Sophia Martins/ Maria Laura Santos Deixei Phillippo para trás e levei Alice para seu quarto, onde a preparei para dormir. Dei um beijinho de boa noite e a bebê logo dormiu. Fiquei olhando um bom tempo para ela até que uma lágrima solitária escorreu dos meus olhos e a limpei rapidamente.— Dadá, eu… — Sequei a lágrima rapidamente. — Você está bem, Dadá?— Estou sim, meu amor, obrigada por perguntar. O que você precisa de mim?— Dadá, acho que tem um monstro embaixo da minha cama.— A Dadá vai exterminar ele pra você. — Ela segurou a minha mão e riu.Depois que me certifiquei de ter eliminado os “monstros”, Lara deitou e a cobri, beijando sua testa.— Eu te amo, Dadá. — Ela sorriu bocejando.— Eu também te amo, princesinha. Bons sonhos.Fechei a porta com cuidado e fui ver Beatriz, que ainda estava acordada, olhando para o teto.— Está na hora de alguém fechar os olhinhos. — Digo a ela que virou para mim.— Laura, será que a minha mãe está mesmo cuidando da gente lá do céu?— Sim, está
Capítulo 54Helena FerreiraAnos atrás Vim de Curitiba com apenas um sonho na bagagem: conseguir um bom emprego e mandar dinheiro para a minha família. Por sorte, uma conhecida da minha família me indicou para trabalhar na casa de uma família chique aqui de São Paulo. Quando cheguei à casa dos Constantinova, fiquei abismada com a grandiosidade da casa. Eu tinha apenas 18 anos, uma menina sem maldade nenhuma, trabalhando de ajudante de cozinha.Foi amor à primeira vista quando conheci Gerson Constantinova. Ele era o típico badboy, mas no fundo tinha um bom coração. Entreguei tudo a ele: meu coração, minha inocência e minha virgindade. Infelizmente, descobri minha gravidez no mesmo dia que ele ficou noivo de uma mulher que vinha de família. Meu mundo acabou. Como eu, uma menina de dezenove anos, cuidaria de uma criança sozinha? Contei a Gerson sobre a minha gravidez e ele me disse que me amava, mas que não poderia me assumir. Então, me deu dinheiro para que eu abortasse nosso bebê, e
Luciana TorresFaltava pouco para conseguir o que eu queria, minha mãe sempre disse que eu deveria me fazer mais presente na vida de Phillippo além de nos vermos apenas no trabalho. A melhor coisa que me aconteceu foi Fabiana ter morrido, não me canso de falar isso.Hoje, quando cheguei pela manhã, a aura naquela casa estava pesada. As meninas estavam em silêncio, Phillippo estava abatido e a governanta infeliz estava realmente infeliz. Minha vontade de rir era imensa, mas eu me contive.— Por que esse lugar está tão desanimado? — Perguntei, tentando parecer inocente.— Porque sim, Luciana. — Phillippo respondeu secamente, e eu sorri por dentro.— Tudo bem, querido. Em breve teremos uma pessoinha para alegrar a casa.— Eu vou vomitar. — Beatriz levantou e chamou a irmã, que foi junto.— Dá pra você parar com isso, Luciana! — Phillippo exclamou, visivelmente irritado. — Que coisa chata, sabe que as meninas ainda estão se acostumando com a ideia.— Mas nosso bebê já está aqui, o que pod
Mauro OliveiraEu cresci nas ruas de uma favela de São Paulo, onde as oportunidades eram escassas e o perigo, constante. Desde jovem, aprendi que, para sobreviver, você precisava ser esperto, rápido e ter contatos. Meu pai morreu quando eu tinha dez anos, e minha mãe fez o que pôde para nos sustentar, mas não foi fácil. Foi aí que comecei a entender como o mundo realmente funcionava. Para subir na vida, eu teria que escalar cada degrau, mesmo que esses degraus fossem feitos de favores sujos e promessas quebradas.Meu primeiro trabalho foi como office boy em um escritório de advocacia. Corria pra cima e pra baixo entregando documentos e fazendo pequenos serviços. Durante esse período, observei e aprendi sobre como a cidade realmente funcionava, quem eram os peixes grandes e como as coisas se resolviam nos bastidores. Com o tempo, comecei a fazer alguns serviços extras para esses advogados, serviços que pagavam muito melhor do que entregar documentos.Foi através dessas conexões que ent
