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Todos los capítulos de Foreigners: Lobos entre nós: Capítulo 21 - Capítulo 28
28 chapters
Capítulo 21 - O filho impulsivo
Alec FieldsO clima entre Zayn e Emmy era denso, carregado como o ar antes de uma tempestade. Observando os dois, quem não os conhecesse veria apenas o jogo provocativo de um jovem impulsivo tentando dominar uma garota relutante. Mas eu conheço Zayn. Conheço o peso que ele carrega nos ombros e a escuridão que ele abraça com gosto.Zayn pode parecer apenas um provocador, mas ele é mais brutal do que qualquer um de nós ousaria ser — mais até do que o próprio Chase, que já foi temido por nossos inimigos e reverenciado pelos nossos. Meu irmão mais novo foi o primeiro a se transformar. Suportou sozinho todas as cerimônias da torre Malac'h. Empunhou espadas antes de todos nós, lutou contra a própria besta... e perdeu. Mas diferente de mim, ele nunca tentou vencê-la. Ele a acolheu. Dançou com ela nas noites de lua cheia, marcando sua pele com os rituais antigos sem anestesia, sem auxílio das sacerdotisas. Cada cicatriz é carregada como um juramento: ele nunca será domesticado.Por
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Capítulo 22 - A deusa de todos os caminhos
Emmy Zack A viagem foi uma provação. Cada solavanco da carruagem parecia uma lembrança cruel do que me esperava. Não importava o quanto Isaac e Zayn tentassem me acalmar com promessas de tranquilidade — “Será uma chegada suave, Emmy, sem surpresas.” — nada poderia preparar minha mente para o caos silencioso que se erguia dentro de mim. Mas quando a carruagem finalmente desacelerou diante da ponte que levava ao Templo de Malac’h, não havia mais espaço para palavras reconfortantes. Apenas o som dos cascos contra o mármore e o rugido abafado do meu próprio coração. A ponte era uma obra digna dos próprios deuses — longa, imponente, sustentada por arcos colossais que pareciam desafiar as leis da gravidade. Além dela, a cidade sagrada se estendia como uma tapeçaria viva de pedras ancestrais, torres douradas e telhados de âmbar. No centro, como um farol arrogante, a Torre de Malac’h rasgava o céu com sua presença absoluta. Muito maior que a Divisa Guardiã. Muito mais opressora. Isaac me
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Capítulo 23 – Uma dança invejada pelos deuses
Emmy Zack Havia algo desconcertante nos olhares que me atravessavam. Eles não apenas me observavam — me despiam. Como se quisessem arrancar meus segredos com os olhos. Tentei manter um sorriso sereno nos lábios, mas ele tremia. Os músicos estavam posicionados discretamente num canto do salão, tão silenciosos até então que me espantei por não tê-los notado. O ar vibrava levemente, como se o espaço entre as paredes aguardasse algo sagrado. — Animem-se — exclamou Triodh’ch, com sua voz rouca e carregada de autoridade — já faz mais de uma década desde que a deusa superior pisou entre nós. Ela ergueu a taça, o líquido cor de sangue refletindo na iluminação de sua aura. Um silêncio pesado caiu sobre o salão. Sentia-me ainda mais pequena, engolida pela imponência daquele momento. Eu não conhecia todas as histórias do continente — não ainda. Ainda não havia chegado nessa parte dos livros que Alec me dera. Estava perdida entre mitos e símbolos, caminhando às cegas entre rituais que
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CAPÍTULO 24 - Um filho que nasceu para ser rei
Alec FieldsOs olhos dela, naquela cor, devastavam qualquer lógica em mim. Emmy era uma tempestade silenciosa, e sua energia fluía pelo salão como uma onda invisível que arrancava o fôlego de todos — especialmente o meu. Ela dançava, sem ter a menor noção do quanto sua simples presença era catastrófica para criaturas menores, para almas frágeis. Seu poder escapava como perfume raro, inebriante, e ninguém ali sabia o que fazer com aquilo.Mas ela também não sabia quem era.Cresceu trancada numa torre, vigiada por olhos famintos e mentes paranoicas, todos obcecados em conter o que ela podia ser.Não era justo.Ela ainda era apenas uma menina no corpo de uma mulher, uma menina tentando entender por que o mundo parecia pequeno demais para a energia que nascia dentro dela.E mesmo assim, mesmo sem termos chegado ao ponto central — aquele ponto de ruptura onde tudo se revela ou tudo colapsa — eu já sentia a verdade cutucando meus ossos.Observei os reis de Strindor: sua alteza e a consorte
