Lucius e Angelina voltavam de um final de semana na praia quando tudo aconteceu, estavam felizes, ela já estava no final do sétimo mês, uma menina estava a caminho, e eles se sentiam felizes e realizados. Às vezes Lucius ainda ficava com o olhar perdido, às vezes ainda sonhava, e dizia algo ininteligível para “minha Alfa furiosa”, mas Angelina não dizia nada, não queria brigar por isso, entendia que ele a amava, mas também amava Connie, e que jamais eles fariam nada. Era apenas saudade, foram muitos anos, muitas lembranças.
Ao mesmo tempo em que ele pensava e sonhava com Connie, a adorava, todo o seu poder, sua beleza e sua personalidade o faziam louco por ela. Amor não precisa ser para apenas uma pessoa, e não funciona sempre como queremos.
Ela dirigia e cantava uma
Constança abriu os olhos e os fechou novamente, a claridade do meio dia era insuportável, como não fechou as janelas na noite anterior, - porque sequer sabia como chegou em casa - toda a luz desta hora do dia entrava pela janela, ou no caso, a parede de vidro do seu apartamento. Praguejou e levantou com a mão na frente dos olhos, cerrou as pesadas cortinas e correu para o banheiro, vomitou o que parecia toda a bebida do mundo.Ligou a água quente mais forte do que a fria na banheira grande, parou na frente do espelho sobre a pia e se olhou fazendo uma careta, as olheiras fundas e roxas se misturavam com a maquiagem borrada. Suspirou olhando para seus próprios olhos, um verde escuro e um azul quase transparente.-Que merda você fez ontem, garota?Pegou a esc
Damian abriu os olhos lentamente, o toque do telefone parecia desconhecido, uma música antiga sobre um psicopata assassino tocava baixo. Praguejou e esticou o braço pálido para fora das pesadas cobertas, sua cabeça ia explodir, tinha certeza. Tateou a mesa de cabeceira e atendeu.-O que!? - A voz sonolenta e irritada.-Constança?-Damian, o que você quer?-Este telefone não pertence a você, onde está a Constança? - A voz irritada parecia ameaçadora.-Você é o marido dela? - Um sorriso debochado, o dia começava em 220 volts.-Sou o chefe, onde ela está? Passe o telefone para
Constança passava instruções para sua equipe, era um trabalho simples, apenas uma entrega rápida de carregamentos especiais para os demônios residentes, explosivos e alguns outros brinquedinhos, eram ladrões especializados em obras de arte e bancos com grandes cofres.-Hela, você fica no telhado com Astrid, Nansica acompanha Ludmilla e Cintia na entrega, comigo, e vocês meninas. - Sorriu para as três meninas gêmeas que eram seu principal trunfo, tamanha sua ferocidade. - Aguardem na caminhonete, se as coisas saírem do controle, meu sinal será esse - Ergueu a mão mostrando o dedo do meio, todas riram.Seu celular tocou e ela atendeu, era Lucius, ainda parecia nervoso.-Você resolveu? Damian entrou na casa da mãe como um furacão, gritando e derrubando tudo o que via pela frente, subiu o primeiro lance de escadas chamando Mina a plenos pulmões.-Mas o que é isso!? O que foi que aconteceu? - Mina apareceu com uma taça de sangue pela metade, usando uma camisola fina e um penhoar por cima.-Você deu a ordem para a retaliação Mina? - Ele parou transformado, seus grandes dentes brilhando na luz indireta das paredes da escada.-Ordem para que? O que houve?-Para retaliar as lobas que atacaram nosso pessoal!-É claro que não, você disse que resolveria, eu não gastei energias com nada do que deixei para você, meu filho, por que CAPÍTULO 4: VINGANÇA
Katarina sentou cansada na poltrona de seu escritório, queria poder abraçar Constança e vingar, pessoalmente, o atentado que sofreu, mas não poderia. A irmã mais nova tinha razão, era preciso pensar nos negócios. Sempre que precisava tomar uma decisão pensava nela, não na mãe e em seus ensinamentos, mas na irmã mais nova. Ela sempre agia da forma correta, mesmo quando desobedecia regras, sua rebeldia ia até um certo limite, como no caso de Lucius, quando tomou a decisão de casar ele com sua irmã do meio, Angelina, pensou que Constança faria alguma coisa, o convenceria a recusar, ou o apoiaria na recusa óbvia. A própria Katarina não estava satisfeita com essa decisão, aceitou a indicação do pai de Lucius porque ele não admitiria ver o filho com uma mulher sem palavras como Connie, era uma espéc
Lucius terminou de arrumar a sala espaçosa onde seria seu jantar com Angelina, uma mesa redonda pequena, duas cadeiras estilo poltrona de couro escuro, vinho tinto e um prato especial, que aprendeu com sua avó, quando ainda era muito jovem. Flores frescas no centro da mesa e guardanapos sofisticados. Caminhou até o espelho da entrada da sala e se olhou demoradamente, ainda estava em dúvidas quanto a roupa, Angelina gostava de se vestir de preto, mas será que gostava dele com essa cor? Ajeitou a gravata e arrumou o lenço da lapela, fez uma careta e tirou a gravata e o terno, abriu o primeiro botão da camisa e dobrou as mangas, passou as mãos nos cabelos ajeitando o moicano para que ficasse milimetricamente perfeito. Esticou o pescoço e arrumou os ombros. Suspirou desanimado, o que estava fazendo? Era bobagem, ela estava certa, não se amavam e nunca iam se amar, era apenas protocolo. Mordeu o lábio, n
Katarina acordou ouvindo uma voz conhecida, uma voz gostosa que enchia seu peito de um calor estranho. Sempre pensou em ouvir aquela voz novamente ao acordar, mas não entendia o que ela fazia ali. Ouviu também a voz da irmã, entendendo que, provavelmente, aquela voz não passara a noite ali.-Kat? Kat? - Constança a acordava com uma mão em seu ombro, achou engraçado o fato da irmã sorrir. - Katarina!-O que você quer? Eu estava tendo um sonho tão bom. - Falava de olhos fechados, suspirando.-Podemos fazer seu curativo no sofá Connie, deixe ela dormir. - Ariana falava baixo, se afastando.Katarina abriu os olhos e sentou na cama, assustada, não era um sonho, a voz estava de fato ali, e
-Eu o que!? - Constança o afastou ainda sem entender.-Você é novamente o que nunca deixou de ser, uma Alfa de sangue real, herdeira de Lisbeth, a poderosa licantropa. - Ele a beijou abraçando sua cintura e largou a garrafa de champagne sobre a mesa.-Como isso aconteceu? - Passou uma mão nos cabelos e foi até sua carteira de cigarros, pegou um e acendeu sentando perto dos vidros da janela, em um divã escuro e macio.-No fim das contas, eu e sua irmã tínhamos as mesmas exigências.-Que eram me reintegrar?-Sim! Eu disse que aceitaria qualquer condição, mas que possuía apenas uma, sua irmã ficou curiosa e me fez falar primeiro. Eu d