Lua Ataide
Imagina acordar num dia comum, levantar da cama, e descobrir que o garoto mais rico da cidade decidiu montar um cavalo branco (sim, literalmente!) e aparecer na sua porta achando que é o seu salvador. Parece coisa de filme ruim, né? Também achei. Até o dia em que Benjamin resolveu entrar — ou melhor, invadir — a minha vida.
Um playboy adolescente que renega o mundo de luxo onde nasceu e, por algum motivo completamente inexplicável, cismou que precisa me salvar. O problema? Ele nunca perguntou se eu queria ser salva.
— E se eu estivesse perguntando se podia te ajudar?
— Eu teria dito não.
— Então é por isso que eu vou fazer assim mesmo.
Intrometido, insistente, irritante. E, pra piorar, carismático. A gente discute mais do que respira, o que leva minha melhor amiga a soltar pérolas como:
— Vocês dois deviam namorar logo, porque esse teatrinho já deu.
Mas isso aqui não é um romance clichê. Pelo menos não pra mim. Se eu pudesse, mandava o Benjamin pra outra cidade. Pena que a família dele é dona dessa.
Depois que meus pais morreram num acidente de carro — e eu sobrevivi por estar sem cinto, ironicamente —, tudo na minha vida saiu dos trilhos. E agora, cada boa intenção do Benjamin parece só piorar as coisas. Ele me deu uma carta, mas o que não estava escrito nela é tudo o que eu venho sentindo desde então.
Tem coisas que palavras não explicam. E tem feridas que nem um cavaleiro branco pode curar. Mas talvez… só talvez… ele esteja disposto a tentar.