Daniella estava emocionada pelo abraço coletivo. Não esperava aquela reação. Até os garçons do Lá Boca a abraçaram e lhe transmitiram energia boa e solidariedade.- Terei que encarar a imprensa, a mídia e os paparazzi agora.- Você é mais forte que imagina, Daniella. Estaremos aqui, só ligar e iremos lhe apoiar.Apollo a abraçou. - Muito obrigada, Apollo. Abriu seu apartamento, seu coração. Posso chamá-lo de amigo?- Sim. Eu ganhei uma amiga. Humberto vibrou.- Apollo. Gente. Nunca tivemos tantas doações pra fundação. A live foi um sucesso.Bianca abraçava e agradecia a cada um. Ela parou em frente a Jheniffer.- Amei sua palestra, Jheniffer. Brilhante.- Obrigada, Bianca. É a realidade, infelizmente. A mulher sofre demais, em nosso país.- No meu também. Veja as mães da praça de Maio. Tantos filhos desaparecidos no período da ditadura.Elas se abraçaram. O telefone de Daniella tocou. Eram seus pais, preocupados. Uma vídeo chamada.- Sim. Foi o Gustavo, papai. Fiz o boletim. O olho
Stefany, na mansão de Daniella, respondeu a mensagem de Jheniffer.- Que bom que chegou bem. Daniella escolheu um filme mas apagou, dez minutos após o início. Já está roncando. Nem tomou o milk shake de morango. - Foi um dia puxado pra ela.- Sim. Vou desligar a tevê e dormir. Beijos.- Beijos, Stefany. Estou pronta pra dormir.No apartamento de Apollo, a equipe do restaurante Lá Boca tinha acabado de sair. Apollo os acompanhou até a recepção. Bianca e Estela ajudavam os amigos de Humberto na desmontagem da aparelhagem da live. - Vou ligar para o Júlio César me buscar.- Se quiser, podemos deixá-la em sua casa, Estela. - Está bem, Humberto. Eu agradeço.Apollo retornou ao apartamento.- A imagem de Daniella está na internet e noticiários da tevê. - O grupo da fundação está sugerindo uma campanha com ela. Seria uma boa, Apollo.- Tenho quase certeza que essa idéia veio de Consuelo, Humberto. Ela ficou encantada com Daniella. Ainda não vi os números de doações. Estou ansioso.Aparel
Apollo esfregou os olhos novamente, querendo não acreditar no que via. Bianca estava nua, ao seu lado. Ela se espreguiçou.- Bom dia. Ela rolou sobre ele. - Bom dia, não. Ótimo dia, Apollo. E esse raio de sol sobre nós?- Pois é. O astro rei está nos dizendo que o dia nasceu há horas. Não vimos o espetáculo do sol.- Porque estávamos ocupados. Dormi feito uma pedra.Ele observou seu pijama, no chão com as almofadas. - Nós dois, aqui no sofá. Adão e Eva, sem as folhas de parreira cobrindo as partes. Aconteceu o que eu estou pensando?- Bobo. Não se lembra?- Não. Me lembro de ir para o sofá, ontem a noite. O bolo. O refrigerante com gelo. - Eu com a camisola transparente. O apartamento na penumbra. Os dois cansados.- Me lembro de ter perguntado se estávamos a sós. Eu caí no sofá. Minha cabeça ainda dói.- Você me puxou pelo braço. Veio com seu corpanzil e me dominou. Nos beijamos.- Sério?! Me desculpe.Bianca mostrou o braço roxo.- Você sempre me respeitou. Nunca olhou pra mim
Apollo foi para o escritório.- Oi, Apollo. Tudo bem?- Tudo bem, graças a Deus. E com você?- Tudo bem também. Poderia ser melhor.- Sim. Sempre buscamos melhorar. A melhora acontece quando somos gratos por aquilo que temos.- Esse é o motivo da minha ligação. Mostrar minha gratidão a você. Em outras palavras, o que vai fazer a noite?- Eu? Que surpresa. - Está surpreso porquê?- Um convite seu. Me pegou de calças curtas. - Pensei na gente, sabia ? Quer sair pra jantar?Apollo passou a mão nos cabelos.- Eu adoraria mas.Ela não o deixou terminar.- Sabe o que estou com vontade? Pegar um podrão. - Sério. Estou pensando nisso há tempos. Naqueles treilers de lanches, nas praças. Um lanche com tudo dentro, hambúrguer duplo, ovo, alface, maionese, tomate, azeitona, milho, mussarela e presunto.- Bacon. Muito bacon.- Sim. Tomando coca cola.- É. Depois a gente poderia ir numa sorveteria. Amo vaca preta.- Nossa, eu adoraria mas tenho que gravar vinhetas e programas, hoje a noite. N
