(Ponto de vista de Anabela)O jovem riu, tirando os óculos escuros e revelando olhos penetrantes que brilhavam com diversão.— Tudo bem, havia uma pegadinha. Como vai, senhora?Fiquei estupefata, com os olhos se arregalando em surpresa. Diego? De todos as pessoas? Antes que eu pudesse processar, uma risada irrompeu do meu peito, seguida de um choro de riso descontrolado.Ele era a última pessoa que eu esperava ver ali, e nem podia acreditar que tinha cantado ao lado dele sem sequer reconhecê-lo.— Você é tão... — Comecei, ainda rindo.— Um idiota? — Ele completou, com um sorriso travesso. — Sei, culpado. Sinto muito se te assustei. Não queria revelar minha identidade e te surpreender demais. Queria apenas ouvir você cantar, e fico feliz que tenha cantado. Você canta muito bem. Tem certeza de que nunca pensou em seguir uma carreira na música?Meus rosto aqueceu com o elogio dele. Balancei a cabeça, tentando processar o fato de ter me encontrado com ele de novo. Seria uma coincidência ou
(Ponto de vista de Anabela)— Você vai ficar bem, certo? Me promete que não vai se sobrecarregar demais? — Perguntou Aline, com a preocupação estampada no rosto.Estávamos estacionadas no estacionamento do restaurante. Era segunda-feira, e eu estava voltando ao trabalho. Aline me levou, recusando-se a me deixar pegar um táxi ou um Uber.— Eu prometo.— Que bom. Tenha um ótimo dia de trabalho. — Ela disse, me abraçando apertado.— Obrigada. Você também. — Respondi, retribuindo o abraço. Depois que nos separamos, peguei minha bolsa e saí do carro, acenando.Enquanto caminhava em direção à entrada do restaurante, uma onda de nostalgia me atingiu. Já fazia semanas que eu estava fora, mas parecia que tinha se passado meses. Respirei fundo, sentindo uma excitação pelo meu retorno.De repente, alguém se jogou contra mim, quase me fazendo perder o equilíbrio.— Meu Deus, é tão bom ter você de volta! — Exclamou Renata.— É mesmo! É bom estar de volta, e eu senti sua falta. — Comentei, rindo, e
(Ponto de vista de Anabela)No momento em que ouvi aquelas palavras, soube que estava encrencada e teria muito a explicar. Respirei fundo, preparando-me para a conversa.— Calma, mãe. Podemos falar sobre isso pessoalmente?— Pessoalmente? Não, vamos conversar agora, pela ligação!— Tudo bem. — Soltei o ar com resignação. — O que você quer ouvir?— Tudo. Como você se divorciou do seu marido e ele já está exibindo fotos com outra mulher?Eu reprimi uma risada. Sem dúvida, isso era coisa da Sofia.— Mãe, é uma longa história. Mas, resumindo, nos separamos porque percebemos que não somos mais compatíveis.— E o que isso significa? Como é que vocês dois não perceberam isso nos três anos que foram casados? Fiz uma pausa, pensando na maneira correta de dizer as palavras.— O gato comeu a sua língua de repente? Fala, Anabela.— Ele estava apaixonado por outra pessoa. Eu simplesmente não consegui continuar. — Murmurei.— A tal mulher que ele anda exibindo?Assenti.— Sim.— Aquele bilionário m
(Ponto de vista de Anabela)— Vamos continuar andando. — Sussurrou Aline, puxando meu braço.Mas Sofia já nos havia avistado e estava nos chamando:— Anabela! Aline!— Ignora ela. — Aline sussurrou novamente.Mas já era tarde demais. Sofia estava correndo em nossa direção.— Esperem aí, vocês duas!Para evitar uma cena, já que as pessoas ao redor estavam começando a nos observar, Aline e eu paramos, relutantes. Sofia nos alcançou, com um sorriso que eu sabia ser falso, estampado em seu rosto.— Anabela, Aline? Que surpresa ver vocês duas aqui. O que estão fazendo por aqui? — Ela perguntou, com seus olhos denunciando a surpresa.— Estamos aqui para uma conferência — Respondeu Aline.— Ah, a conferência das mulheres independentes? Eu também estou aqui para isso! — Exclamou Sofia. A essa altura, Joaquim havia se juntado a ela, parando ao seu lado.— Amor, a Anabela e a Aline também estão aqui para a conferência. Não é uma coincidência incrível? — Ela comentou, colocando a mão no ombro de
