- Como está a Jheniffer?- Está bem, Estela. Disse que virá aqui, mais tarde.- Excelente notícia, Apollo.- Ela fará uma hora na casa dois, com o Humberto. Depois, virá pra cá.- Pra te levar pra casa!- Isso mesmo. Pra nossa casa.Eles deixaram o refeitório e voltaram a sala de Estela. Ela fechou a porta e certificou que não havia ninguém próximo a janela. Mesmo assim, ela aproximou sua cadeira com a dele e falou baixinho.- Acredita que o Júlio sabia que eu tinha desmaiado, antes que eu contasse a ele?- Sério? Como?- Alguém daqui falou pra ele, lógico. Entrei no carro, ele perguntou se eu estava bem. Ficou esperando que eu falava sobre a queda de pressão. Na hora, entendi que alguém tinha mandado mensagem a ele.- Certamente, pagou pra algum funcionário da casa um passara informações a ele. Na casa dois tem o Humberto.- Contei que foi devido ao calor. Não falei nada da nossa conversa. Falamos da Bianca, da Renata e da fundação. Quando chamei a Renata de vaca, ficou com raiva. Pe
Logo, o estacionamento da casa um, da fundação Hermann, estava cheio de gente. Os vizinhos, da clínica médica e estabelecimentos próximos, saíram pra ver o ocorrido, devido ao barulho dos tiros. Uma viatura policial chegou.- Graças a Deus. A polícia.Disse Jheniffer a Estela. Os dois policiais foram até elas, sentadas no gramado.- Boa tarde. Melhor, boa noite. Daqui veio um chamado? Casa um, da fundação Hermann?- Sim, policial. Sou advogada, Jheniffer Stuart. Meu namorado ligou para vocês. Houve uma tentativa de assassinato, nesse local, há uns doze minutos.- Certo, doutora. E a vítima?- Só conhecemos seu primeiro nome, Fernando. Ele estava com a Renata, uma antiga funcionária da fundação. Foi readmitida e visitavam a casa.O outro policial tirava fotos da casa do estacionamento, da fundação e do veículo de Fernando, com manchas de sangue. - Silas, por favor, grave o relato da doutora. Começando. Doutora Jheniffer, como tudo aconteceu?- Estávamos indo embora. Apollo e eu, Rena
Estela entrou no hospital e foi ao encontro de Júlio César, abraçando o marido.- Júlio. Nem acredito no que houve.- Eu também, querida. Eles chegaram na moto e atiraram. O garupa tirou uma foto do rapaz, eu vi.- Como está ele?- Apollo falou com um dos médicos. Dos três tiros, dois foram de raspão. Infelizmente, um pegou em cheio, passando pertinho do coração. Está na mesa de cirurgia.- Vamos orar por ele.- É o que nos resta a fazer. Infelizmente, não acertei os malandros que fizeram isso a ele.- Aqueles policiais, falando com a Renata, foram a fundação. Eu e Jheniffer demos nossa versão do ocorrido. Em detalhes.- Certo. Vão querer falar comigo e com Apollo, com toda certeza. Não vi o rosto deles pois estavam de capuz.- A sua reação impediu que atirassem mais vezes no Fernando.- Fernando é o nome dele?- Sim. Foi namorado de Stefany, a advogada amiga da Jheniffer. Por pouco tempo, Jheniffer me disse.- Sério? Que mundo pequeno!Jheniffer abraçou Apollo.- Amor. Sua camisa est
Os pais de Fernando, Valério e Kátia, chegaram ao hospital. Stefany conversou com eles. - Vou apresentá-los a Jheniffer e Apollo. Eles presenciaram o ataque e poderão dar maiores detalhes sobre o ocorrido.- Muito obrigado, Stefany. - É uma fatalidade, senhor Valério. Espero, de todo o coração, que Fernando se recupere.- Se Deus quiser, Stefany. A mãe de Fernando abraçou Stefany.- Pena foi o fato de nosso filho deixar escapar essa moça tão especial. Eles foram até Apollo e Jheniffer. Stefany os apresentou.- Jheniffer, Apollo. Esses são os pais do Fernando. Senhor Valério e dona Kátia. Querem saber mais detalhes do ocorrido e de como está o filho.Jheniffer os cumprimentou.- É um prazer conhecê-los. Sou Jheniffer, advogada. Meu namorado Apollo também poderá esclarecer alguns fatos.Apollo cumprimentou os pais de Fernando.- O que Fernando fazia naquele lugar?- Senhor Valério, seu filho acompanha a Renata, uma funcionária da minha fundação, readmitida.- Uma moça? Apollo apon
