AuroraLevantei rápido e o puxei pela mão.— O que foi? Já quer ir embora?— Não. Venha comigo.Thales levantou e mesmo desconfiado, não largou minha mão. A adrenalina aumentava e isso era maravilhoso. Eu gostava de senti-la. Na verdade, eu sempre gostei de sentir, era como um refúgio ou uma maneira de me sentir viva, mas talvez, isso partisse da loba e não de mim.Thales hesitou quando percebeu minha intenção. Ele parou e apertou minha mão, obrigando-me a olhar para trás.— O que foi? — perguntei.— Eu não vou subir aí.— Está com medo? — provoquei.— Óbvio.— Vamos pisar só aqui na beirada. A camada deve ser mais grossa aqui.— Não é seguro, .— O que não é seguro, é você se envolver com uma lobisomem, ou loba, sei lá, talvez os dois. Por acaso nunca assistiu um filme não? Não sabe que eles matam os humanos.— E você acredita naquilo?— Claro! Eu sou a prova que existe. Bem, mas eu nunca matei ninguém.Ainda…Estremeci com esse pensamento.— Você é louca. — Sorriu.— Você sabia dis
AuroraThales me levou para sua casa e quando chegamos, o frio na minha barriga aumentou. Apenas a luz de fora estava acesa e era um pouco maior que a minha. A única semelhança eram as características de pedra e madeira. Apesar de ter estado aqui, não me lembrava, apenas de algumas coisas que aconteceram lá dentro.Thales esperou que eu entrasse para em seguida fechar a porta. Ele acendeu as luzes internas e ajustou a temperatura no aquecedor que ficava logo na porta.A casa bem organizada não tinha nada demais, apenas alguns poucos móveis na sala, uma lareira de pedra e um tapete felpudo. Acho que minha vergonha foi maior ainda ao lembrar dos momentos nesse tapete. — Tudo bem? — Sim. E seu irmão? Não vai voltar agora? — Tentei mudar os rumos do meu pensamento, embora soubesse exatamente meu objetivo ali.— Provavelmente não. Esses dias ele acha melhor ficar mais tempo na delegacia, às vezes nem vem dormir em casa.— Certo — murmurei.— Você está muito nervosa. Não fique. — Abraçou
AuroraAntes de chegarmos ao quarto, ele me puxou para que o abraçasse com as pernas, segurei firme em seu corpo, mas ele me mantinha segura com seus apertos durante nossos beijos.Sorrimos quando caímos desajeitadamente na cama, ele olhou-me e passou o polegar em meus lábios, depois sua palma fez um breve carinho na minha bochecha e não fui capaz de manter meus olhos abertos. Thales é tão carinhoso.Acho que não precisávamos de palavras. Eu não via necessidade de falar e ele parecia compartilhar desse meu pensamento pois beijou-me mais uma vez.Não sei o que o beijo dele tinha, mas era capaz de me tirar de órbita por alguns momentos, não percebi quando chegamos no meio da cama. Estava quente e as roupas incomodavam, mas estava incapaz de me mover. Enquanto nosso beijos paravam com breves pausas, suas mãos exploravam meu corpo de uma forma tão intensa, era uma sensação nova.Estar sem a influência da loba não impedia que fosse intenso, mas agora não existia aquela urgência. Tudo est
AuroraAlisei e apertei suas costas, puxando de leve, o querendo mais colado.— Ahh… — Fechei os olhos por um momento.Thales beijou meu pescoço e ombro com calma, mas aquela boca suave em minha pele era tão intensa. Sentia-me a ponto de derreter, meus pés formigavam e eu o abracei com as pernas lhe permitindo mais. Não havia nada que pudesse descrever a bagunça de sentimentos e sensações dentro de mim, mas no momento eu não queria entender, apenas me deixar levar.Nós estávamos em um ritmo perfeito. Ele sempre atingia um lugar que me fazia gemer mais e a cada vez, o prazer aumentava. Suas costas estavam suadas e o calor nos consumia. Minha boca foi tomada, dessa vez, rudemente. Ele penetrou-me forte, mas eu não pude gemer com vigor, apenas minha garganta vibrou. Estremeci…Meu ventre contraiu e esquentou. Meus batimentos ficaram fortes e meu corpo parecia perto de um colapso. Que sensação era essa? Era um prazer novo, intenso.Busquei ar quando paramos o beijo, meus olhos estavam s
