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25 chapters
Capítulo 21
Gabriel foi levado para o 89º Distrito Policial, no Portal do Morumbi, onde a denúncia foi feita. Conduzido até a sala do delegado Mauro Lopes, ele teve as algemas retiradas por um dos policiais. O traficante tinha deixado a pistola .40 com André ao sair da favela porque desde que passou a ser alvo de investigação, não andava armado fora de Paraisópolis.No seu celular pessoal, Gabriel não tinha nada comprometedor. Calmo e posturado, ele sentou na cadeira na frente da mesa do delegado de meia idade, alto, magro, cabelos negros e miúdos olhos azuis.- A sua mãe, a senhora Vanessa Vilela, registrou um boletim de ocorrência na noite de ontem, alegando que foi vítima de violência da sua parte. Você tem direito a um advogado.Com uma expressão vazia, Gabriel disse secamente:- Eu não preciso de advogado porque isso não aconteceu, e eu não deveria estar aqui. Aliás, eu nem deveria ter sido abordado de forma tão violenta por uma coisa que eu não fiz. No máximo, uma intimação para depor, esta
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Capítulo 22
Um casamento no Cartório de Registro Civil demora cerca de trinta dias para ser realizado. Os noivos entram com um pedido de habilitação, o cartório verifica se estão aptos para casarem e solta uma nota na imprensa. Contudo, Gabriel de Paiva só conhecia as suas próprias leis. Sendo assim, ele comprou o par de alianças BVLGARI a caminho do cartório que estava fechado por ser domingo, mas seus homens já estavam cuidando daquele pequeno detalhe.Ana teve a venda retirada dos olhos e na sua frente, na sala do Cartório do Morumbi; um Juiz, um Escrevente, um Padre, e cinco bandidos perfilados com fuzis AK-47. A Bebezinha arfou.- Meu Deus, Gabriel. Você foi longe demais.O traficante pegou a sua mulher pela cintura com firmeza para ela não fugir. Ele já tinha bebido para comemorar o grande dia da sua vida.- Bora dizer o sim antes que o seu leite fique pedrado. Ana ficou mortificada ao ver todos os presentes ficarem chocados. Vanessa estava só o ódio ao lado da geladeira duplex que se cham
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Capítulo 23
Renato ouviu o barulho do tiro. Um ruído quase imperceptível atravessou o vidro que não era blindado. Depois, ele ouviu o grito animalesco de Gabriel.- NÃO!Renato usou o cartão para entrar no quarto. Uma das razões pelas quais ele decidiu ser o segurança de Ana, foi porque ele sabia que Gabriel tinha esquizofrenia. Renato descobriu por acaso quando ele ainda era o vapor de Pedro. Gabriel tinha o estranho hábito de entrar em uma espécie de transe. Ele se desligava de tudo ao seu redor, e fixava o olhar perdido em algum ponto específico como se estivesse vendo alguma coisa. Aquilo não durava mais do que alguns minutos, e Gabriel voltava para a realidade como se nada tivesse acontecido. Entretanto, em um dos surtos psicóticos, ele descarregou a arma atirando contra a parede.Renato gelou ao ver a quantidade de sangue sobre a cama. Gabriel vestiu uma cueca boxer preta e pegou uma mala com as mãos trêmulas. Lágrimas do mais absoluto pavor, nublavam os seus olhos escuros.- Tem um snipe
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Capítulo 24
Ana tomou banho enquanto a roupa de cama era trocada pela camareira. Ela se vestiu com a ajuda de Kelly, e os seguranças permaneceram no quarto, deixando claro que não iriam sair até Gabriel voltar. Eles tinham respeito pelo comandante de Paraisópolis, e medo também, de forma que as suas ordens eram cegamente obedecidas.Vanessa entrou no quarto seguida por Daniel. Há mais de vinte e cinco anos no ramo de hotelaria, a empresária bem sucedida e milionária já tinha visto homens bonitos, elegantes e ricos. A maioria deles eram egocêntricos, e não tinham nada a oferecer para uma mulher que tinha tudo o que o dinheiro podia comprar. Vanessa era solitária e orgulhosa. Por isso, ela ficou emocionada quando a geladeira duplex a acordou com um beijo no rosto. Sua carência era foda demais, ao ponto de gostar do inimaginável.A empresária ignorou o olhar raivoso de Kelly e sentou na cama. Ela olhou para o curativo no ombro de Ana.- Ainda bem que você está viva. Caso contrário, Gabriel teria co
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Capítulo 25
EPÍLOGOCinco anos depois...Belíssima, elegante, magra, saudável e toda trabalhada no pretinho básico, a Advogada Criminalista Ana Luísa de Paiva, chegou no Fórum Criminal da Barra Funda para uma Audiência de Custódia.Sua cliente, Isabela Magalhães, estava presa sob a acusação de ter matado o marido quarenta anos mais velho para ficar com a herança milionária. Ela foi forçada a se casar aos dezesseis anos e passou por vários abusos físicos, sexuais e psicológicos. Entretanto, isso não constava nos autos do inquérito policial. A justiça pendia para o lado de um empresário renomado que foi assassinado pela sua ninfetinha. Para o Ministério Público, Isabela era uma vadia interesseira. Para Ana, sua cliente de vinte e um anos, era uma sobrevivente.De forma fria e calculista, com o salto alto preto fazendo barulho no piso de madeira, Ana se aproximou do banco das testemunhas. O médico da família seria o próximo a depor, e ele estava do lado da acusação.Com sua feição controlada e post
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