Cinco bolsas de sangue depois e eu ainda não estava satisfeita.
Fiquei na despensa por mais uma hora, sem ninguém me achar. Sentada no chão, segurando os joelhos junto ao peito, olhando para a fina faixa de luz que passava por baixo da porta, vendo alguns empregados passarem por ali e ignorarem a minha presença.
Quando saí, corri novamente usando a minha maravilhosa velocidade imortal. Os empregados só repararam na brisa que folheou um livro de receitas sobre a bancada da cozinha.
Corri para o quarto no terceiro andar, passando por pessoas nos corredores que também só sentiram uma leve brisa e talvez viram um borrão bege passando. O quarto estava vazio e arrumado, com o edredom perfeitamente esticado sobre a cama e os travesseiros já afofados.
Tomei um banho, coloquei uma camisola comprida, que tampava até meus tornozelos, com mangas que iam até meus pulsos, sem nenhum decote, e grossa o suficiente para fazer parecer que eu estava usando mais de uma c
Wayne não brigou comigo. Ele não gritou com ninguém, como achei que faria. Apenas se levantou, chamou William e Muriel e saiu com eles da sala de jantar, deixando-me sozinha com Waldrich, Warren e Dalary.Sentei-me novamente na cadeira no mesmo instante em que a menina com roupas cinzas entrava na sala trazendo a bolsa de sangue e a taça de vinho que eu pedi.Ela colocou minha refeição à minha frente, perguntou se eu queria mais alguma coisa e depois se retirou quando balancei a cabeça negativamente.- Achei que Wayne fosse arrancar a sua cabeça – disse Dalary, recostando-se na cadeira e enchendo uma taça com vinho de verdade, enquanto eu olhava para a minha bolsa de sangue.- Também achei – concordei.Warren balançou a mão sobre a mesa para chamar a minha atenção. Ele começou a fazer os sinais assim que meus olhos pousaram ne
Segui Dalary até o terceiro andar. Subimos em silêncio. Ela não me repreendeu por estar tão próxima de Waldrich em frente a casa. Ela parecia não se importar com isso. - Eu estou encrencada? – perguntei quando ela virou no corredor que levava para meu quarto. - Não sei. Wayne pediu que eu a levasse até o quarto e a ajudasse a trocar de roupa. Não havia grosseria em sua voz, apenas falta de interesse. Ela só estava fazendo aquilo que havia sido ordenada. Eu sabia que se pudesse escolher, teria se negado. Dalary evitava olhar na minha direção, mas ter trocados aquelas poucas palavras comigo já era alguma coisa. Pelo menos ela não estava me ameaçando de morte e não havia se importado por eu ter passeado com seu marido pela casa sem ela por perto. Entramos no meu quarto e Dalary demorou alguns segundos olhando ao redor. - É maior que o meu – sussurrou ela, mais para si mesma. Ela deu mais alguns passos para frente e admirou a enorme cama q
William e eu não paramos. Não podíamos. Não por que Wayne ficaria bravo se descobrisse, mas porque nossos corpos não conseguiam parar.Continuei cavalgando-o e gemendo alto.William me segurou pela cintura e mudou as nossas posições, ficando por cima de mim. Afastei os cabelos que cobriram o meu rosto e William se abaixou para me beijar enquanto entrava e saia de mim deliciosamente.O cheiro de Waldrich ainda estava presente no quarto, mas foi substituído pelo cheiro de meu marido conforme ele me beijava e mordia meu pescoço de leve. Eu estava chegando ao meu clímax e ele ao dele.Wiliam era tão gostoso... eu poderia monta-lo a noite toda. E eu tinha vigor para isso. Fazia mais de duas semanas que eu não transava com um homem. Meu corpo necessitava daquilo tanto quanto necessitava de sangue para sobreviver.William e eu chegamos ao clímax ao mesmo tempo e ele
