O mundo a seu redor era feito de névoa e murmúrios.Donaldo via-se à deriva num oceano de trevas líquidas, como se sua alma houvesse sido arrancada do corpo e mergulhada num limbo sem fim, o silêncio tão denso que pressionava seu crânio.Mas havia algo mais ali. Algo latente.E então… veio o som.Um pulsar profundo e gutural, como um coração que batia sob a terra.Tum-tum. Tum-tum.Ele piscou e, de repente, não estava mais flutuando. Estava de pé em seu próprio salão, rodeado por suas concubinas. Elas estavam nuas, envoltas por um brilho úmido, com os olhos negros como um céu sem estrelas.Elas respiravam em uníssono.Tum-tum. Tum-tum.Donaldo tentou falar, mas sua voz se perdeu, dissolvendo-se no ar viscoso.As mulheres se aproximaram, deslizando como espectros, os cabelos esvoaçando como serpentes.E então, uma delas segurou sua mão e a pressionou contra o próprio ventre.Ele estremeceu. Dentro dela, algo se movia.Uma ondulação grotesca deformava sua pele, como se uma criatura tent
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