Velasco entrou no hotel. Bianca lia uma revista de moda, esparramada na cama.- Querido. Parece nervoso.- E não era pra estar? Estou cercado de incompetentes.- Que fizeram?- O que não fizeram? Paguei uma grana alta pra contratar dois paraguaios, acima de qualquer suspeita. Foram ao Brasil e fizeram o trabalho errado.- Puxa. E agora?- Tenho que apagar provas. Viajar a Assunção.- Mandei alguém de confiança.- Não tenho, querida. Não confio na minha própria sombra.- Nem em mim?Ela ergueu a perna e tocou a virilha dele.- Só em você. Essa sujeira é por você.Ela deu um salto e sentou-se.- Por mim? O que eu fiz?- Se encontrou com aquele idiota, só isso. Sabia que eu não o tolero, não gosto dele e mesmo assim, foi com ele ao terraço do La Boca.- Eu já pedi desculpas.- Não basta. O gerente me garantiu que Apollo foi ao terraço, enquanto lá estavam no rala e rola. Ele desceu e foi embora, rapidinho. Certamente os viu.- Eu não vi nada. Fique tranquilo, Velasco.- Tranquilo? Estou
.Velasco deixou o jatinho, na capital argentina. Ele cumprimentou o piloto. - Gracias, amigo. Isso é para você. Leve a esposa para jantar. O piloto pegou o maço de notas. - Não se preocupe, não são falsas como aqueles dólares da maleta. Já sabe, boca de siri. Ninguém deve saber dessa viagem. - Muito obrigado. Essa viagem nunca aconteceu. - Excelente. Bom descanso. Velasco foi até um ponto de táxi. Meia hora depois, estava no hotel onde Bianca estava hospedada. - Querida, cheguei! - Oi, amor. Como foi? - Bom. Tive um dejavu, há tempos não fazia isso. Os dois esperavam o pagamento, no local combinado. Assistiam futebol, tomando cerveja e se entupindo de porcarias. Pena que jamais saberão que a partida foi para os pênaltis e o Paraguai foi eliminado. - Como eles. - Isso. Precisava ver a explosão. Coisa de cinema, Bianca. Preciso de um banho. O dia amanheceu. Velasco ainda dormia. Bianca tinha acordado bem cedo e ligou para o advogado de Consuelo. - Bom dia, senhorita. Precisa
Olivares parecia perdido.- Que foi? Nunca veio a um lugar desses?- Pra falar a verdade, nunca.- Relaxa. Sempre tem a primeira vez.Ele tirou a gravata. Bianca entrou na suíte. A banheira, a hidromassagem, a cama redonda, os espelhos no teto e laterais do quarto, um jardim interno com cachoeira, a bandeja de frutas sobre uma mesinha, o balde de champanhe com gelo.- Somos amigos agora. Mais que amigos.- Certo. Sempre quis me aproximar de você.- Eu também. Eu o notava.- Verdade?- Sim. Você é alto e forte. Másculo.Bianca o despiu e o puxou para a banheira.- Temos a manhã toda.- Isso é um paraíso.- Você ainda não viu nada.Ela o beijou e se despiu. Eles se amaram intensamente. Bianca e Olivares se entregaram ao prazer e a magia daquele momento. Olivares estava seduzido, aos pés dela, totalmente entregue a paixão. Ela acendeu um cigarro e encheu a taça de champanhe. O advogado suspirou.- Você acabou comigo. Estou fora de forma.- Você foi espetacular.Ele foi até ela e a abraço
Três dias depois, Bruno parou o carro em frente ao condomínio de Daniella. O pôr do sol ao fundo do condomínio de Alphaville. Laerte reparou na grande portaria do local luxuoso.- É aqui que a sua namorada mora?- Sim, papai. É um condomínio de alto padrão mas isso não diz nada, Daniella é de boa, desencanada e humilde. Vai ver.- Não sei, filho. Esses ricos não se misturam, são esnobes. Se tivesse me avisado, teria alugado um terno com o Santiago, o alfaiate do bairro.- Papai, o senhor está muito bem assim, de jeans e camisa pólo. O mais importante é a sua presença.- Vamos voltar pra casa. Esse lugar é muito chique, Bruno. Vão rir da nossa cara. Comecei a usar talheres, garfo e faca, após os dezoito anos. Se tiver lagosta e aquelas coisas gosmentas, não vou comer.- Que coisas gosmentas, dona Ibiraci?- Aquelas lesmas. Nem sei o nome.- Escargot, mamãe.Laerte e a irmã de Bruno riam, no banco traseiro. Kaylane tinha treze anos.- Mamãe, você é uma resenha. Certeza que Daniella vai