Luciana Torres Eu estava sentada no sofá da minha luxuosa sala, analisando meticulosamente os documentos espalhados diante de mim. Sempre soube que havia algo suspeito sobre Maria Laura, e hoje, finalmente, descobri a verdade. Maria Laura não era quem dizia ser; ela era Sophia Martins, uma mulher com um passado sombrio e um segredo que poderia destruir tudo ao seu redor. Minha mãe estava certa quando me disse que eu deveria contratar um detetive para vigiá-la.Recostei-me no sofá, um sorriso frio se formando em meus lábios. "Finalmente", pensei. "Tenho o poder em minhas mãos." Levantei-me e caminhei até o bar para me servir de uma taça de vinho tinto. A cor do vinho brilhava à luz suave da sala, refletindo meu próprio sentimento de triunfo. Sabia que precisava agir com cuidado, mas a oportunidade de derrubar Maria Laura era irresistível.Fui até a casa de Philippo e encontrei ela cuidando de Maria Alice, então sorri para ela.— Preciso falar com você. Agora — digo com um tom de voz q
Phillippo ConstantinovaEu estava sentado na minha mesa, olhando fixamente para o pedaço de papel que Luciana havia deixado em minhas mãos. O endereço escrito ali me incomodava. O que poderia ser tão importante para Luciana a ponto de me fazer ir até aquele lugar? Não conseguia tirar isso da cabeça. Estava tão absorto em meus pensamentos que nem percebi quando Lúcio entrou na minha sala.— Cara, que cara é essa? Parece que viu um fantasma — ele disse, jogando-se em uma das cadeiras em frente à minha mesa.Suspirei, entregando o papel a ele. — Luciana me deu isso e disse que preciso ir até lá para descobrir algo importante.Lúcio leu o endereço e ergueu uma sobrancelha. — Eu sei onde fica isso. É um clube de striptease.Olhei para ele, surpreso. — Clube de striptease?Ele assentiu, um sorriso malicioso se formando em seus lábios. — Sim, e tem uma gata que dança lá que é de tirar o fôlego. O nome dela é Violet. Você vai gostar dela.Balancei a cabeça, um tanto incrédulo. — Eu não posso
Sophia MartinsEstava em lágrimas, soluçando nos braços de Leticia. A descoberta de Phillippo havia destruído tudo. Entre lágrimas e suspiros, expliquei tudo para minha amiga.— Ele descobriu, Leticia. Ele sabe de tudo — disse, a voz embargada pela emoção.Leticia me abraçou mais forte, tentando me consolar. — Você não pode voltar lá, Sophia. Eles vão te prender.— Eu preciso pegar minhas coisas e me despedir das meninas — insisti. — Eu preciso pagar por tudo que fiz. Não vou dizer que você e o João me ajudaram. Vou ficar quieta.Leticia olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas, mas sabia que não poderia me impedir. — Eu te acompanho até a mansão, então.Entramos no carro e seguimos em silêncio. Meu coração estava pesado, sabendo que esta seria a última vez que veria as meninas. Quando chegamos à mansão, Leticia ficou no carro enquanto eu entrava.Beatriz e Lara estavam na sala, brincando com suas bonecas. Quando me viram, correram até mim, sorrindo.— Maria Laura, você voltou!
Leticia AlvesEstava ansiosa e determinada. Sophia precisava de mim, e eu faria o que fosse necessário para ajudá-la. Depois da ligação, soube que tinha que agir rapidamente. Pedi a Sebastião que me levasse à mansão Constantinova. Ele, sempre fiel e disposto a ajudar, concordou sem hesitação.Enquanto dirigíamos, a tensão no carro era palpável. Eu estava decidida a confrontar Phillippo, contar a ele toda a verdade sobre Sophia. Ele precisava ouvir a história completa antes de julgá-la tão severamente.Quando chegamos à mansão, pedi a Sebastião que esperasse no carro. Subi as escadas e toquei a campainha. Um dos empregados abriu a porta e, ao me ver, hesitou.— Preciso falar com o senhor Constantinova. É urgente.O empregado assentiu e me conduziu até a sala de estar, onde encontrei Phillippo sentado, olhando fixamente para o vazio. Ele levantou os olhos quando entrei, e pude ver a mistura de raiva e dor em seu rosto.— Quem é você? — perguntou, a voz dura.— Eu vim falar sobre Sophia