Lohan apareceu com cinco humanas assim que o sol se pôs. Eles entraram no apartamento e começaram a arrumar as coisas. Tecidos, tesouras, fitas métricas, cadernos de anotações, revistas de noivas...
Cruzei os braços e fiquei olhando, horrorizada com aquilo tudo.
Eu nem perdi tempo trocando de roupa e fiquei apenas com meu roupão de banho, sem nada por baixo. Lohan não se incomodou com a minha aparência, e manteve seus olhos longe do meu decote, como um cavalheiro.
- Como William é? – perguntei, em pé ao lado de Lohan enquanto as humanas organizavam suas coisas sobre os sofás e mesas na sala.
- Aparência ou personalidade? – ele olhou nos meus olhos e ergueu uma sobrancelha. Havia um sorriso leve em seu rosto.
Senti-me estranhamente confortável ao seu lado.
Dei de ombros. A aparência não me importava. Eu não era fútil para querer um homem bonito como noivo, ainda mais quando estava sendo obrigada a me casar com um desconhecido.
-
Provei realmente que Brianna era virgem. Ela adorou cada segundo que esteve comigo e não se assustou quando mostrei minhas presas a ela. Provavelmente Lohan contou que eu era uma vampira. Ela pediu que eu a mordesse, mas talvez ela não imaginasse que ela tinha sido levada até ali para morrer, pois em um momento ela sussurrou para mim que queria de novo. E queria aproveitar tudo que o mundo tinha para dar. Infelizmente eu estava com fome e quando eu a mordi pela segunda vez, não consegui parar. Drenei todo seu sangue e depois deixei que ela caísse no chão para abrir espaço para que eu me deitasse na cama e dormisse durante o dia todo. No dia seguinte, após o pôr do sol, um dos lobisomens, capangas de Lohan, entrou no apartamento e foi direto ao meu quarto. Eu ainda estava nua sobre os lençóis, mas ele não olhou para mim. Apenas abriu um saco preto no chão e colocou o corpo de Brianna dentro. Ele a tirou dali e me deixou sozinha. <
Fiquei imaginando como o sangue vermelho se destacaria no vestido branco que eu estava usando naquele momento. Ficaria lindo. Apenas duas de minhas costureiras estavam comigo naquele dia. As outras mulheres que acompanhavam vieram para fazer outros trabalhos. Uma cuidaria do meu cabelo, outra das minhas unhas e uma cuidaria da minha maquiagem. Elas eram humanas e provavelmente não faziam a mínima ideia do que eu era. A sexta mulher que entrou no apartamento era um lobisomem. Ela não falava comigo, nem olhava na minha direção. Ela passava as informações que tinha para Lohan e ele as passava para mim. Ainda faltava uma hora para o sol se pôr e eu já estava quase pronta para a cerimônia. Meus olhos estavam inchados por causa do choro da noite anterior. Se a maquiadora percebeu, não comentou. Provavelmente achava que eram lágrimas de felicidade. Naquele momento eu não conseguia fingir felicidade. Não me importei com isso e o Lohan não me c
- Precisamos entrar - disse Lohan. Ele,Muriel e eu estávamos na limusine, de frente para grande mansão dos Volkov. - Eu só preciso de mais um minuto – implorei, olhando pela janela. Ao invés de olhar a mansão, olhei os portões de ferro. Era como se estivesse me despedindo da liberdade que eu tive e que foi tirada de mim. Eu não sabia que estava prestes a chorar. Vi Lohan estender um lenço branco em minha direção. Eu o peguei e sequei a lágrima que começava a se formar em meus olhos, cuidando para não borrar a maquiagem que deixava meu rosto mais delicado do que realmente era. Respirei fundo e assenti com a cabeç
Uma hora depois, meu marido, eu e os duzentos convidados nos reunimos no salão de festa, do outro lado da mansão Volkov. As mesas foram colocadas no salão formando um grande círculo no meio, deixando uma pista de dança. Muriel me levou até a mesa principal, onde eu me sentaria com meu marido, meu criador e a família dele. Vampiros e lobisomens se espalharam em pequenos grupos no salão. Eles se encaravam com raiva, como se estivessem prestes a começar uma guerra ali. Havia comida em fartura para os lobisomens e muita bebida alcoólica para os vampiros. Eu não sabia se seria servido sangue em taças de vinho, como era costume nas festas de Muriel. Arrependi-me de não ter me alimentado antes da cerimônia. Eu estava faminta. Um grupo de humanos estavam no canto do salão com seus instrumentos. Eles começaram a tocar músicas lentas e agradáveis. Eu me concentrei no som dos acordes para não precisar olhar para o meu lado e ver William.
