Apollo e Bianca desceram do carro de aplicativo, em frente ao prédio onde o rapaz morava.- Chegamos, Bianca. - Gostei. É um lindo edifício.- Espero que aprecie o apartamento. Não é luxuoso mas é aconchegante.- Está ótimo, querido. Na sua companhia, qualquer lugar fica excelente. Gratidão por tudo.Eles entraram. Apollo levou as malas. Três mulheres e um entregador pediram para eles segurarem a porta do elevador, no térreo. Apollo foi rápido.- Muito obrigado, moço. Você é muito gentil.Disse uma das mulheres a ele. Apollo sorriu. O elevador lotado. Bianca puxou sua mala e encostou seu corpo no dele. O elevador trepidou e Bianca segurou no antebraço de Apollo. Há quase dois anos eles não se viam. Bianca, sobrinha de Consuelo, começou como voluntária na fundação, em Buenos Aires. Depois de dois anos, foi alçada ao posto de administradora de uma das casas na capital argentina. Por esse motivo, ficou mais próxima de sua tia Consuelo e de Manoela. Apollo sorriu para ela. Após a mor
Apollo pegou a carteira e as chaves do apartamento.- Mandaram pelo aplicativo que nosso almoço chegará em vinte minutos, Bianca. Vou descer.- Eu esperaria aqui, Apollo. A portaria não avisa, quando o motoboy chegar?- Sim, mas não acho legal deixá-lo esperando. Muitas vezes, eles deixam a moto em locais onde estão sujeitos a multas. Talvez o porteiro esteja ocupado ou fora da recepção pra me avisar. Prefiro descer e aguardar. Receber minha encomenda tranquilamente. - Pensando por esse lado, você está certo. A maioria não pensa assim.- Exato. Devemos pensar no próximo. Aliviar-lhes o fardo. Com licença.Apollo saiu do apartamento. Ao retornar, Bianca tinha montado a mesa.- Obrigado por ter montado a mesa, Bianca.- Devemos aliviar o fardo do próximo. Que cheiro maravilhoso.- É bife ancho e costeletas assadas. A melhor carne argentina. Mandaram pastelitos, arroz e salada. Temos alfajores e brigadeiros pra sobremesa.- Maravilha. Brigadeiro é uma iguaria brasileira que eu amo.- E
Apollo saiu de seu quarto. Estava de calça jeans e camisa social.- Bianca. Estou pronto.A moça saiu, de vestido longo marsala.- Como estou?Apollo sorriu.- Deslumbrante. Acho que vou colocar um blazer, pra ficar a sua altura.- Você está lindo. Será apenas um passeio entre amigos.O celular dele tocou.- É a Estela. Já está lá embaixo, com Júlio César.- Vamos, Apollo. Será uma noite agradável.Assim que chegaram a recepção, o veículo de Humberto e Caíque estacionou, atrás do carro de Júlio César.- Veja, Estela. São Humberto e Caíque.- Que surpresa boa. Não sabia que vinham.Os dois rapazes cumprimentaram Apollo e Bianca, na calçada do edifício.- Boa noite. Essa é Bianca Hermann. Esses são Humberto e Caíque. - Boa noite. Prazer, Humberto. - Boa noite, Bianca. Apollo falou muito bem de você, Humberto. Faz um belo trabalho na fundação.Bianca cumprimentou Caíque.- Você é o famoso Caíque. Tenho muito o que aprender com você. Apollo o elogia constantemente.- Isso é um bom sin
Jheniffer e Daniella saíram da pizzaria. - Obrigada pelo jantar. Espero retribuir sua gentileza, qualquer dia.- Desculpe a minha emoção. É tudo tão recente. Meus pais moram em Santa Catarina. Ainda não sabem de nada do que aconteceu. Não quero voltar pra casa e ver o meu marido.- Entendo. O correto é fazer um boletim de ocorrência. Tem que cuidar desse olho, Daniella. A moça começou a chorar. Jheniffer a abraçou.- Deixa eu cuidar de você. Vai ficar tudo bem. Onde está seu carro?- Vim num carro de aplicativo. Eu moro em Alphaville.- Certeza que não quer ir pra casa?- Absoluta. Meus vizinhos são celebridades, gente da tevê. Alguns fotógrafos acampam na rua, na entrada do condomínio, a espera de uma foto, um furo de reportagem.- Posso chamar meu amigo policial? Ele será discreto. Vai agilizar o boletim. Temos que ir ao hospital pra cuidar de seu olho.- Tudo bem.- Se quiser, pode ficar no meu apartamento.- Muito obrigada. Quero sim. Você vai comigo, a delegacia?- Sim. Estar