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CAPÍTULO 25 - Um filho que nasceu para ser rei II
Zayn FieldsSenti Alec se conter através do elo. Seu esforço em controlar o desejo pulsando em seu peito reverberava dentro de mim como uma batida errada no coração. Aquela conexão nos unia mais do que eu gostaria, e era impossível ignorar. Isso desviou minha atenção do que nosso pai dizia, enquanto conversava com Isaac. As palavras dele tornavam-se distantes, abafadas, como se ouvidas debaixo d’água.Alec estava feliz. Uma felicidade contida, mas intensa. E aquilo me incomodava, não por ciúmes — ao menos, era isso que eu dizia a mim mesmo — mas porque minha fera reagia com inquietação, como se o mundo tivesse perdido o eixo. Meu lobo rosnava dentro de mim, inquieto, impaciente. Queria correr. Correr até que não restasse mais nada além do cheiro da floresta que envolvia a cidade sagrada. Correr até que tudo aquilo fosse apenas um ruído distante.Mas eu não podia.— Zayn...? — a voz de Isaac me puxou de volta.Pisquei, desorientado, virando o rosto para ele. Seu semblante carregava uma
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CAPÍTULO 26 - Um lobo gentil
Matteo FieldsO silêncio que ficou entre eu e Chase era denso como neblina em uma floresta antiga. Isaac e Zayn retornaram primeiro, os passos firmes demais, o silêncio mais espesso que o necessário. A tensão estampada nos ombros rígidos, nos olhos que evitavam contato.Encostado em um dos enormes pilares que sustentava o salão, observei a movimentação. Aquele tipo de vigilância se tornara meu refúgio.Emmy, ainda nos braços de Alec, foi gentilmente tomada por nossa mãe — uma ação sutil, mas carregada de intenção. Ela sabia o que estava por vir. E, naquele instante, eu soube também.Nos últimos dias, enquanto meus irmãos se afogavam na tempestade provocada pelo destino — ou talvez por nossos próprios legados corrompidos, eu escolhi ser a âncora. Um observador em meio ao caos, o lobo que aguarda na sombra, estudando antes de atacar.Mas naquela noite... havia algo diferente. A lua cheia sussurrava em minha pele, cutucando a besta que escondo sob a carne e o controle. Algo primal se erg
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CAPÍTULO 27 - Um lobo gentil II
Emmy ZackChase não perdeu tempo.Ele agarrou minha mão com firmeza e me arrastou de volta para o centro do salão. Seus passos eram firmes, quase apressados, como se houvesse algo urgente em me exibir ali, sob os olhares atentos da matilha e dos convidados, como se cada gesto dele precisasse ser testemunhado.Seus dedos se fecharam ao redor da minha cintura com uma segurança que fazia meu coração acelerar — e não só pelo ritmo da dança. Ele inclinou o rosto, o hálito quente tocando a curva da minha orelha enquanto sussurrava:— Você parecia tão feliz nos braços de Isaac... — a voz dele era baixa, carregada de uma intensidade que não consegui decifrar de imediato — Mas nos de Alec, Emmy... você estava radiante.Engoli em seco. Levantei os olhos até encontrar os dele — azuis escuros, profundos como o mar à noite, cheios de um ciúme contido que se mascarava por trás do sarcasmo.— O que você quer dizer com isso? — perguntei, tentando manter o tom leve, embora meu estômago tivesse se revir
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Capítulo 28 – O Jardim da Cluedade
Emmy ZackO ar parecia pesar sobre meus ombros. Meus pulmões pediam socorro, e meus pensamentos, dilacerados e frenéticos, imploravam por silêncio. Eu andava ao lado de Matteo, cambaleante, sem absorver o mundo ao redor.A única coisa que me mantinha em pé era o instinto. Queria sair.Precisava sair.Aquele templo... aquela cerimônia... aquele beijo.Caminhamos por uma trilha silenciosa, ladeada por borboletas de luz que flutuavam como estrelas perdidas. Suas asas cintilavam em tons violáceos e dourados, como se carregassem fragmentos de uma noite encantada. Mas eu não via beleza.Eu via labirintos. Dentro de mim, algo havia sido despertado — ou talvez invadido. Um calor antigo e desconhecido serpenteava por minha pele.Não me lembrava do rosto dos outros rapazes. Não soube dizer se sorriram, se gritaram, ou se me olharam com choque ou inveja. O único som que ecoava em minha mente era o alvoroço abafado dentro do salão, risos e aplausos misturados ao som de meus próprios batimentos
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