- Cadê você, Apollo?- Quase chegando ao hotel, Jheniffer. Visitamos três museus e estamos famintos.- Nós também. Estamos no táxi, perto do destino. A gente se vê daqui a pouco.- Com certeza, querida. O trânsito está um pouco travado mas estaremos dentro do horário programado.- Beijos, amor.- Outros, Jheniffer.Apollo, Wellington e Bruno deixaram o táxi e entraram no hotel. Cada um deles com sacolas de souvenirs.- Como esconder esses chapéus enormes? Elas vão sacar na hora que as vimos em Chinatown, Apollo.- Verdade, Bruno. Vou pedir para a recepcionista guardar para nós, aqui na portaria. Os pegaremos quando formos ao aeroporto.- Otima idéia. Certamente, as garotas vão falar do passeio e dos turistas, vestidos com mexicanos, que tiraram fotos com elas.Eles subiram logo depois. Jheniffer e Stefany estavam no quarto de Daniella, conversando. Bruno chamou Apollo e Wellington.- Aonde vão? As garotas estão aqui, no nosso quarto.Eles entraram. Jheniffer se levantou. Ela abraçou
Wellington olhou pela janelinha do avião. A ilha de Manhattan lá embaixo. Ele olhou para Apollo, do outro lado com Jheniffer. Os olhares se cruzaram. Eles menearam as cabeças, sorrindo como um código, uma afirmação de que aquele passeio tinha sido maravilhoso. Ele apertou a mão de Stefany, de olhos fechados.- Já decolamos, amor.- Graças a Deus. Tenho medo só quando o avião alça vôo. O resto é tranquilo.Daniella e Bruno reviam as fotos da viagem. - Ainda não acredito que esses mexicanos fajutos eram vocês. Que raiva. Como não reconhecemos nossos namorados?- Por causa dos disfarces, amor. Os chapéus grandes, o bigode grosso, as mantas e óculos escuros. Além disso, somos ótimos atores.- Atores? Vocês três? Vou fingir que acredito, Bruno.Jheniffer postou fotos nas redes sociais. A legenda, volta pra casa. Em Buenos Aires, Velasco desceu do seu carro, na mansão da fundação Hermann. Ele pegou as duas malas no carro.- Boa noite, querida. Linda noite.- Ótima noite, querido. Linda e e
Jheniffer saiu do carro de aplicativo. Apollo pagou a corrida e pegou as duas malas, com a ajuda do motorista. Eles entraram no condomínio.- Em casa, finalmente.- Graças a Deus, querido.Passaram pela recepção e acessaram o elevador. Pouco depois, Jheniffer abriu o apartamento e se jogou no sofá. Apollo fechou a porta e abriu as cortinas.- Cheiro de limpeza. Dona Celeste veio aqui e deixou tudo limpinho.- Verdade, amor. Aquela mulher é um anjo. Amanhã buscarei o meu Théo.- Saudades do nosso gato?- Com certeza, Apollo. Viajar é muito bom mas não há lugar melhor que a casa da gente.- Isso é a mais pura verdade, Jheniffer. O lugar ou hotel, mais caro ou luxuoso que seja, por mais que nos deixem a vontade jamais se compara ao nosso lar. Stefany abraçou a mãe. Dona Celeste estava aliviada, com a volta da filha e do genro.- Nem sabem o quanto rezei pra voltarem bem da viagem. Que alívio.- Deu tudo certo, mamãe. Uma viagem maravilhosa.Ela abraçou Wellington.- Sua cara não esconde
Consuelo deu a mão ao piloto do iate. Ela subiu na embarcação luxuosa. O vento forte quase levou seu chapéu. Ao tentar segurar, derrubou os óculos escuros. A outra mulher deu uma gargalhada.- Do que está rindo, Cacilda?- Ainda pergunta, Consuelo? Da sua falta de habilidade e coordenação motora.- Não há motivo. Sempre fui assim, desde que éramos crianças. Eu sempre primei pela regularidade, era péssima em peteca, voleibol, handebol, golfe e natação.- Tenho que admitir mas nunca a invejei por isso. Quase consegue perder o chapéu e os óculos, ao entrar no iate.- Verdade. Se usasse dentadura ou prótese também teriam caído. - Felizmente, é uma excelente empresária.- A vida é assim, amiga. Ruim nos esportes, sortuda nas finanças. Infeliz no amor, bem sucedida no dinheiro. Não dá pra ser melhor em tudo. Já pensou se o Messi tivesse nascido com a cara do Beckham ou do Tom Cruise? O iate saiu do porto de Lá Union. O chefe de cozinha veio até elas.- A lagosta é de seu agrado, comend
