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Todos los capítulos de Nas Sombras do Crepúsculo: Capítulo 61 - Capítulo 70
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Especial 10 — Ventre(s) das Sombras
O mundo a seu redor era feito de névoa e murmúrios.Donaldo via-se à deriva num oceano de trevas líquidas, como se sua alma houvesse sido arrancada do corpo e mergulhada num limbo sem fim, o silêncio tão denso que pressionava seu crânio.Mas havia algo mais ali. Algo latente.E então… veio o som.Um pulsar profundo e gutural, como um coração que batia sob a terra.Tum-tum. Tum-tum.Ele piscou e, de repente, não estava mais flutuando. Estava de pé em seu próprio salão, rodeado por suas concubinas. Elas estavam nuas, envoltas por um brilho úmido, com os olhos negros como um céu sem estrelas.Elas respiravam em uníssono.Tum-tum. Tum-tum.Donaldo tentou falar, mas sua voz se perdeu, dissolvendo-se no ar viscoso.As mulheres se aproximaram, deslizando como espectros, os cabelos esvoaçando como serpentes.E então, uma delas segurou sua mão e a pressionou contra o próprio ventre.Ele estremeceu. Dentro dela, algo se movia.Uma ondulação grotesca deformava sua pele, como se uma criatura tent
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Especial 11 — Cântico: Sombras & Guerra
No Princípio, a Luz e a Sombra Dançaram...O mundo não nasceu em silêncio.Ele surgiu de um cântico, um eco de antigas e insondáveis forças, tecido entre a luz e a sombra. Os anciões chamam essa melodia primordial de Cântico dos Primórdios, pois sua melodia se desdobrou em criação e destruição, gerando o que chamamos de realidade.Havia equilíbrio no início. O Dia e a Noite. O Fogo e a Água. A Vida e a Morte. Mas como todo cântico pode ser distorcido, também a harmonia entre essas forças foi quebrada.As sombras, cobiçando domínio sobre o tecido da existência, começaram a se expandir, tentando engolir a luz e tecer sua própria melodia. No centro desse conflito primordial, seres de poder monumental emergiram — os Guardiões do Equilíbrio e os Senhores das Sombras.A história que se desenrola hoje é apenas uma repetição de velhas tragédias.Houve um tempo em que os humanos viviam sob a proteção dos Guardiões, entidades que mantinham a ordem natural. Mas a ganância, a fome por poder e a f
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Capítulo 51 — Ecos na Escuridão II
Duncan correu pelas sombras, seus pés não fazendo som algum contra o chão. O ar ali era... era denso, como se submerso num lago abissal e sem fim. As paredes pulsavam, algo indistinto nelas, como se feitas de carne viva e não de pedra. Sons distantes ecoavam pelo espaço – sussurros e soluços e lamentos. Duncan tentava ignorá-los. A única coisa que importava agora era... era encontrar uma forma de sair daquela ratoeira antes que o inimigo o encontrasse primeiro. Antes que fosse surpreendido — de novo.Outra vez, seus dedos tracejaram o ar, conforme sentia as asas do tempo batendo contra sua pele.Convenientemente, sua arte — Blue Butterfly — dispensava uma ancoragem, permitindo-o manipular o tempo, mas sempre manter sua posição atual ao voltar... Exigia menos energia também — nada de deslocamento a longas distâncias no espaço, nada de acurada canalização energética antes da ativação.Ele quase sorriu, não de alegria, mas de amargo alívio — cada revoada no tempo um véu que ele podia
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Especial 12 — O Menino e o Mar Sem Fim
Antes de se tornar o homem que agora moldava sombras e impunha sua vontade ao mundo, Donaldo fora apenas um menino.Um menino de pés sujos de areia, de olhos brilhantes como moedas de ouro, de coração inflado pelo vento salgado que vinha do mar.Ele crescera em uma vila de pescadores, onde as lendas de piratas e exploradores eram sussurradas entre redes de pesca e tonéis de rum barato. Havia sempre um marinheiro de passagem contando histórias de cidades de ouro perdidas, de ilhas onde monstros dormiam, de mapas riscados à faca sobre peles de animais exóticos.E Donaldo escutava. Escutava como quem bebe de uma fonte inesgotável, como quem quer engolir o mundo antes mesmo de poder zarpar.Quando tinha seis anos, Donaldo construiu seu primeiro barco.Não passava de tábuas velhas pregadas de qualquer jeito, com uma vela feita de lençol roubado, mas na mente do menino, era uma nau majestosa, cortando o oceano em busca de esquecidas riquezas.Ele mesmo se nomeou capitão. E os outros garotos
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Especial 13 — Sombras na Neve
Antes de se tornar Hei, o Caçador Espectral, antes de ser um nome sussurrado com reverência e medo pelos inimigos, ele foi apenas um menino sem nome.Um garoto de pés leves e olhos atentos, criado na neve e na escuridão.Ele aprendera desde cedo que o mundo não pertencia aos fortes. Não aos brutos, não aos que gritavam ordens, não aos que se impunham com músculos e arrogância.O mundo pertencia aos que sabiam esperar.Aos que observavam.Aos que atacavam sem serem vistos.Primeira Lição: Não Seja Visto, Não Seja PegoSeu primeiro mestre não era um guerreiro. Era um ladrão.Hei cresceu entre becos e templos abandonados, onde os pobres e esquecidos construíam seus próprios lares.O homem que o criou não tinha nome — ninguém de verdade tem nome quando se vive nas sombras.— A primeira regra, garoto. — disse ele certa vez, enquanto caminhavam sob o véu da lua. — O mundo é um tabuleiro. Você quer ser a peça ou o jogador?Hei, ainda uma criança, franzira a testa.— O jogador.O homem riu.—
