico badboy, mas no fundo tinha um bom coração. Entreguei tudo a ele: meu coração, minha inocência e minha virgindade. Infelizmente, descobri minha gravidez no mesmo dia que ele ficou noivo de uma mulher que vinha de família. Meu mundo acabou. Como eu, uma menina de dezenove anos, cuidaria de uma criança sozinha? Contei a Gerson sobre a minha gravidez e ele me disse que me amava, mas que não poderia me assumir. Então, me deu dinheiro para que eu abortasse nosso bebê, e
Luciana TorresFaltava pouco para conseguir o que eu queria, minha mãe sempre disse que eu deveria me fazer mais presente na vida de Phillippo além de nos vermos apenas no trabalho. A melhor coisa que me aconteceu foi Fabiana ter morrido, não me canso de falar isso.Hoje, quando cheguei pela manhã, a aura naquela casa estava pesada. As meninas estavam em silêncio, Phillippo estava abatido e a governanta infeliz estava realmente infeliz. Minha vontade de rir era imensa, mas eu me contive.— Por que esse lugar está tão desanimado? — Perguntei, tentando parecer inocente.— Porque sim, Luciana. — Phillippo respondeu secamente, e eu sorri por dentro.— Tudo bem, querido. Em breve teremos uma pessoinha para alegrar a casa.— Eu vou vomitar. — Beatriz levantou e chamou a irmã, que foi junto.— Dá pra você parar com isso, Luciana! — Phillippo exclamou, visivelmente irritado. — Que coisa chata, sabe que as meninas ainda estão se acostumando com a ideia.— Mas nosso bebê já está aqui, o que pod