Jheniffer estava admirada ao ver Caíque com Apollo, na academia.- Caíque. Que surpresa boa. Apollo o arrastou pra cá?- Mais ou menos, Jheniffer. Há tempos queria malhar mas a preguiça vencia. Ver o Apollo achar um tempinho na sua agenda cheia me incentivou. - Que legal. Guilherme se aproximou e levou Caíque até seu primeiro aparelho, a esteira. O instrutor colocou a mão no antebraço de Caíque.- Não precisa ficar me tocando, Guilherme.- Me desculpe. Vai começar pelos exercícios aeróbicos, pegar condicionamento. Tudo com calma e paciência. Não é de um dia para o outro que se consegue um shape legal.- Certo, Guilherme.- Dez minutos de esteira, depois fará dez na ergométrica. Um pouco de pernas e abdominal pra terminar. - Muito obrigado, Guilherme.Apollo observava Caíque e Guilherme de longe. Jheniffer veio até ele.- Como foi em Chapecó?- Tudo bem. Um obstáculo surgiu e foi solucionado, graças a um bom amigo. E com você? Passou bem?Apollo olhou bem para ela, focando nos lábio
Gustavo colocou duas pedras de gelo no copo de whisky. As mãos tremiam. - Um último gole. Olhou para a cama arrumada. O empresário decidiu descer pela escada, talvez saboreando seus últimos momentos na mansão. Ele sabia, no íntimo, o que o esperava. Tinha errado feio com a mulher. Muito feio. Daniella era conhecida, nacional e internacionalmente. Ela poderia acabar com ele num estalar de dedo, revelando o que fato a imprensa. A presença da polícia era uma constatação de que ela estava disposta a tudo. Gustavo esperava que ela voltasse sozinha e aceitasse seu pedido de desculpas. Que aceitasse o buquê. Que lhe desse outra chance, outra oportunidade pra melhorar como marido e companheiro. Ele tinha ensaiado um discurso de que se esforçaria pra não ser tão ciumento. - Gustavo. Dessa vez você se lascou. As brigas eram constantes mas nunca chegaram a agressão física, como agora. Daniella sempre ia embora pra casa dos pais ou de alguma amiga mas sempre voltava. Dessa vez, ele machu
- Caraca! Esse seu closet é metade do meu apartamento.Jheniffer deu a mão para Stefany, ao entrarem no quarto de Daniella. A porta dupla do closet, que tinha a foto de dois metros da modelo, se abriu. Stefany olhava tudo, embasbacada.- Meu, é outro patamar. Imagina o closet da Naomi Campbell ou da Gisele Bundchen? Tem uma loja de sapatos aqui, Daniella. Você tem noção?- Ainda não estou entre as dez modelos mais bem pagas do mundo, Stefany. Tenho a consciência que é muito luxo e ostentação mas é consequência do meu trabalho. Faz parte.Stefany fez uma careta para Jheniffer.- E ela fala isso com essa tranquilidade? Faz parte? Olha esse mármore italiano, o porcelanato, tem espelho por todo lado. Essas luminárias lindas. É o sonho de toda mulher ter um closet assim, tão espaçoso com tudo no lugar.Daniella pegou o porta retrato, dela com Gustavo, e colocou a foto pra baixo. - Todo bônus tem um ônus. Abdiquei de muita coisa pra estar aqui.Ela abaixou a cabeça. Jheniffer e Stefany a
Apollo chamou a atenção de todos.- Nossa live começará em cinco minutos. Estaremos em dupla, no sofá. Trocaremos de dupla, a cada vinte minutos, sempre com uma música de Humberto e Caíque, nos intervalos. Quem não estiver no sofá, fique a vontade pra interromper e contribuir pra conversa. Alguma pergunta?Ninguém tinha pergunta a fazer. Apollo e Bianca sentaram-se. A câmera posicionada. As luzes. Jheniffer e Stefany estavam no quarto de Apollo, retocando o batom. - Você quer minha ajuda, durante seu tempo na live?Jheniffer olhava para a cama.- Jheniffer? Você está no mundo de Nárnia? - O que disse?- Se quer minha ajuda, durante a live? Jheniffer sentou-se na cama.- Pode ser. Temos muito assunto. Violência contra a mulher é um tema amplo. - De fato. Há muitos tipos de violências. Melhor a gente ir pra sala.- Vamos. Esse quarto está quente.- Amiga, o ar condicionado está no máximo, muito frio. As suas lembranças é que estão calientes, isso sim. Estela estava parada na ent
