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Todos os capítulos do Um Sorriso Para o CEO: Capítulo 41 - Capítulo 50
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Celina - Capítulo 41
Fiquei um longo tempo no quarto com Sofia. Depois que ela adormeceu, desci as escadas e encontrei a porta do escritório de Gabriel aberta. Ele ainda estava lá dentro, sentado no sofá do escritório, com a camisa aberta, cabelo bagunçado e um copo de uísque nas mãos. Seus olhos estavam vermelhos e olhava fixamente para o nada. A raiva em mim dissipou. Ele parecia ter chorado. Fiquei parada por um instante, observando-o. A imagem de Gabriel, sempre tão rígido e no controle, agora despido de sua armadura, me pegou de surpresa. Ele não era apenas um homem severo e exigente—era alguém quebrado, perdido dentro da própria dor. A raiva que eu sentia antes desapareceu, dando lugar a algo que eu não sabia bem como nomear. Com cautela, dei um passo para dentro do escritório. — Senhor Gabriel… — minha voz saiu baixa, quase um sussurro. Ele piscou algumas vezes, como se estivesse voltando à realidade, mas não respondeu. Apenas girou o copo de uísque nas mãos, encaran
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Celina - Capítulo 42
Gabriel estava diante de mim, mas parecia distante. Havia algo quebrado em seu olhar, uma sombra que ele tentava esconder por trás do silêncio e da rigidez dos ombros. O copo em suas mãos tremia quase imperceptivelmente, e eu me perguntei quantas vezes ele já havia se perdido dentro daquele mesmo silêncio, tentando encontrar respostas para perguntas que nunca tinham uma solução justa. Eu queria entender. Queria ajudá-lo. Mas, acima de tudo, queria que ele enxergasse o que eu via. Ele dizia que fazia tudo por Sofia, que apenas queria protegê-la. Mas proteção não deveria significar aprisionamento. E então, antes que pudesse me conter, as palavras escaparam dos meus lábios: — Mas, senhor Gabriel… não é estranho o senhor fazer tudo isso para poupá-la de sofrimento e terminar sendo o responsável por causar o mesmo sofrimento em Sofia, que tanto tenta evitar? Ele me olhou, refletindo sobre o que eu havia dito. E pela primeira vez, vi a armadura dele tri
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Celina - Capítulo 43
— Papai! Sofia entrou correndo no quarto e se atirou no colo de Gabriel, soluçando. — Eu tive um pesadelo… Fiquei parada, observando enquanto ele a abraçava, murmurando palavras tranquilizadoras. Mas a menina ainda tremia, os dedinhos agarrados à camisa do pai. No colo de Gabriel, Sofia me estendeu a mão e me puxou para sentar com eles. — Por favor, Celina. Fica aqui comigo e com o papai. Sofia apertava minha mão com força, mas seus olhinhos estavam fixos no pai, ainda agarrada a ele como se temesse que, se soltasse, ele também desaparecesse. — Eu estou aqui, minha estrelinha — murmurou Gabriel, a voz carregada de uma ternura silenciosa. — Promete que não vai me deixar, papai? — a pergunta saiu de Sofia quase como um sussurro, mas soou tão forte no silêncio do escritório que fez meu coração apertar. Eu vi o corpo de Gabriel se retrair. Seus ombros se endureceram, e ele ficou hesitante, como se aquela simples promessa fosse mais pesada do que qualquer outra coisa.
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Gabriel - Capítulo 44
Enquanto levava Sofia para o quarto, fiquei pensando na coincidência de Celina cantar justamente aquela música. Minha esposa costumava cantar essa canção quando Sofia tinha medo. Era um detalhe pequeno, talvez sem importância. Mas ainda assim, me incomodava. Sofia estava leve em meus braços, o rosto descansando contra meu ombro. Seu cabelo macio fazia cócegas em meu pescoço, e por um instante, permiti-me fechar os olhos e apenas sentir a respiração calma dela. Era nesses momentos que eu era mais próximo de mim mesmo — quando ela dormia e não precisava da minha força, não precisava vestir minha armadura e nem pensar em fazê-la forte. Podia só olhar para ela e sentir meu coração se aquecer. Ela era minha filha, minha estrelinha. Como eu amava. Enquanto Sofia dormia, eu não precisava pensar, podia só sentir o amor que eu tinha por ela. Ajeitei-a com cuidado na cama, puxando o cobertor até seus ombros. Mas quando me afastei, senti um movimento sutil e vi seus cílios tremularem. — P
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Celina - Capítulo 45
Meu corpo travou. A pergunta dele foi como um choque. Ele sabia? Ou estava apenas jogando comigo? Meu coração acelerou, e antes que eu pudesse encontrar uma resposta, ele continuou: — Eu sei que é pedagoga, fez mestrado na Europa e tem vários cursos sobre educação. Mandei verificar todo o seu currículo. Mas você me confunde. Tentei manter a compostura, mesmo sentindo o impacto daquelas palavras. — Não estou entendendo, senhor… — Minha voz saiu firme, mas por dentro, minha mente encontrou rápido, buscando entender o que ele queria dizer. — Sente-se, Celina. O comando me pegou desprevenida, mas obedeci. Ele me olhou por um longo momento antes de dizer: — Faz cinquenta e nove dias que trabalha nesta casa. Eu posso não estar sempre aqui, mas sou um homem observador. Quer saber o que eu percebi? — Por favor, senhor — minha voz vacilou, mas tentei me recompor. — Você não é tão tradicional quanto disse que era. Aquelas palavras me atingiram de forma inesperada. O que ele que