Apollo tirou a mesa do almoço.- Desse jeito, vou engordar tanto que terei de retornar a Argentina numa carroceria de uma carreta. Esse é o melhor escondidinho que já comi. - Obrigado pelo elogio. Comprei essa carne seca no mercadão. A culpa é sua pois você demorou uma década pra nos visitar, Bianca. - Estela nos convidou para almoçar amanhã , na casa dela. Vai fazer feijoada, que eu amo.- Com direito a caipirinha, farofa, torresminho, couve picada, vinagrete, laranja e samba. Estela cozinha muito bem. Minhas papilas gustativas já estão ansiosas.- Vou ligar para o Humberto. Temos que preparar a live. Trazer os equipamentos pra cá. Vou passar rapidamente pelas casas da fundação.- Ótimo. Vou lhe dar as cópias das chaves do apartamento e um controle remoto da garagem. Tenho que ir a Receita Federal. Irei a academia, a tarde.- Certo. Vou precisar do motorista, Júlio César.- Isso. Ligue pra ele. Me sinto mais seguro, sabendo que estará com o Júlio. Bianca ligou para o motorista. A
Jheniffer estava admirada ao ver Caíque com Apollo, na academia.- Caíque. Que surpresa boa. Apollo o arrastou pra cá?- Mais ou menos, Jheniffer. Há tempos queria malhar mas a preguiça vencia. Ver o Apollo achar um tempinho na sua agenda cheia me incentivou. - Que legal. Guilherme se aproximou e levou Caíque até seu primeiro aparelho, a esteira. O instrutor colocou a mão no antebraço de Caíque.- Não precisa ficar me tocando, Guilherme.- Me desculpe. Vai começar pelos exercícios aeróbicos, pegar condicionamento. Tudo com calma e paciência. Não é de um dia para o outro que se consegue um shape legal.- Certo, Guilherme.- Dez minutos de esteira, depois fará dez na ergométrica. Um pouco de pernas e abdominal pra terminar. - Muito obrigado, Guilherme.Apollo observava Caíque e Guilherme de longe. Jheniffer veio até ele.- Como foi em Chapecó?- Tudo bem. Um obstáculo surgiu e foi solucionado, graças a um bom amigo. E com você? Passou bem?Apollo olhou bem para ela, focando nos lábio
Gustavo colocou duas pedras de gelo no copo de whisky. As mãos tremiam. - Um último gole. Olhou para a cama arrumada. O empresário decidiu descer pela escada, talvez saboreando seus últimos momentos na mansão. Ele sabia, no íntimo, o que o esperava. Tinha errado feio com a mulher. Muito feio. Daniella era conhecida, nacional e internacionalmente. Ela poderia acabar com ele num estalar de dedo, revelando o que fato a imprensa. A presença da polícia era uma constatação de que ela estava disposta a tudo. Gustavo esperava que ela voltasse sozinha e aceitasse seu pedido de desculpas. Que aceitasse o buquê. Que lhe desse outra chance, outra oportunidade pra melhorar como marido e companheiro. Ele tinha ensaiado um discurso de que se esforçaria pra não ser tão ciumento. - Gustavo. Dessa vez você se lascou. As brigas eram constantes mas nunca chegaram a agressão física, como agora. Daniella sempre ia embora pra casa dos pais ou de alguma amiga mas sempre voltava. Dessa vez, ele machu
- Caraca! Esse seu closet é metade do meu apartamento.Jheniffer deu a mão para Stefany, ao entrarem no quarto de Daniella. A porta dupla do closet, que tinha a foto de dois metros da modelo, se abriu. Stefany olhava tudo, embasbacada.- Meu, é outro patamar. Imagina o closet da Naomi Campbell ou da Gisele Bundchen? Tem uma loja de sapatos aqui, Daniella. Você tem noção?- Ainda não estou entre as dez modelos mais bem pagas do mundo, Stefany. Tenho a consciência que é muito luxo e ostentação mas é consequência do meu trabalho. Faz parte.Stefany fez uma careta para Jheniffer.- E ela fala isso com essa tranquilidade? Faz parte? Olha esse mármore italiano, o porcelanato, tem espelho por todo lado. Essas luminárias lindas. É o sonho de toda mulher ter um closet assim, tão espaçoso com tudo no lugar.Daniella pegou o porta retrato, dela com Gustavo, e colocou a foto pra baixo. - Todo bônus tem um ônus. Abdiquei de muita coisa pra estar aqui.Ela abaixou a cabeça. Jheniffer e Stefany a