Daniella estava emocionada pelo abraço coletivo. Não esperava aquela reação. Até os garçons do Lá Boca a abraçaram e lhe transmitiram energia boa e solidariedade.- Terei que encarar a imprensa, a mídia e os paparazzi agora.- Você é mais forte que imagina, Daniella. Estaremos aqui, só ligar e iremos lhe apoiar.Apollo a abraçou. - Muito obrigada, Apollo. Abriu seu apartamento, seu coração. Posso chamá-lo de amigo?- Sim. Eu ganhei uma amiga. Humberto vibrou.- Apollo. Gente. Nunca tivemos tantas doações pra fundação. A live foi um sucesso.Bianca abraçava e agradecia a cada um. Ela parou em frente a Jheniffer.- Amei sua palestra, Jheniffer. Brilhante.- Obrigada, Bianca. É a realidade, infelizmente. A mulher sofre demais, em nosso país.- No meu também. Veja as mães da praça de Maio. Tantos filhos desaparecidos no período da ditadura.Elas se abraçaram. O telefone de Daniella tocou. Eram seus pais, preocupados. Uma vídeo chamada.- Sim. Foi o Gustavo, papai. Fiz o boletim. O olho
Stefany, na mansão de Daniella, respondeu a mensagem de Jheniffer.- Que bom que chegou bem. Daniella escolheu um filme mas apagou, dez minutos após o início. Já está roncando. Nem tomou o milk shake de morango. - Foi um dia puxado pra ela.- Sim. Vou desligar a tevê e dormir. Beijos.- Beijos, Stefany. Estou pronta pra dormir.No apartamento de Apollo, a equipe do restaurante Lá Boca tinha acabado de sair. Apollo os acompanhou até a recepção. Bianca e Estela ajudavam os amigos de Humberto na desmontagem da aparelhagem da live. - Vou ligar para o Júlio César me buscar.- Se quiser, podemos deixá-la em sua casa, Estela. - Está bem, Humberto. Eu agradeço.Apollo retornou ao apartamento.- A imagem de Daniella está na internet e noticiários da tevê. - O grupo da fundação está sugerindo uma campanha com ela. Seria uma boa, Apollo.- Tenho quase certeza que essa idéia veio de Consuelo, Humberto. Ela ficou encantada com Daniella. Ainda não vi os números de doações. Estou ansioso.Aparel
Apollo esfregou os olhos novamente, querendo não acreditar no que via. Bianca estava nua, ao seu lado. Ela se espreguiçou.- Bom dia. Ela rolou sobre ele. - Bom dia, não. Ótimo dia, Apollo. E esse raio de sol sobre nós?- Pois é. O astro rei está nos dizendo que o dia nasceu há horas. Não vimos o espetáculo do sol.- Porque estávamos ocupados. Dormi feito uma pedra.Ele observou seu pijama, no chão com as almofadas. - Nós dois, aqui no sofá. Adão e Eva, sem as folhas de parreira cobrindo as partes. Aconteceu o que eu estou pensando?- Bobo. Não se lembra?- Não. Me lembro de ir para o sofá, ontem a noite. O bolo. O refrigerante com gelo. - Eu com a camisola transparente. O apartamento na penumbra. Os dois cansados.- Me lembro de ter perguntado se estávamos a sós. Eu caí no sofá. Minha cabeça ainda dói.- Você me puxou pelo braço. Veio com seu corpanzil e me dominou. Nos beijamos.- Sério?! Me desculpe.Bianca mostrou o braço roxo.- Você sempre me respeitou. Nunca olhou pra mim
Apollo foi para o escritório.- Oi, Apollo. Tudo bem?- Tudo bem, graças a Deus. E com você?- Tudo bem também. Poderia ser melhor.- Sim. Sempre buscamos melhorar. A melhora acontece quando somos gratos por aquilo que temos.- Esse é o motivo da minha ligação. Mostrar minha gratidão a você. Em outras palavras, o que vai fazer a noite?- Eu? Que surpresa. - Está surpreso porquê?- Um convite seu. Me pegou de calças curtas. - Pensei na gente, sabia ? Quer sair pra jantar?Apollo passou a mão nos cabelos.- Eu adoraria mas.Ela não o deixou terminar.- Sabe o que estou com vontade? Pegar um podrão. - Sério. Estou pensando nisso há tempos. Naqueles treilers de lanches, nas praças. Um lanche com tudo dentro, hambúrguer duplo, ovo, alface, maionese, tomate, azeitona, milho, mussarela e presunto.- Bacon. Muito bacon.- Sim. Tomando coca cola.- É. Depois a gente poderia ir numa sorveteria. Amo vaca preta.- Nossa, eu adoraria mas tenho que gravar vinhetas e programas, hoje a noite. N