Ariel deixou a sede da associação. Estava disposto a ir pra casa e relaxar. A caminho de seu carro, desfez o nó da gravata. Na calçada, nem percebeu a aproximação de dois rapazes.- Quieto. Entra no carro vermelho.Ele sentiu o cano da arma nas costas e obedeceu.- Por favor. Levem meu Rolex, é só o que tenho.Ele foi empurrado pra dentro de um veículo, já com as portas abertas. Um homem o emcapuzou, assim que caiu no banco traseiro. O outro o amarrou nas mãos e pés com rapidez e destreza incomum. O veículo deixou o centro de Lá Union.- Pegamos o coelho. O controle remoto está aqui.Carlos sorriu. Era a senha que confirmava que Ariel tinha sido raptado. Seu celular estava nas mãos de seus homens. Era questão de tempo para Carlos destruir o aparelho e eliminar Ariel. - Voe, passarinho.Ariel estava trêmulo e chorava compulsivamente. Os quatro homens apontavam para ele, a beira do alto de um prédio abandonado.- Escolha. Pule ou será feito de peneira por nós.- O que diz a vocês? Um
Velasco e o pai de Bianca foram a Lá Union. Quando lá chegaram, se depararam com Olivares e outros três diretores da fundação Hermann, que já cuidavam da liberação do corpo de Consuelo. Junto deles, o carro e agentes funerários da capital argentina.- Obrigada por cuidar de tudo, querido.- Não se preocupe, Bianca. Falamos com as autoridades da capital e sua tia terá todas os preparativos necessários, nessa hora difícil. - Certo. O presidente me ligou e ofereceu o salão nobre da sede do governo, na Casa Rosada, para o funeral mas disse que o melhor lugar ainda é na fundação que ela amava.- Justo, apesar de sua tia ter sido vereadora e deputada, era a figura maior da fundação Hermann. Estou no IML de Lá Union. Logo será liberado o corpo.- Velasco, que bom ter você do meu lado. Vou me deitar pois estou grogue pelos remédios.- Repouse, Bianca. Beijos.Apollo ligou e conseguiu um vôo para Buenos Aires.- Sairemos às dezenove horas, Jheniffer.- Perfeito, amor. Coloquei seu terno pret
Apollo colocou a mala sobre a cama do quarto de hotel.- Não é melhor ligar pra mansão e anunciar a nossa chegada?- Ah, não mesmo, Jheniffer. Consuelo já havia se mudado para uma casa menor. Pra falar a verdade, nem sei onde estava ultimamente. Bianca e a família se mudaram pra mansão, após a saída de Consuelo da presidência.- Puxa. Deve ter alguém da fundação, um empregado pra dar alguma notícia. Estamos no escuro.- Estamos a par pelas redes sociais.- Nesses casos, a polícia faz uma averiguação da área do desastre, junto com a marinha, eu creio. Os corpos devem ser periciados antes da liberação a funerária e posteriormente a família. Não é tão simples.Apollo pegou o celular.- Me deu uma ótima idéia, Jheniffer.Ele ligou. Apollo deixou o aparelho no viva voz.- Pronto. Aguirre.- Olá, meu caro. - Quem fala?- Não conhece mais a minha voz? Puxa, magoei.- Apollo?- O mesmo. Aguirre, velho amigo.- Puxa vida. Me perdoe por não o reconhecer, senhor Apollo. Estou a base de remédios
Bianca e sua família não tinham muita informação sobre o andamento dos fatos em Lá Union. Nenhuma novidade sobre a liberação do corpo de Consuelo. - Não há muito o que fazer aqui, Damiana. - Verdade, Apollo. Vamos?- Sim. Vamos jantar.Eles se despediram e deixaram a mansão.- Bianca está pálida. Olheiras profundad de quem chorou muito.- Verdade, Jheniffer. Você foi muito atenciosa e carinho com ela.- Não tenho nada contra ela e nada a favor. É o momento difícil que está passando que respeito.- De fato. Tudo que ela aprendeu deve a Consuelo. A história na fundação, os estudos na Europa, as regalias. Consuelo a enchia de mimos e agrados.Eles chegaram ao restaurante.- Os refugiados estão preparando uma homenagem a Consuelo, segundo a Bianca.- Legal, Damiana. Há um grande telão, na sede da fundação. Podemos colocá-lo na sala nobre, onde certamente estará o caixão. Posso selecionar dezenas de fotos dela, com uma bela trilha sonora ao fundo.- Ótima idéia, Apollo. Sabe a música pr