Entendi o motivo de Dalary me fazer companhia nas horas que se seguiram assim que decidi sair do quarto, ainda usando a minha camisola, com apenas um roupão do mesmo tecido sobre ele, e da mesma cor.Não havia ninguém na casa.Os três irmãos Volkov haviam saído com o pai. Dalary não sabia onde eles estavam.Gostei de conversar com ela e de andar pela casa, com apenas os empregados como companhia silenciosa nos cantos.Eu estava com fome, mas não era de sangue frio que meu corpo necessitava. Não falei sobre isso com Dalary, sabendo que ela não queria escutar sobre a minha alimentação.Então apenas andamos pelos corredores da casa, sem pressa. Perguntei sobre seu ateliê e ela passou quase uma hora falando sobre suas pinturas e esculturas. Ela foi gentil comigo, mas eu não sabia o motivo.Me surpreendi quando ela disse:- Você n&a
Ao subir as escadas para o terceiro andar, encontrei Waldrich apoiado no corrimão me esperando. Estava sozinho, de braços cruzados e olhando o sangue em minha camisola.- Meus olhos estão aqui em cima – falei, vendo que seus olhos fitavam apenas meus seios.Waldrich deu risada e bloqueou meu caminho com o corpo quando tentei passar por ele.Olhei para cima e lá estavam aqueles olhos azuis acinzentados que tinham se fixado em meu corpo nu na noite anterior enquanto eu montava o irmão dele até chegar ao clímax.Waldrich mordeu o lábio inferior sedutoramente. Ele já era mais alto que eu, minha cabeça mau batia em seu ombro quando estávamos no mesmo degrau. Naquele momento, ele estava dois degraus acima. Eu nem precisaria me ajoelhar...Afastei aquele pensamento impuro da minha mente e engoli em seco, tentando lembrar o que eu ia fazer antes de ser abordada por ele na es
Saímos para fora da casa. As nuvens haviam ido embora completamente, indicando que seria um dia ensolarado. A noite ainda predominava o céu. A lua continuava rodeada de lindas estrelas. Eu conhecia cada constelação, já havia estudado astronomia alguns anos antes.Eu amava o universo. Era ainda mais lindo que o planeta em que eu vivia. Tão grande, cheio de riquezas e belezas que talvez nem mesmo eu, sendo uma vampira, poderia chegar perto.Admirar o universo era tudo o que os imortais e os mortais poderiam fazer.William desceu os degraus na minha frente e olhou para trás enquanto eu segurava meu vestido para chegar até ele.Ele colocou as mãos nos bolsos quando ficou claro que eu não seguraria nelas.- Imagino que você tenha viajado por todo o mundo nesses... – ele olhou para o céu enquanto fazia as contas da minha idade na cabeça. – Quinhentos e d
Aquela “amizade colorida” estava dando certo. Estávamos nos conhecendo melhor como pessoas. Na noite anterior, antes de dormimos na mesma cama (ainda com um metro separando nossos corpos), eu lhe contei sobre ter escalado o Monte Everest com meu amigo Alec, e sobre a aposta para ver quem era mais rápido, correndo pela muralha da China.William deu risada e acreditou quando eu disse que se não fosse o salto alto e o vestido pesado, eu teria ganhado de lavada de meu amigo vampiro.Ele me contou sobre a única vez que foi para Las Vegas, alguns anos antes. Wayne o proibiu de voltar lá depois que ele perdeu quase meio milhão em cassinos. William tinha como recordação (escondido de seu pai) um álbum de fotos que tirara em frente à cada cassino que visitara. Ele prometeu me mostrar um dia.Dois dias depois William, Warren, Dalary e eu estávamos no tatame
Na porta da frente da mansão, segurando uma mala de viagem, estava uma linda moça, humana. Sua pele era morena clara e ela tinha olhos castanhos escuros, iguais aos seus cabelos cacheados.Ela fez uma mesura quando me viu, com um sorriso educado no rosto.- Senhorita Alena, meu nome é Victória, fui mandada por Muriel para servi-la. – Ela se reverenciou novamente para mim.Victória estava usando um vestido preto e branco básico que ia até seus joelhos, com gola alta e mangas que iam até seus cotovelos. Não havia joias em seus pulsos, orelhas ou pescoço, nem nenhuma tatuagem evidente. Sua pele estava linda, sem nenhuma maquiagem. Ela era linda. O tipo de mulher que Muriel buscava para fazer parte de nosso clã.Ela era jovem, devia ter uns vinte e cindo anos, talvez menos. Seu nariz era pequeno e delicado, mas ela tinha lábios fartos. Suas sobrancelhas eram levemente ar