POV: LAURENA água ainda escorria pelo meu cabelo e pelas roupas pingando ao chão deixando um rastro molhado enquanto eu caminhava para os portões da mansão da minha família. Franzir o cenho ao perceber um caminhão de mudança estacionado na entrada principal, e vários homens carregavam móveis, quadros e caixas para dentro do veículo como se fossem meros objetos descartáveis. Meu peito apertou enquanto corria em direção a um dos homens, que carregava o antigo relógio de parede que meu pai tanto amava.— O que está acontecendo aqui? Quem autorizou isso? — Minha voz saiu mais alta do que eu esperava, carregada de desespero.— Senhora, por favor, mantenha a calma. — O homem disse, desviando o olhar e apressando o passo em direção ao caminhão.Não aceitei a resposta vaga e corri para barrar o próximo carregador, segurando o braço dele com força.— Essas coisas pertencem ao meu pai! — Eu gritei nervosa. — Vocês não podem simplesmente entrar na nossa casa e levar tudo assim!Um homem engrava
POV: LAURENEu limpava os pratos no fundo do restaurante, o cheiro de comida e detergente impregnando meu uniforme já desgastado. Kate havia me indicado para o trabalho novo, afim de me ajudar reconstruir minha vida, neste emprego não havia muito o que aprender. Limpar, lavar, repetir. Não era glamoroso, mas era uma forma de ganhar algum dinheiro. Não havia espaço para orgulho, não com as dívidas se acumulando e minha mãe precisando de cuidados.— Lauren! — A voz impaciente do gerente me fez erguer o rosto. — Mesa quatro, agora!Suspirei, enxugando as mãos no avental antes de sair da cozinha. Eu sabia que não devia demorar, mas ao olhar para a mesa indicada, senti meu estômago revirar. Sentados ali, com sorrisos satisfeitos, estavam Ethan e Violet.Meu ex-marido estava impecável, como sempre, vestindo um terno que provavelmente custava mais do que tudo o que eu tinha no banco. Violet, ao lado dele, parecia uma modelo, com um vestido justo e uma expressão de superioridade. Meus pés qua
POV: HENRYEstávamos almoçando em um restaurante agradável que Lucian sugeriu, algo mais casual para conhecer a nova babá que pudesse me ajudar com Theo, segundo o meu amigo “Alguém que entenda o garoto melhor.” Lucian havia comentado. “Uma figura feminina, que talvez possa preencher o vazio que ele sente.”Eu mal conseguia me concentrar na comida, enquanto Theodor mexia no suco à sua frente, claramente desinteressado em tudo. Eu já estava ficando frustrado com a falta de progresso em nosso relacionamento.Lucian, como sempre, parecia relaxado, observando, quando ele finalmente falou, interrompendo meu silêncio.— Henry, talvez você esteja olhando para isso do jeito errado.Eu suspirei, largando os talheres no prato com mais força do que pretendia.— E qual seria o jeito certo, Lucian? Por favor, ilumine-me com sua sabedoria.Ele apenas riu.— Theodor precisa disto, você não está fracassando por precisar de um pouco de ajuda com o garoto. Será bom ter alguém que entenda ele, que saiba
POV: LAURENVi aquele homem arrogante e imponente em seu terno impecável se afastar, de mãos dadas com o adorável menino de olhos brilhantes. O garoto, no entanto, olhava para trás, com uma expressão triste que refletia o que eu sentia por dentro."Eu entendo sua dor", pensei, sentindo o aperto em meu peito. Ele era tão jovem, enfrentando algo tão difícil.De repente, o menino soltou a mão dele e correu até mim, segurando o tecido da minha roupa com determinação.— Por favor, fada, você gosta de mim, não gosta? — perguntou com uma doçura cativante, piscando os cílios com inocência. — Eu prometo que vou me comportar, fica comigo!Segurei suas pequenas mãos, surpresa e pensativa.— É claro que gosto de você, meu pequeno valente — respondi com um sorriso, vendo o alívio brilhar em seu rosto.— Então você vai aceitar cuidar de mim? — perguntou esperançoso, dando pequenos pulos de animação enquanto balançava minhas mãos.— E então, vai aceitar? — A voz firme e segura daquele homem interrom
