Nós dois descemos para a cozinha e Rafael me encarou de cara feia, o típico irmão mais velho protetor, era assim que ele agia. Sem demonstrar qualquer culpa ou arrependimento me aproximei e os cumprimentei normalmente, Danielly olhava para mim com um sorriso sonso, imaginei que se eles sabiam, ou Jhenny havia contado ou também tinham ouvido. Independente de qual tenha sido a forma, deles eu não tinha porque esconder nada, então me aproximei da minha perdição e a beijei na testa abraçando-a.
— Vocês formam um belíssimo casal! — Danielly disse dando uma risadinha.
Sorri adorando o comentário, mas Jhenny se afastou imediatamente.
— Não somos um casal!
Fiquei sem graça, senti um aperto no peito que não deveria estar ali, todas aquelas sensações er
Eu sabia como chegar na casa dela, lembrava boa parte do caminho, mas eu tinha outros planos para finalizar o dia, estava cheio de saudade do seu beijo, reprimindo meus desejos durante o dia inteiro, e sabia que a sós no meu apartamento não haveria nada, nem ninguém que pudesse nos impedir. — Ei, você errou o caminho! — Ela avisou quando percebeu. — Não, está correto! — Sorri maliciosamente. — Estou indo pro meu apartamento. — E eu não deveria ter sido informada? — Respondeu sorrindo, mas ainda assim fiquei sem jeito. — Desculpe, você não quer ir? — Hum, o que vamos fazer lá? — Perguntou, me lançando um olhar arteiro, e deixou escapar um sorrisinho maroto. Entrei no meu carro e fiquei um tempo pensando, criando coragem, ciente da vergonha que eu passaria nos próximos minutos. Cheguei na casa da minha perdição e ela saiu, vindo na minha direção, Jhenny tinha um jeito simples de se vestir, não usava muita maquiagem ou acessórios, seus longos e belíssimos cabelos estavam sempre soltos, nada de saltos ou roupas desconfortáveis, e no entanto sempre estava absolutamente e naturalmente linda. — Oi linda, desculpe o atraso! — Cumprimentei sem jeito, mal conseguindo olhá-la nos olhos. — Tudo bem! — Respondeu entrando no carro e olhando curiosamente ao redor. — Cadê a Fê? Meu mundo acabou ali, eu quis chorar, tenho certeza que mudei de cor feito um camaleão, enquanto ela me olhava absolutamente confusa. —24. Arrependimento
Tentei tirar a Jhenny da cabeça, mas era difícil, depois que ficamos pela primeira vez sequer tive vontade de sair com outras pessoas. Vez ou outra ela me mandava mensagens, apenas perguntando como eu estava, creio que por piedade, e que não se importava de fato, conversávamos pouco e quando ela sumia por muito tempo era eu quem a procurava. Me sentia um idiota. Por diversas vezes pensei em chamá-la para sair. Se ela não tinha ninguém e eu também não, por que não se divertir um pouco? Ninguém precisava ficar sabendo, se era isso que ela temia, e eu poderia ao menos saciar os meus desejos, desejos esses que giravam todos em torno dela, então resolvi arriscar. Felipe: Jhen, estive pensando, se você não tiver outra coisa em mente, topa sair pra fazer algo? Jhenny: Oi Lipe, bom, não ten
Era uma quarta-feira, após mais uma final de semana regado a muito sexo eu só tinha falado com a minha perdição por mensagem, estava tendo uma semana difícil no trabalho, abrir uma empresa dava muita dor de cabeça, e eu estava mentalmente exausto. Saí do meu escritório tarde da noite, sequer tive ânimo para ir malhar, apenas tomei um banho e fiz uma refeição rápida antes de me jogar na cama. Olhei ao meu redor e notei o quanto minha cama king size ficava vazia sem a minha morena, eu podia jurar que no travesseiro ainda tinha o cheiro dela. Diversas vezes me perguntei até quando eu ainda queria ficar sozinho naquele apartamento, comecei a fantasiar como seria dormir e acordar sentindo o calor dela todos os dias e ser agraciado com o sorriso doce que ela abria pela manhã. Chacoalhei minha cabeça rindo de mim mesmo, eu sequer conseguia que Jhenny assumisse
No final de semana seguinte, Jhenny não estava bem, estava com cólica e sempre que estava naqueles dias parecia que desfalecia, até a coloração bronzeada de sua pele se tornava pálida. Pouco me importava se íamos sair para fazer algo, transar loucamente a noite toda ou ficar sem fazer nada no apartamento, qualquer uma das opções era válida quando se tratava de estar com ela, então a busquei em casa da mesma forma para passarmos o final de semana juntos. — A dor passou, meu bem? — Perguntei preocupado, vendo-a se contorcer em cima da minha cama. Com lágrimas escorrendo de seus olhos, ela apenas negou com a cabeça, enquanto permanecia encolhida pressionando firmemente sua barriga. Foi aí que tive a ideia genial de ligar para a vovó e perguntar o que era bom para cólica. Eu só não raciocinei naquel
No dia seguinte, já no início da tarde, com muito custo fui deixá-la em casa, perguntei se ela queria ir comigo na vovó, mas como já era de se esperar ela recusou. Não insisti, pois sabia que uma boa conversa me aguardava, e com toda certeza era melhor que o alvo do discurso não estivesse presente. Vovó me recebeu com um olhar curioso, Rafael estava lá com a namorada e ambos me olhavam com sorrisos reprimidos. Minha irmã que nunca foi boa em disfarçar nada ria descaradamente. — Cadê a Jhenny? — Minha avó perguntou. — Em casa, muito provavelmente. — Por que não trouxe ela? — Pra quê? — Desembucha de uma vez, o que está acontecendo entre vocês?&nb
Os dias passaram e não voltamos a nos falar, voltei a minha rotina normal, de casa para o escritório e do escritório para casa, usei o trabalho para me distrair da vontade imensa que estava de correr atrás dela, e na grande maioria das vezes chegava em casa tarde da noite, já na hora de dormir novamente. Depois de me acostumar a passar os finais de semana com a minha perdição, senti uma falta terrível no primeiro final de semana que não a tinha comigo, não quis ir para a casa da vovó e tão pouco busquei Fernanda, eu só queria ficar sozinho e me livrar daquele sentimento, daquela saudade. Na segunda-feira cheguei no escritório extremamente estressado, tinha uma série de projetos para analisar e estava desde o domingo lutando contra uma dor de cabeça infernal causada pela ressaca das mágoas que afoguei na bebida. Entramos no mês de junho, faltava pouco para o dia dos namorados, seria o nosso primeiro juntos e o meu primeiro na vida. Eu não fazia ideia do que deveria fazer, pensei em flores, chocolate, mas tudo isso me parecia muito clichê. Recorri à Fernanda para tentar fazer algo diferente e ela me ajudou com uma surpresa. Talvez tudo tenha ficado muito mais extravagante do que seria se eu tivesse feito sozinho, mas confiei que a minha irmã soubesse o que estava fazendo. Ela cortou diversos corações espalhando-os pelo quarto, fotos nossas na parede, pétalas de rosas na cama, na banheira, velas, eu ri quando vi tudo pronto. — Você transformou meu quarto num motel? — Perguntei gargalhando. — Motéis são assim? Engoli a seco, não era o tipo de conversa que eu d30. Dia dos namorados