Capítulo 88
(NARRATIVA DE JOAQUIM)

Minhas mãos tremiam ao fechar o diário, mal processando as palavras que ainda ecoavam na minha mente. Então, ouvi passos do lado de fora da porta, me arrancando do meu transe.

A porta rangeu ao abrir, e Sofia entrou, com a expressão já habitual de desagrado. Ela parou ao me ver, os olhos se estreitando com suspeita.

— Sofia. — Murmurei, com a garganta apertada. — Precisamos conversar.

Ela hesitou, as sobrancelhas se arqueando. — Sobre o quê?

Não respondi imediatamente. Em vez disso, levantei o diário. — Você reconhece isso?

Os olhos dela vacilaram—reconhecimento, talvez medo—mas ela rapidamente disfarçou com indiferença. — Não. Porque eu reconheceria?

— Acho que você reconhece. — Falei, minha voz baixa, mas firme. — Olhe mais de perto.

Ela hesitou, pegando o diário das minhas mãos, os dedos passando pela capa desgastada. — É só um diário, Joaquim. — Ela empurrou-o de volta para mim, com desdém. — Onde você encontrou isso?

Ignorei sua pergunta. — Você o escondeu?

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