(Ponto de Vista de Anabela)Quando nos viramos para entender o motivo do grito de Sofia, nossos olhos se arregalaram em surpresa. Sofia estava agachada, com as mãos no ventre, com o rosto contorcido pela dor.— Você está bem? — Perguntei, correndo até ela, com preocupação estampada no rosto.Sofia não respondeu. Ela apenas continuou gemendo. O medo se apossou de mim, e fiz sinal para Aline se aproximar.— Eu acho que ela está machucada, vamos ajudá-la. — Sussurrei.Aline hesitou por um momento antes de correr até o meu lado.— Anabela, você tem certeza? Não sei, mas não confio nela.— Vamos apenas ajudá-la. — Respondi, tentando ajudá-la a se levantar.Nesse instante, duas mulheres se aproximaram de nós. Fiquei aliviada, pois mais mãos para ajudar seriam bem-vindas.— O que aconteceu? — Uma delas perguntou.Sofia olhou para elas, com lágrimas nos olhos.— Ela... ela tentou me machucar. Eu estou grávida, e ela me empurrou. — Ela acusou, apontando para mim.Um suspiro alto escapou de noss
(Ponto de vista de Anabela)— Eu ainda não consigo entender o que aconteceu. — Aline bufou, jogando sua bolsa no sofá assim que entramos na sala de estar. — Aquela mulher é inacreditável!— Aline, vamos deixar isso para trás. — Suspirei, caindo ao seu lado no sofá. — Eu estou bem, e isso é o que importa.Aline se virou para me encarar, com o rosto sério.— Veja bem, esse é o problema. Você é muito boazinha, não cria problemas, e é por isso que ela implica com você o tempo todo. Ela deveria estar escondendo o rosto com tudo o que fez com você, mas, em vez disso, ainda está criando problemas.— Aline, não há necessidade de ficar revivendo isso. — Pedi, esfregando as têmporas.— Mas alguém precisa te lembrar disso. — Ela retrucou. — Quer que eu faça uma lista de tudo o que ela te fez? — Ela perguntou, com os olhos desafiadores.— Não. Não precisa se dar ao trabalho. — Respondi, levantando a mão como um pedido de fim de conversa.Aline fez uma careta.— Você precisa parar de ser boazinha c
(PONTO DE VISTA DE JOAQUIM)Assinei rapidamente o último documento, aliviado por finalmente ter terminado a papelada que estava acumulada na minha mesa há semanas. Assim que estava prestes a guardar os papéis, ouvi uma batida na porta. — Quem é? — perguntei.— Sou eu, Cristina, senhor. — Respondeu minha secretária. — Entre.Cristina entrou, parecendo um pouco aflita. — Desculpe incomodá-lo, senhor, mas estou tendo problemas para acessar o banco de dados da empresa. Assenti, compreendendo. Cristina é nova, está aqui há apenas dois dias. Minha secretária anterior se demitiu porque ia se mudar para o exterior com o noivo. — Sente-se, deixe-me mostrar como funciona. — Indiquei a cadeira vaga.Com paciência, mostrei a ela como navegar no banco de dados. Alguns minutos depois, ela já tinha entendido. — Obrigada, senhor. — Disse ela, levantando-se. — Agradeço muito pela paciência. — De nada.Quando ela se virou para sair, chamei-
(PONTO DE VISTA DE ANABELA)Estava preparando legumes e outros utensílios para cozinhar quando senti um choque no estômago. Fiz uma careta e segurei-me no balcão da cozinha, esperando que a onda passasse. Eu sabia que passaria, porque era uma sensação que eu já conhecia.Essa sensação começou há três dias, e, no início, atribuí ao que comi. Mas aconteceu novamente, e de novo, e já é o terceiro dia.Não dei muita importância porque não era doloroso, apenas um choque agudo que se espalhava pelo meu abdômen como uma maré de ondas. E, segundos depois, desaparecia como se nunca tivesse acontecido.Decidindo que não era nada sério, não me preocupei em contar para minha mãe ou para Aline. Elas entrariam em pânico e me arrastariam para o hospital, e eu odiava hospitais. Eles me lembravam de muitas memórias desagradáveis. Então, empurrei esses pensamentos para o lado, decidindo que isso pararia da mesma forma que começou. Não havia necessidade de preocupar ninguém.— Está tudo bem? — Perguntou