05 – PERDENDO TUDO

POV: LAUREN

Do outro lado, ele soltou uma risada seca, carregada de desprezo.

— Que tipo de pergunta é essa? — Ele exclamou, impaciente, a irritação evidente. — Dediquei três anos ao seu lado, e você nunca foi capaz de engravidar. Está na hora de encarar a verdade, Lauren. Você é vazia, incapaz de gerar filhos. Aceite isso e pare de desperdiçar o meu tempo. Diga logo se aceita ou não as minhas condições.

Um soluço escapou da minha garganta, suas palavras perfuraram meu coração de forma cruel, como ele sempre soube fazer. Meus olhos desceram para minha barriga, minha mão tocando levemente o tecido da roupa hospitalar. As lágrimas escorriam silenciosas, mas minha mente estava fervendo.

Ergui o queixo, pensando no futuro, em tudo que estava em jogo. Eu precisava decidir. Minha família dependia de mim.

— Se você aceitar as minhas condições e assinar a papelada do divórcio, hoje mesmo salvo a empresa do seu pai. — completou Ethan com frieza, ignorando completamente meus soluços. — E então, você aceita ou não?

Respirei fundo, lutando contra o nó na minha garganta.

— Eu aceito. — Eu respondi em um fio de voz, cada palavra carregada de dor. Minha decisão estava tomada. Eu esconderia minha gravidez daquele homem que um dia tanto amei, mas que agora demonstrava não se importar mais comigo. — Me mande o endereço. Vou assinar os papéis do divórcio.

Desliguei o telefone, sentindo meu coração apertado como se estivesse sendo esmagado. Após receber alta, com o endereço enviado por Ethan salvo no celular, pedi um carro pelo aplicativo e me preparei para enfrentar o que estava por vir.

O trajeto até o local foi um tormento silencioso. Minha mente estava tomada por lembranças, dúvidas e a dor da humilhação. Ao chegar, desci do carro com passos hesitantes e entrei no prédio.

Assim que adentrei a sala indicada, meu olhar encontrou Ethan, sentado confortavelmente na cabeceira da mesa. Seus olhos frios pousaram sobre mim sem demonstrar nenhuma emoção. Ao seu lado, estava Violet, sua amante, vestindo um vestido justo com um decote provocante. Ela jogou os cabelos para trás e revirou os olhos ao me analisar de cima a baixo, como se minha presença fosse uma inconveniência.

Na outra extremidade da mesa, um homem mais velho, provavelmente um advogado, estava sentado com uma expressão neutra. Em sua frente, uma pilha de documentos e algumas canetas organizadas.

Fechei os punhos, tentando conter a raiva e a indignação que ferviam dentro de mim. Cada detalhe daquela cena parecia feito para me humilhar ainda mais, mas eu não mostraria fraqueza. Não diante deles.

Ethan sequer teve a decência de respeitar o momento, trazendo sua amante para testemunhar a ruína do nosso casamento. Meu sangue fervia, mas mantive a cabeça erguida. Não lhe daria a satisfação de me ver desabar ali.

— Sra. Lauren, sente-se, vamos repassar os termos... — começou o advogado, mas levantei a mão, interrompendo-o.

— Onde eu assino? — Eu perguntei de forma direta, pegando a caneta antes mesmo que ele pudesse reagir. Sem hesitar, assinei nos locais indicados, cada traço da minha assinatura me afastando ainda mais de tudo que construí. — Está feito.

Minha voz era fria e firme, mesmo com o turbilhão que se desenrolava dentro de mim. Coloquei a caneta de volta na mesa e me virei para sair, mas parei perto da porta. Olhei para Ethan, que ainda mantinha aquela expressão indiferente e arrogante.

— Cumpri minha parte do acordo. — Eu falei alto, chamando a atenção de todos na sala. — Espero que cumpra com a sua também.

— De qual acordo ela está falando, meu amor? — perguntou Violet, com a voz aguda e manhosa, enquanto ela olhava para mim com aquele sorriso presunçoso.

Ethan se recostou na cadeira, cruzando os braços, seu rosto exibindo o típico ar de superioridade que tanto desprezava.

— Sou um homem de palavra, Lauren. — respondeu ele, com um sorriso cínico brincando no canto dos lábios. — Viu? Não foi tão difícil assim.

A raiva fervia dentro de mim, mas me recusei a permitir que ele percebesse. Dei um passo à frente, mantendo meu olhar fixo no dele, determinada a não desviar.

— Espero nunca mais te ver, Ethan Walker. — Eu declarei, minha voz firme, porém carregada de amargura. — Eu o odeio!

Sem esperar resposta, saí rapidamente, sentindo que precisava de ar. Meu estômago revirava, e a náusea se tornou insuportável. Assim que alcancei o corredor, apoiei-me em um pilar e não consegui mais segurar. Vomitei, sentindo o líquido amargo queimar minha garganta. Minhas mãos tremiam enquanto limpava a boca com o dorso da mão.

O som do celular tocando quebrou o silêncio. O nome da minha mãe piscava na tela. Respirei fundo e atendi, tentando recuperar a compostura.

— Oi, mãe. Ethan vai...

Antes que eu pudesse terminar a frase, seu choro desesperado cortou minhas palavras.

— Filha... seu pai se suicidou! — disse ela entre soluços.

— O quê? — Minha voz saiu fraca, quase inaudível, enquanto minha mente lutava para compreender o que acabara de ouvir. Aquilo não podia ser verdade, minha cabeça girava com o impacto das palavras. — Como assim? O que está dizendo?

Do outro lado da linha, o choro da minha mãe ficou mais alto, cheio de dor e desespero.

— Seu pai está morto, Lauren! — ela gritou, soluçando descontrolada. — Ele... ele se matou!

O celular quase caiu da minha mão. O chão parecia desaparecer sob meus pés, e minha respiração ficou irregular. Meu peito se apertou, uma dor profunda me cortando por dentro.

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