Três dias depois...
Sérgio
— Desce. — O policial diz me puxando de uma vez.
Nem sei por que estão me tratando assim. Muitas pessoas me olham.
— O que você fez com meu filho? — Uma mulher me acerta um tapa no rosto.
— Calma minha senhora. — Um policial segura ela.
— Eu vou matar você. — O homem diz apontando o dedo no meu rosto.
Entramos no que presumo ser a delegacia.
Não posso ficar aqui. Os onze vão mandar me matar tenho certeza.Não quero voltar pra àquele lugar. Prefiro morrer.
Mas como vou fazer pra ajudar os outros se eles me matarem? Por que estou aqui? Eles com certeza sabem que eu fugi. Faz vinte dois dias. Na verdade eu tava desconfiando desse silêncio todo deles. Eu já previa que em algum momento seria preso. Agora é manter a calma, esperar o momento certo e colocar em prática tudo que aprendi de útil naquele inferno e tudo que treinei nesses vinte e dois dias.
[...]
SérgioO homem e a mulher saem nos deixando "sozinhos". Sei que eles observam tudo do outro lado daquele vidro.A Inspetora me olha fixamente.Ela é muito bonita e atraente. Tem um perfume muito agradável. Consigo sentir o gosto adocicado do perfume na minha boca."Queremos ajudá-lo, então não diga nada, eles tentarão tudo para obter as informações, daqui onze dias o ajudamos, envolva-os"...Nunca vi aquele homem que disse isso...Não quero ajuda deles. Eu não sou burro. Se eu disser tudo agora, acabo com a chance de tirar todos de lá. Pior, eles podem matar todos. Mas posso usar isso ao meu favor. Já que tem infiltrados deles aqui na polícia.— Infelizmente não conseguir um defensor público para o momento. No máximo dois dias para conseguir um para seu caso.Está tentando jogar comigo doutora. Vamos ver até onde a senhora consegu
LauraPaulo me trouxe para o hospital. Não tinha necessidade, era só ter me levado para casa. Agora estou tomando remédios e levei uma injeção no bumbum.Terei que fazer um monte de exames.Sei que vão dizer que estou com estresse e falta de descanso.Até acho que a médica irá me manter internada aqui no mínimo uns dois dias.Eu preciso ir embora.Preciso interrogar aquele homem. Eu sinto, e tenho uma grande intuição que ele sabe muita coisa.Irei fazer tudo o que ele quer.O delegado me deu carta branca, irei tirar as cameras, pintar toda a janela de preto. Preciso que Luciano se sinta a vontade, se ele pedir uma jacuzzi, eu consigo, churrasco. O que ele quiser.Ele vai ter confiança em mim ou eu não me chamo Laura Goulart Brandão.Me informaram que não encontraram Lucas. Eu preciso saber o que ele disse.— Laura. — Gabriela entra correndo no quarto.— Eu tô bem.Ela me abraça apertado.