Era quase cinco horas da manhã quando os últimos convidados foram embora. Muriel havia sido convidado para passar a noite na mansão dos Volkov, assim como alguns familiares distantes dos próprios.Wayne me prometeu que faria um tour comigo pela mansão na noite seguinte, depois que eu acordasse. Dei o sorriso mais gentil que consegui forçar para ele.Dois lobisomens que pareciam ser da guarda pessoal dos Volkov nos levou para o terceiro andar da mansão. Apenas o William e eu.Nos levaram para o nosso quarto.Um deles, um lindo homem negro de olhos verdes abriu a porta para imensa suíte que nos aguardava.Eu podia estar com raiva de Muriel, mas queria ele ali comigo. Não para passar a noite, mas apenas para me acompanhar. Para me dar a força que eu precisava para aguentar aquela primeira noite.Meu corpo todo estava tenso. Eu automaticamente estava andando com as pernas mais
- Alena, peça desculpas aos Volkov – ordenou Muriel. Havia ódio em seus olhos. Se não fosse meu marido entre ele e eu, eu sabia que suas mãos estariam em meu pescoço.- Esqueça isso, Muriel. Não repreenda minha nora. Eu gostei que ela tem língua afiada – disse Wayne com um imenso sorriso nos lábios.- Essa casa estava precisando de um pouco mais de diversão – falou Waldrich, voltando a cortar a carne em seu prato sem tirar os olhos de mim.Sustentei seu olhar, mesmo estando incomodada com a presença dele.- Eu estranhei quando Muriel mandou trazer aqueles vestidos, mas agora que estou vendo-a usá-los, fico muito feliz. – Os olhos de Wayne pareceram enxergar a minha alma. Foi ainda mais desconfortável do que o olhar de Waldrich. – A senhorita é muito agradável aos olhos, se me permite dizer.Eu não permitia, m
Cinco bolsas de sangue depois e eu ainda não estava satisfeita. Fiquei na despensa por mais uma hora, sem ninguém me achar. Sentada no chão, segurando os joelhos junto ao peito, olhando para a fina faixa de luz que passava por baixo da porta, vendo alguns empregados passarem por ali e ignorarem a minha presença. Quando saí, corri novamente usando a minha maravilhosa velocidade imortal. Os empregados só repararam na brisa que folheou um livro de receitas sobre a bancada da cozinha. Corri para o quarto no terceiro andar, passando por pessoas nos corredores que também só sentiram uma leve brisa e talvez viram um borrão bege passando. O quarto estava vazio e arrumado, com o edredom perfeitamente esticado sobre a cama e os travesseiros já afofados. Tomei um banho, coloquei uma camisola comprida, que tampava até meus tornozelos, com mangas que iam até meus pulsos, sem nenhum decote, e grossa o suficiente para fazer parecer que eu estava usando mais de uma c
Wayne não brigou comigo. Ele não gritou com ninguém, como achei que faria. Apenas se levantou, chamou William e Muriel e saiu com eles da sala de jantar, deixando-me sozinha com Waldrich, Warren e Dalary.Sentei-me novamente na cadeira no mesmo instante em que a menina com roupas cinzas entrava na sala trazendo a bolsa de sangue e a taça de vinho que eu pedi.Ela colocou minha refeição à minha frente, perguntou se eu queria mais alguma coisa e depois se retirou quando balancei a cabeça negativamente.- Achei que Wayne fosse arrancar a sua cabeça – disse Dalary, recostando-se na cadeira e enchendo uma taça com vinho de verdade, enquanto eu olhava para a minha bolsa de sangue.- Também achei – concordei.Warren balançou a mão sobre a mesa para chamar a minha atenção. Ele começou a fazer os sinais assim que meus olhos pousaram ne