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Celina - Capítulo 46
Meus olhos se arregalaram. — O quê? — Não sou alguém que se sinta confortável em uma rotina previsível. Preciso de algo mais… uma boa disputa de ideias. Você me desafia, Celina. E isso me mantém alerta. Minha mente travou. Ele… gostava disso? Gabriel sentou-se ao meu lado, e eu senti o cheiro amadeirado do seu perfume. Em seguida continuou, sua voz mais grave, mais introspectiva: — Não precisa pedir desculpas por ser inteligente, Celina. Eu vejo o que você faz. Eu também sou assim. Gosto de sair da minha zona de conforto. Só assim posso enxergar o que ninguém mais vê. Eu continuei encarando-o sem dizer uma palavra enquanto ele continuava: — Eu gosto que seja assim. Não deve pedir desculpas por ser inteligente — ele repetiu. — Deve andar com seus iguais. Fiquei sem palavras. Durante toda a minha vida, pessoas me pediram para mudar. Para ser mais silenciosa, mais contida. Para concordar sem questionar. Mas
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Gabriel - Capítulo 47
Eu não queria fazê-la chorar com os meus problemas. Só que eu me sentia vazio, perdido, sem saber como seguir em frente. Me agarrei à mão dela porque, de alguma forma, ela sempre parecia saber o caminho. Mas foi quando toquei o rosto dela, vendo-a chorar, que meu corpo estremeceu. O que estava acontecendo comigo? Primeiro eu a imaginei nua na cozinha, depois senti um alívio inesperado quando ela me disse que as ligações não eram de um namorado, isso inclusive, foi muito invasivo da minha parte. Eu jamais deveria ter feito isso, mas simplesmente não pude me controlar. E agora não queria terminar esse contato entre nós. Esse simples toque parecia um abismo do qual eu não conseguia escapar. Não queria soltar sua mão, não queria encerrar aquele momento. Havia algo ali, algo que me puxava para mais perto, que me fazia querer prolongar aquele segundo em que estávamos tão próximos. Talvez fosse o álcool, pensei por um momento, mas logo me corrigi. Mentira. Eu estava muit
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Celina - Capítulo 48
— Meu Deus, o que aconteceu naquele escritório? Celina, como você permitiu que isso acontecesse? — sussurrei para mim mesma, sentindo o calor ainda presente em minha pele, como se o toque de Gabriel estivesse queimando por dentro. Eu havia correspondido ao toque daquele homem. Ele havia segurado minha mão, e talvez isso tenha sido o suficiente para incitar algo dentro de mim, algo que eu não esperava, não desejava, mas que de alguma forma aconteceu. E então, ele deslizou os dedos pelos meus lábios de maneira tão delicada, tão envolvente, que parecia até cruel. Aquela sensação... aquilo era avassalador. Não, não, isso era perigoso demais. Eu precisava me afastar. Eu sabia, lá no fundo, que ele não sentia nada por mim. Ele não me conhecia. Ele estava em luto. A dor, a solidão... ele procurava um alívio, estava apenas se agarrando à primeira mão amiga, à primeira pessoa que parecia capaz de dar um pouco de consolo, nada mais. Nada real. Ele não me queria. E eu não deveri
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Joana - Capítulo 49
Já eram quase duas da tarde, e Celina ainda não havia chegado. Combinei com ela que nos encontraríamos a cada dois meses para sabermos em que ponto estávamos. Era nossa maneira de garantir que Sofia não ficasse desamparada — nem emocionalmente, nem em relação às regras rígidas do senhor Gabriel. Sofia estava na escola a essa hora, então não havia risco de alguém nos ver juntas, mas, mesmo assim, a tensão não me abandonava. Meu coração estava apertado, como sempre fica quando penso na menina. Pobre Sofia. Como será que ela estava? Será que o brilho nos olhos dela havia voltado? Ou ainda era ofuscado pela frieza da casa em que crescia? Olhei para o relógio mais uma vez, batendo os dedos na mesa do café em frente à pracinha. Provavelmente, Celina estava indo bem. Sem a Dona Regina lá, se o senhor Gabriel não tivesse gostado da abordagem de Celina, já a teria despedido. Meu Deus, será por essa razão Celina que estava demorando tanto? Tinha sido despedida?
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Joana - Capítulo 50
Ela estava ofegante e vermelha, não olhava nos meus olhos. Alguma coisa tinha acontecido com ela. Celina não era assim. Respirei fundo e perguntei de uma vez, temendo a resposta: — Vocês se beijaram? — Pelo amor de Deus, não! Joana, eu trabalho somente há dois meses lá… — Celina, você está vermelha, hesitante, não olha nos meus olhos, o que aconteceu? — Não aconteceu nada, está bem? Ele só bebeu muito e segurou a minha mão. — Segurou a sua mão? — E eu fui embora, foi só… — Foi só o suficiente para mexer com você? Ela baixou os olhos e não respondeu. — Celina, cadê toda a sua inteligência? Justamente quando mais precisamos dela, ela te abandonou? — Eu… Eu… — Celina, eu te amo. Mas ele não é um homem para se apaixonar. Está em luto e nós temos uma missão. Ele deve confiar em você para a gente poder… — Eu sei… eu sei… eu não vou me apaixonar… vamos esquecer
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