Katarina sentou cansada na poltrona de seu escritório, queria poder abraçar Constança e vingar, pessoalmente, o atentado que sofreu, mas não poderia. A irmã mais nova tinha razão, era preciso pensar nos negócios. Sempre que precisava tomar uma decisão pensava nela, não na mãe e em seus ensinamentos, mas na irmã mais nova. Ela sempre agia da forma correta, mesmo quando desobedecia regras, sua rebeldia ia até um certo limite, como no caso de Lucius, quando tomou a decisão de casar ele com sua irmã do meio, Angelina, pensou que Constança faria alguma coisa, o convenceria a recusar, ou o apoiaria na recusa óbvia. A própria Katarina não estava satisfeita com essa decisão, aceitou a indicação do pai de Lucius porque ele não admitiria ver o filho com uma mulher sem palavras como Connie, era uma espéc
Lucius terminou de arrumar a sala espaçosa onde seria seu jantar com Angelina, uma mesa redonda pequena, duas cadeiras estilo poltrona de couro escuro, vinho tinto e um prato especial, que aprendeu com sua avó, quando ainda era muito jovem. Flores frescas no centro da mesa e guardanapos sofisticados. Caminhou até o espelho da entrada da sala e se olhou demoradamente, ainda estava em dúvidas quanto a roupa, Angelina gostava de se vestir de preto, mas será que gostava dele com essa cor? Ajeitou a gravata e arrumou o lenço da lapela, fez uma careta e tirou a gravata e o terno, abriu o primeiro botão da camisa e dobrou as mangas, passou as mãos nos cabelos ajeitando o moicano para que ficasse milimetricamente perfeito. Esticou o pescoço e arrumou os ombros. Suspirou desanimado, o que estava fazendo? Era bobagem, ela estava certa, não se amavam e nunca iam se amar, era apenas protocolo. Mordeu o lábio, n
Katarina acordou ouvindo uma voz conhecida, uma voz gostosa que enchia seu peito de um calor estranho. Sempre pensou em ouvir aquela voz novamente ao acordar, mas não entendia o que ela fazia ali. Ouviu também a voz da irmã, entendendo que, provavelmente, aquela voz não passara a noite ali.-Kat? Kat? - Constança a acordava com uma mão em seu ombro, achou engraçado o fato da irmã sorrir. - Katarina!-O que você quer? Eu estava tendo um sonho tão bom. - Falava de olhos fechados, suspirando.-Podemos fazer seu curativo no sofá Connie, deixe ela dormir. - Ariana falava baixo, se afastando.Katarina abriu os olhos e sentou na cama, assustada, não era um sonho, a voz estava de fato ali, e
-Eu o que!? - Constança o afastou ainda sem entender.-Você é novamente o que nunca deixou de ser, uma Alfa de sangue real, herdeira de Lisbeth, a poderosa licantropa. - Ele a beijou abraçando sua cintura e largou a garrafa de champagne sobre a mesa.-Como isso aconteceu? - Passou uma mão nos cabelos e foi até sua carteira de cigarros, pegou um e acendeu sentando perto dos vidros da janela, em um divã escuro e macio.-No fim das contas, eu e sua irmã tínhamos as mesmas exigências.-Que eram me reintegrar?-Sim! Eu disse que aceitaria qualquer condição, mas que possuía apenas uma, sua irmã ficou curiosa e me fez falar primeiro. Eu d
Os preparativos para a grande festa de noivado estavam a todo vapor, quase uma centena de trabalhadores andavam pela casa e o gramado recém aparado da casa de Lucius, arrumando mesas e cadeiras, carregando flores e bandejas com taças, pratos e talheres, além da comida é claro. Diversas espécies foram convidadas, então seriam servidas toda sorte de comidas especiais, para cada um deles. Fossem demônios, vampiros e até mesmo humanos. Os licantropos poderiam ser ferozes, mas ainda eram os melhores anfitriões que existiam. Angelina chamou Constança no escritório, Katarina estava ocupada coordenando toda a “operação”, como as irmãs mais novas chamavam. Constança entrou fumando um cigarro, beijou a irmã no rosto, pegou um copo servindo uma dose generosa de uísque e sentou. Parecia feliz e tranquila, mas sentia que suas entranhas se reviravam causando uma dor inexplicável em seu peito. Não era físico, apenas a s
O grande pátio da mansão estava apinhado de convidados, Constança e Damian tentaram entrar discretamente, mas todos pareciam olhar o casal impossível que andava pelo gramado cumprimentando conhecidos.-Sinto que todos nos olham, poderíamos estar com algo luminoso em nossas roupas?-Não, o que brilha é o desaforo de eu trazer você aqui, depois de não aceitar me casar. Não sei, acho que Kat nos deu uma péssima sugestão quando disse que deveríamos vir juntos.-Não seja boba, eu não me importo com os olhares, porque estou ao lado da mulher mais linda e poderosa daqui, sou um dragão de sorte. - A abraçou cochichando em seu ouvido e ela riu bebendo um gole generoso de seu uísque.
Constança entrou em casa deixando as chaves sobre o aparador ao lado da porta, entrou no banheiro e tirou a calcinha e o sutiã, não tomou mais conhecimento de Samael, ele que fizesse o que bem entendesse, não faria diferença de qualquer forma. Deixou a água muito quente e entrou debaixo do chuveiro, se ensaboou, esfregando com força todo o corpo com uma esponja macia. Macia demais em sua opinião, queria conseguir tirar a pele, trocar por outra. Saiu do banho enrolada em uma toalha, foi até as araras com suas roupas, pegou o que queria, e voltou para o banheiro, se vestiu e saiu o olhando séria.Pegou uma garrafa de vodca, uma carteira de cigarros e sentou próxima da janela, ele caminhou lentamente até ela, olhou a vista fazendo uma expressão satisfeita, depois sentou ao seu lado. Mina estava sentada em seu escritório, bebia um copo de absinto, costume que adquiriu com Vlad, há muitos anos, quando o conheceu e se encantou com ele, seu charme e a adoração que sentia por ela. Sempre foi furiosa, extremamente inteligente, forte como nenhuma outra de sua espécie. Agora seguia com as mesmas características, mas havia se tornado uma vampira, perdendo seu poder de transformação em loba, mesmo que ainda pudesse ter dentes grandes e uma força sobre humana.Neste momento, sua preocupação era notável, mas costumava resolver sempre seus problemas, desde muito tempo atrás. O filho estava apaixonado por Constança, no final, não fosse a rebeldia da loba, eles se dariam muito bem como companheiros de eternidade.Suspirou resignada, tudo ocorriaCAPÍTULO 12: PASSADO
Constança e Eduardo apareceram em um grande salão, bem decorado com candelabros sofisticados, quadros e tapeçaria nas paredes, pé direito alto. Algumas janelas com cortinas pesadas, e uma mesa para 12 lugares, mas posta para dois, no meio do aposento.-É aqui que nos despedimos, boa sorte minha amiga. - Ele segurou sua mão com delicadeza e fez uma expressão de pesar, desaparecendo logo depois.Constança olhou em volta, andou até as janelas acendendo um cigarro, e observou a rua. Não sabia onde estava, mas já não era mais final da tarde, provavelmente meio da noite, ou madrugada. Observou o pátio tranquilo com árvores e flores, apertou os olhos tentando ver a rua. Ouvia carros passando ali perto, andou até a mesa, bebidas e comida em uma das pontas, pegou a g