- Que acha da gente sair pra jantar?- Eu sugiro algo mais simples e leve, ainda mais depois de uma feijoada, se não se importar.- Concordo, Apollo. Uma comida caseira?- Sim, Bianca. Pensei num arroz branco, peito de frango grelhado e antepasto de beringela. Que acha?- Perfeito. Você cozinha super bem. É bom em tudo que faz.- Obrigado. Vou começar a fazer a janta, então. Temos que estar bem para gravar as vinhetas.- Em que posso ajudá-lo?- Pode ligar para o Júlio César nos pegar, às dezoito horas e quarenta, por favor.- Certo.Após o jantar, Apollo recebeu a ligação de Júlio César, avisando que já estava na portaria do prédio. Apollo e Bianca desceram e Júlio os levou para a rádio. As gravações, as pausas, os acertos e erros, demorou mais que o esperado. Apollo e Bianca saíram tarde da rádio.- Está pensativo.- Cansado, minha cara. Feliz por ter renovado o estoque de vinhetas. Graças a você.- Graças a você também. Não se esqueça de me enviar as cópias.Júlio César observav
Bianca despertou. Estranhou que Apollo não estivesse na cama.-Que estranho. Cadê esse homem?Ela foi até a cozinha. Apollo estava passando o café.- Bom dia. Já acordou?- Bom dia, Bianca. Pulei às sete horas. Fiz uma caminhada e comprei pão quentinho.Ela o abraçou por trás.- Que delícia. Vou sentir falta de tudo isso.- Sinal que estou agradando.- Muito. Me arrependo de não ter vindo antes ao Brasil. Vai trabalhar hoje?- Sim. Estela vai passar aqui. Temos que ir a embaixada do Haiti. Vamos apoiar o programa Médicos Sem Fronteiras. Tenho uma reunião com eles, ao meio dia.- Um almoço de negócios.- Isso. A tarde, irei até a casa um. Jheniffer, a advogada, começará hoje como voluntária. Tenho que levar uma cadeira nova para a sala dela.- Já reparou que, nas nossas conversas, essa Jheniffer sempre aparece? Se ela não está na conversa, você a coloca.- Não reparei. Já que a citou, estive pensando em colocá-la como administradora geral no Brasil. Isso após um tempo como voluntária,
Apollo voltou ao restaurante.- Senhor Apollo. Deseja alguma coisa?Ele estava pálido. O gerente o segurou.- O senhor está bem? Encontrou quem procurava?- Não, Manolo. Se alguém lhe perguntar, eu não estive aqui, certo?- Está bem.Apollo saiu. A calçada. Precisava respirar. Ele nem ligou para a chuva e andou até uma praça. Um ponto de táxi. Queria ir pra casa.Jheniffer e Stefany chegaram ao condomínio de Daniella. Para surpresa delas, Daniella estava com Natasha.- Amigas, essa é a Natasha, minha ex assessora. Jheniffer e Stefany a cumprimentaram.- Essas são as minhas advogadas e amigas, Jheniffer e Stefany. - É um prazer. Assisti a live. Vocês duas foram brilhantes.- Obrigada, Natasha. Respondeu Jheniffer. - Bem, chamei a Natasha aqui pois queria me desculpar. Fui rude com ela. Nossa amizade é antiga e ela me ajudou muito, no meu início de carreira. A fim de me redimir, indiquei-a para ser assessora da minha amiga, a modelo colombiana Latoya.- Isso é muito legal de sua par
- A cadeira está confortável?- Sim, Apollo. É muito macia e confortável. Muito obrigada.- Fico feliz por isso, Jheniffer.- Mas não vou ficar aqui sentada direto ou vou dormir nessa cadeira, com esse barulhinho do ventilador. Vou andar pela casa um e interagir com as pessoas.- Tem razão. É novidade no início, depois as visitas vão diminuindo.Humberto e Bianca entraram.- Ouvi bem? Jheniffer quer interagir e ajudar em outras áreas? Isso é sensacional. Precisamos de voluntários na sala de artes, na creche, na capela, na cozinha e nos jardins da casa.- Pode contar comigo, Humberto.Bianca encostou em Apollo. Ela colocou a mão no antebraço dele.- Jheniffer tem tudo para alçar altos vôos na fundação, não acha?- Com certeza. Viu como todos se aproximaram? É um ótimo sinal.Apollo quis afastar a argentina mas permaneceu imóvel. Pensou que não seria boa idéia. Tinha de manter a calma, não denunciar que sabia da relação de Bianca e Júlio César. Essa informação era preciosa e só dele.