POV: LAURENParamos em frente ao portão da mansão imponente, e eu não consegui evitar olhar em volta com admiração. Era maior e mais grandiosa do que a casa onde cresci, senti pequenas mãos quentes segurarem as minhas. Olhei para baixo e encontrei o sorriso mais inocente e doce de Theodor.Era essa a sensação de ter uma criança ao seu lado? Meu coração apertou ao imaginar que em breve estaria segurando as mãozinhas do meu próprio filho.— Vamos, fada! — Theo exclamou com a empolgação típica de uma criança. — Quero te mostrar a casa. Tem muitos lugares para brincarmos!Antes que eu pudesse dizer algo, ele já estava me puxando pela mão, guiando-me para dentro. A entrada era tão impressionante quanto o exterior. Seguimos em direção à escada quando ouvimos um som seco de alguém limpando a garganta atrás de nós.— Esqueceram de mim? — A voz firme e imponente de Henry preencheu o espaço, interrompendo o entusiasmo de Theo. Ele estava parado no corredor, com a postura casual e ao mesmo tempo
— Sou um homem bem exigente, Sra. Becker. — Sua voz firme trouxe minha atenção de volta para ele. — Se não puder lidar com isso, pode se retirar agora mesmo.O tom dele era frio, como se minha presença ali fosse uma mera formalidade.— Mas, se realmente quiser este emprego, é melhor estar ciente de que tenho regras rigorosas. Não tolero erros. Um deslize, e estará na rua. Fui claro?Assenti, mantendo o olhar fixo nele, apesar da vontade de desviar.— Hunf, agora vamos às regras. — O canto da boca de Henry se curvou em um sorriso presunçoso enquanto ele entrelaçava os dedos, tilintando as pontas na superfície da mesa. — Atrasos são inaceitáveis. Não me interessa a justificativa, você precisa ser pontual com a agenda de Theodor. Todas as programações devem ser cumpridas.— Sim, senhor. — Respondi formalmente, me perguntando que tipo de agenda uma criança de sete anos poderia ter.— É expressamente proibido oferecer besteiras a Theodor. — Ele continuou com a voz firme. — O garoto já tem
Balançando a cabeça, respirei fundo e bati levemente na porta do quarto de Theodor. Ele estava deitado de bruços na cama, os ombros tremendo com os soluços que tentava esconder. Aproximei-me devagar, sentando-se na beirada da cama e passando a mão em seus cabelos com gentileza.— Theo, olha só o que eu trouxe. — Eu falei, levantando um livro de contos. — Que tal uma história?Ele levantou o rosto rapidamente, os olhos ainda inchados de tanto chorar. Limpou o nariz com a mão e assentiu, ajustando-se na cama para ficar mais confortável. Peguei um lenço na mesinha e limpei os resquícios das lágrimas em seu rosto antes de depositar um beijo suave em sua testa.— Sabe, Theo, sua atitude com seu tio mais cedo não foi certa. — Comecei, enquanto ele me olhava com uma mistura de culpa e teimosia. — É normal se sentir bravo e frustrado às vezes, mas isso não significa que podemos machucar as pessoas, nem mesmo os sentimentos delas.— Tio Henry não tem sentimentos, fada. Ele é um robô! — Resmung
POV: LAURENEra realmente desafiador acompanhar a rotina apertada de Theodor. Sua agenda era tão lotada que, quase todas as tardes, ele terminava completamente exausto. Henry, como sempre, não abria mão da perfeição. Ele era rígido com horários, postura, aparência impecável e, especialmente, com as notas de Theo.— Theodor, você precisa se dedicar mais! — Disse Henry duro, sua voz carregada de preocupação enquanto observava as provas sobre a mesa. Ele soltou um longo suspiro, claramente cansado, suavizando. — Se está com dificuldades nas matérias, posso providenciar aulas de reforço para você ou eu mesmo te ensinar, o que acha garotão?— Mais estudos, tio Henry? — Resmungou Theo, o tom nervoso enquanto cruzava os braços e fazia um bico. — Eu não quero!— Mas você precisa! — Henry retrucou sem hesitar, bufando em seguida. — Theo, quero garantir que você tenha um bom futuro, por que não consegue ver isto? Você é um Carter, este império será seu no futuro.— Sei, até você arrumar seu pró