POV ENRICAAcordei com o gosto de sangue e ferro na boca. Ou talvez fosse outra coisa. Algo químico, amargo, estranho. Tentei abrir os olhos, mas a luz fraca do lugar fez tudo latejar ainda mais. Uma dor aguda atravessava meu braço esquerdo, como se tivessem injetado algo.O chão de pedra era frio, úmido, e fedia a mofo e desespero. Eu estava deitada de lado, os pulsos presos por algo áspero e apertado atrás das costas. Cada parte do meu corpo parecia pesada demais, como se os músculos tivessem sido revestidos de chumbo. Um pano sujo envolvia minha boca, abafando qualquer som — ou tentativa de grito.Não me movi. Continuei ali, fingindo inconsciência, deixando os sentidos vasculharem o ambiente.Passos. Dois pares. Um mais leve, mas apressado. O outro… firme, com a arrogância de alguém que tinha o mundo sob seus pés.As vozes vieram logo depois, abafadas pela distância e pelas paredes de pedra, mas se aproximando.— Eu… eu não consegui. A outra… ela… o cheiro… — a voz era tensa, nervo
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