ThalesEssa sem dúvidas, era a situação mais inesperada que já passei na vida. Uma situação que me deixa impotente. Deixa meu coração ferido. A pior coisa é sentir que suas mãos estão atadas diante de um problema.Era assim que eu me sentia.Aurora estava deitada dentro daquele círculo no chão, o dia inteiro. Eu queria colocá-la em um lugar confortável, colocar uma roupa, mas não podia fazer nada por ela.Seu corpo nu se contorcia de dor. Ela esteve acordada poucas vezes e em seus olhos, se via claramente o sofrimento e medo.— Thales, descanse um pouco — Janete parou ao meu lado. — Infelizmente não podemos fazer nada.— Não consigo sair daqui.— Eu também não. Se pudesse tomava parte do sofrimento dela.— Quando isso vai acabar?— Espero que em breve. A noite já caiu, mas Adelya disse que tem que esperar a lua ficar alta.— Você confia realmente nela?— Ela foi a única que me deu respostas e se propôs a ajudar. Não parece ser uma pessoa ruim, mas o medo que tenho de que Aurora caia
AuroraOuvir Thales me acalmou um pouco, mas ele parecia ser o único que conseguia ouvir. Em meio a dor que sentia, não conseguia pensar a ponto de ouvir a loba, contudo, eu sabia que ela estava lá e iria me subjugar até que assumisse o controle da minha mente e corpo.Eu não sabia como fazer…Eu não queria fazer…Não queria…Fechei os olhos para suportar mais uma vez. Para suportar a dor em alguma parte do meu corpo que eu já nem conseguia mais distinguir. O gosto ferroso em minha boca estava forte o suficiente para me causar náuseas e meus olhos estavam embaçados pelas lágrimas. — Aurora, tente escutá-la. Você sabe que é a única maneira. Por favor — Thales insistiu.Respirei fundo sentindo o seu cheiro, decorando cada essência, cada detalhe. Tinha medo de que se apagasse da minha memória.Deitei meu corpo por completo na neve, minha bochecha entrou em contato com a superfície fria, mas não importava. Minha mãe me olhava de longe, ela estava chorando sentada no chão e mesmo que agas
Aurora“Ele sempre teve a capacidade de me enfrontar, assim como hoje.”Senti sua alegria e orgulho.— Por que ele não é um lobo? Por que não nasceu como eu?“Porque não era seu destino. Apenas a alma das fêmeas dominantes permaneceram, essa foi a profecia. A cada geração uma alma era escolhida para voltar, as outras se perderam. Foi assim com nosso companheiro. A alma dele foi dividida, ele é apenas um humano agora.”— Entendo.“Não. Você ainda não entende. Nós não podemos perder essa chance. Se eu não sair agora, não sei quando haverá outra oportunidade. Pode demorar séculos ou pode nunca acontecer. Essa pode ser a única chance para nosso povo nascer de novo.”— Eu não sei como fazer isso.“Basta que pare de resistir. Você tem medo de não ser a mesma, de perder sua consciência e racionalidade. Medo de mim.”— Desculpe, mas realmente tenho medo de não voltar, de perder a razão. Como será quando virar um lobo? Como eu irei agir? Isso me causa medo.“Você está esquecendo que eu faço pa
ThalesEu podia sentir sua fúria e selvageria. Janete e Adelya se encolheram, mas Aurora passou direto. As tochas espalhadas não iluminavam o suficiente, mesmo assim, tentei ser rápido em segui-la, mas a neve fofa não ajudava. Ela não estava longe, os sons que saíam de sua garganta eram altos. Puxei uma pequena lanterna que tinha no casaco e cheguei perto, ela estava acuando algo, mas era quem menos esperei que estivesse ali.— Rubens! O que está fazendo aqui? Rubens mantinha uma arma apontada para Aurora. Ele estava nervoso, mas mantinha a mira firme.— Que porra está acontecendo aqui, Thales? Eu vi. Ela… ela virou um animal. — Eu disse para ir para casa, Rubens. O que está fazendo aqui?— Como eu poderia ir quando você estava todo estranho? — Rubens, abaixe sua arma.— Não!! Esse lobo ou… Céus, ela virou um lobo! Aurora continuava rosnando e o rodeando, ela queria apenas uma brecha para atacar. Eu sentia sua impaciência e raiva, mas também hesitação. E pensando bem, se fosse u