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Especial 14 — Flores ao Vento
O vento soprava entre os bambuzais, murmurando mantras aos aguçados ouvidos de Mei-Lian.Desde criança, ela escutava as histórias dos antigos mestres taoístas — os andarilhos da harmonia, aqueles que enxergavam além do véu da realidade e compreendiam o equilíbrio entre todas as coisas.Seus dias eram banhados pelo sol dourado da manhã, e suas noites pelo brilho prateado das estrelas, enquanto praticava os sutis movimentos da espada, do leque e da respiração.Seus mestres lhe diziam que a vida não era uma estrada reta, mas um rio sinuoso, onde a resistência levava à dor, e a aceitação, à paz.E Mei-Lian acreditava nisso.Até que o destino decidiu testá-la. Primeira Paixão: A Dança do LequeO leque era sua primeira paixão. E não apenas como arma.Ela via poesia no dobrar da seda, na suavidade de um gesto que confundia, encantava e, num piscar de olhos, poderia matar.Os monges diziam que era vaidade.Mas Mei-Lian não via problema em ser bela e perigosa ao mesmo tempo.Em noites de festi
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Capítulo 52 — Sacred Water & Aquatic Connection
Da escuridão em volta, gargalhadas ecoavam — risadas cortantes e maliciosas que pareciam vir de todos os lados e de lugar algum. Vozes que sussurravam segredos profanos e promessas obscuras, conforme clones sombrios de Naaldlooyee emergiam aqui e ali. As sombrias mãos, frias como a morte, moviam-se com ritualístico rigor, esculpindo marcas arcanas em seu corpo, cada símbolo gravado uma mistura de dor e êxtase, como se a própria essência da sombria magia estivesse sendo urdida em sua carne.A jovem contraiu os lábios rachados.Ela precisava sair dali.O pensamento martelava em seu crânio como um tambor de guerra. Mas cada tentativa deixava apenas sangue sob suas unhas e desespero em seu peito. Seus olhos pesavam como lápides, as pálpebras tremendo contra a vontade de ferro que as mantinha abertas.— Durma — sussurravam as sombras em vozes de seda e navalha. — Apenas feche os olhos...Não.NÃO.Se cedesse agora, seria o fim. As trevas a devorariam por inteira, penetrariam até onde nem m
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Capítulo 53 — Sombrio Eco
A colina erguia-se solene, suas árvores dobrando-se ao peso do vento noturno. O céu estava nublado, ocultando as estrelas, como se o próprio firmamento temesse testemunhar o que estava por vir.Nagato estava assentado sobre uma raiz exposta, a postura reta, os olhos semicerrados em contemplação.Ele ouvia a floresta.Sentia o pulsar da terra sob seus pés, a respiração das folhas, o ciclo eterno da vida que ecoava entre os troncos centenários.Mas algo quebrava o equilíbrio.Algo que rompera sua imagem espelhada diante de Saci Tumbleweed, Hei e Kaena.Um murmúrio baixo, inquietante, rastejando como ocultas serpentes entre as árvores.A sombra de um pensamento.Nagato abriu os olhos.E então ele sentiu.Naaldlooyee. Ali.Não em carne e osso.Mas na escuridão.Ele não precisou olhar para saber.A presença do Lorde das Sombras era como um peso esmagador, uma névoa invisível que absorvia o próprio calor da noite.Nagato respirou fundo, mantendo-se impassível.— Veio em busca de respostas,
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Especial 15 — Ecos X Açúcar Amargo
“Há noites que não dormem — elas apenas olham de volta.”— Ditado entre as cortesãs da Cidade-Ilha de MirlêaA fumaça de kahve dançava em delicadas espirais, como véus de uma antiga deusa, perfumando o pequeno aposento com notas de cardamomo e carvão. A mesa era de madeira gasta, o chão, frio como os olhos dos senhores que vinham e partiam com moedas entre os dedos e segredos nos bolsos.Lunara, de olhos cor de mel e expressão distante, segurava a pequena xícara como se ela pudesse aquecer algo além das mãos.— Três sumiram esta semana. — disse sua amiga, Selin, enquanto soprava o vapor da própria xícara. — Três. Como se fossem penas levadas pelo vento.— Não foi o vento que as levou. — Lunara respondeu, com voz seca como as terras do leste. — Foi algo mais escuro… algo com fome.Lunara nem sempre fora uma cortesã.Houve um tempo em que o mundo era feito de folhas caindo no outono, das histórias do pai — um poeta caçador — e da mãe, que tecia encantamentos com ervas e palavras doces.
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Especial 16 — O Coração Que Caminha com os Espíritos
“Nem todas as árvores têm raízes no chão — algumas fincam-se nas lembranças.”— Ceiba, guardiã das árvores sagradas e mãe da florestaEntre o sussuro das folhas, a lua deslizava pelo céu como um olho atencioso e antigo, lançando sua pálida prata sobre as copas cerradas da floresta. Sob seu véu translúcido, Ceiba caminhava, os pés descalços tocando a terra com a leveza de uma oração.Cada passo fazia-se prece. Cada folha sob seu calcanhar era memória.Ela não patrulhava. Ela comungava.Cercada pelos espíritos da floresta, que a seguiam em silêncio — pequenas entidades de luz e sombra, raízes ambulantes, sussurros encarnados em formas animais — Ceiba mantinha o olhar sereno ao horizonte noturno.Ela não temia o escuro. Temia o que se esconde quando até o escuro teme aparecer.A floresta sabia. As árvores não esquecem. E Ceiba também não.Ela ainda se lembrava do tempo antes do Eclipse. Antes do mundo curvar-se ao nome de Naaldlooyee. Antes das aldeias se calarem. Antes de as meni
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