— Meu Deus, o que aconteceu naquele escritório? Celina, como você permitiu que isso acontecesse? — sussurrei para mim mesma, sentindo o calor ainda presente em minha pele, como se o toque de Gabriel estivesse queimando por dentro. Eu havia correspondido ao toque daquele homem. Ele havia segurado minha mão, e talvez isso tenha sido o suficiente para incitar algo dentro de mim, algo que eu não esperava, não desejava, mas que de alguma forma aconteceu. E então, ele deslizou os dedos pelos meus lábios de maneira tão delicada, tão envolvente, que parecia até cruel. Aquela sensação... aquilo era avassalador. Não, não, isso era perigoso demais. Eu precisava me afastar. Eu sabia, lá no fundo, que ele não sentia nada por mim. Ele não me conhecia. Ele estava em luto. A dor, a solidão... ele procurava um alívio, estava apenas se agarrando à primeira mão amiga, à primeira pessoa que parecia capaz de dar um pouco de consolo, nada mais. Nada real. Ele não me queria. E eu não deveri
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