LauraEntro na sala especial três e cumprimento Jean.— Bom dia.— Bom dia Inspetora. Como você está?— Melhor!Ele destranca a porta.— Pode ficar aqui fora.— Ele está sem algemas, não tem cameras aí dentro e a tela de observação foi pintada.— Eu sei disso, se eu demorar mais que cinquenta minutos você entra.— Sim senhorita!Ele abre a porta. Escuto uma música alta tocar. Uma música muito triste.Minha mãe gostava muito, e em seu funeral tocou.Desço as escadas.Uau...A sala está cheia de passarinhos feitos de papel. Ele está sentado na mesa escrevendo algo. Tento não pisar nos origamis. Falhei. Ele me olha fixamente.Ai meu Deus...Ele dá um grande sorriso, tirando meu fôlego. Se levanta e abaix
Vinte e quatro horas depois...SérgioSorrio vendo a doutora Brandão entrar na sala. Vestida sempre a caráter. Um paletó preto, por cima de uma blusa de botões, uma calça social preta que veste muito bem em seu corpo, cabelos amarrados em um rabo de cavalo e seu perfume doce que inunda a sala.— Bom dia Luciano. — Ela diz sorrindo e se sentando.— Bom dia doutora. — Digo terminando outro origami.Larissa trouxe três caixas de papel para eu guarda-los.— Como você passou essas 24 horas? — Doutora pergunta tirando alguns papeis de sua bolsa.— Bem. E você doutora, fez refeições, descansou?— Sim Luciano.Ela está diferente.Mais tranquila. Muito tranquila— Temos cinquenta minutos Luciano. Esse é o equipamento chamado polígrafo. Ele vai detectar sua frequência cardíaca, sua pulsação, s
LauraPrimeiro as perguntas irrelevantes...Não consigo parar de olhar para uma queimadura em seu peito. Lembra muito marcas feitas por ferro quente de marcar bois.L-05.Deve ter doído muito.Ele tem um corpo maravilhoso. Acho sexy pelos fininhos no peitoral e abdômen. Abdômen e peitoral bem definidos. Com seis gominhos.Vamos começar o segundo round.Pergunta relevantes. Vamos observar a tela agora Laura.Esse corpo delicioso é sim uma distração, mas você consegue.Poderia ter deixado ele com camisa.Eu estou molhada e salivando até agora depois daquela extrema sensualidade que usei para tirar o pano do corpo.Até agora também estou tentando calcular como ele me derrubou no chão ontem.— Você conhece Natália?— Não.<
LauraAcordo com muita dor de cabeça. Poxa eu dormi muito.São 5:00 da manhã. Resolvo ir para a delegacia agora mesmo. Tomo um banho, coloco minha roupa de trabalho, e deixo o cabelo solto.Meu celular vibra.Mensagem de Gabriela.— Já chegamos.Meu coração se aperta. Ai Gabriela.Não respondo.Chego no estacionamento. Terei que ir de táxi, hoje ta frio e o meu bebê não vai pegar. Não dá partida. Chamo o táxi pelo aplicativo. 5 minutos.Ando até o saguão do prédio, mas dou meia volta, pois está cheio de repórteres.— Firmino, quando o táxi chegar pede para ele entrar no estacionamento? — Digo.— Certo Laura. Quer
SérgioUm policial me trouxe para uma sala pequena e muito quente. Gostava mais da outra. Estou algemado novamente. Eu não gosto de ficar amarrado...-- Oi!? — Doutora Brandão diz entrando na sala.Ela estava chorando...— Oi. — Digo preocupado.— Eu fui afastada das minhas funções Luciano, amanhã outro inspetor irá cuidar desse caso. — Ela diz mordendo os lábios.Não sei mais eu estou feliz com isso...Ela quase morreu hoje...Não gosto de imaginar o que os onze podem fazer com ela. Ontem eu quase entreguei tudo para ela, quase abri minha boca para dizer tudo que eu sei.Melhor ela ficar longe disso tudo mesmo. Melhor ela ficar longe de mim.— Eu não vou poder vir aqui na delegacia enquanto não conseguirem resolver isso tudo.— Você acredita em mim doutora?Ela nega com a cabeça.
LauraEstou sozinha em meu apartamento frio e solitário como meu coração.Hoje Luciano será levado para o presídio da serra. Não acredito que eu estava me apaixonando por um psicopata que esquarteja pessoas.Por que não disseram dos outros?Ou talvez era coisa da minha cabeça mesmo.Ah.Vou esquecer isso.Vou continuar minha vida. Ler meus livros, tirar umas boas férias, tenho uma economia guardada para comprar um outro carro, deixo para depois, no momento quero relaxar.Amanhã mesmo compro um pacote de viagem para ilhas Maldivas.Alguém bate freneticamente na porta.Coloco pausa na série.Poxa, vai quebrar minha porta.— Já vai! — Grito.— Caralho. — Digo baixinho.Coloco uma camisola de renda por cima da lingerie.Ando para sala.Ligo as luzes.Destranco a porta.— Oi.Meu coração salta meu peito. Um breu toma conta da minha