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Todos os capítulos do Destinada à Fera: Capítulo 21 - Capítulo 30
59 chapters
Capítulo 20
Ivy piscou para Lucian, ainda assustada, mas não existia nela nenhuma energia para discordar. Sentia seu corpo e mente completamente exaustos.Mas, de qualquer modo, Lucian já estava decidido e, de alguma forma, sua presença parecia mais protetora do que ameaçadora naquele momento.No fundo da mente de Ivy, algo pulsava com intensidade. Algo que ela sabia ter mudado dentro dela desde o toque naquele baú. E o próximo trovão parecia marcar mais do que apenas o início de uma tempestade.Nesse momento, Lucian olhou para a mão pequena de Ivy que agarrava o tecido de sua camisa. Algo em sua postura rígida amoleceu. E sem pensar, ele deslizou sua capa em torno dela.— Vai ficar tudo bem. Tempestades passam. — ele diz, a voz baixa.Ivy assente, ainda que seus lábios estejam trêmulos e os olhos ainda estejam arregalados, em alerta.Lucian afastou-se de Ivy, com os ombros tensos e os passos lentos. Ela, no entanto, reagiu rápido, segurando o braço dele.— Aonde você vai? — perguntou ela, a voz
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Capítulo 21
A luz bruxuleante da lareira lançava sombras que dançavam pelas paredes da sala, enquanto Ivy tentava ignorar o olhar fixo de Lucian. Ele parecia analisá-la, desvendando algo que ela ainda não tinha coragem de revelar.— Então, como exatamente você acendeu aquilo? — perguntou, indicando as chamas com um movimento sutil da cabeça. Seu tom era casual, mas o olhar carregava desconfiança.Ivy prendeu a respiração, tentando soar natural:— Acho que alguma brasa estava escondida ali, sabe? Talvez tenha reacendido sozinha com o vento...— O vento? — Lucian arqueou uma sobrancelha, sua incredulidade clara. — Dentro de uma casa fechada?Ela deu de ombros, tentando parecer desinteressada.— Coisas assim acontecem, não? Casas antigas, correntes de ar... A janela quebrada!Uma gota de suor escorreu pela nuca de Ivy enquanto ela evitava o olhar dele. O desconforto dela parecia só alimentar a curiosidade fria de Lucian, que finalmente deixou o silêncio se alongar por mais tempo do que deveria.Luci
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Capítulo 22
Quando os lábios de Lucian tocaram seu pescoço, Ivy instintivamente recuou, mas sua fraqueza a impediu de resistir.Por um breve momento, flashes do dia em que conhecera Lucian inundaram sua mente – aquele olhar frio e severo que a desafiava, o som baixo e rouco de sua voz, tão diferente de agora. Não havia traço daquele tom. Agora, havia apenas o calor exasperante que ele derramava sobre sua pele.Uma onda estranha percorreu seu corpo – uma mistura de dor e uma leveza inesperada, quase etérea.O calor de seus lábios contrastava com o frio que a paralisava, uma sensação tão estranha quanto o momento em si. Ivy sentiu o calor dele subir pela pele, algo íntimo e invasivo ao mesmo tempo. Era impossível definir se o que sentia era alívio ou desconforto.Lucian manteve o contato firme, sua mandíbula tensa enquanto trabalhava para extrair o veneno. O som de sua respiração ofegante era o único som na sala, exceto pelo crepitar da lareira."Concentre-se", ele disse a si mesmo. Mas o peso da p
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Capítulo 23
Os primeiros raios de sol filtravam-se pelas frestas das árvores, criando padrões dançantes através dos vidros das janelas quebradas. Ivy abriu os olhos lentamente, ainda atordoada pela noite anterior. Seu corpo doía levemente, mas estava quente, graças ao cobertor onde seu corpo estava enrolado. Ivy não lembrava de ter buscado nenhuma coberta na noite anterior, então apenas imagina Lucian havia providenciado aquilo.Aquilo parecia ser gentil e atencioso, vindo de uma pessoa como ele. Mas bem, Ivy se recusava a pensar em Lucian como qualquer coisa, a não ser um homem cruel e misterioso.Ela levanta os olhos e observa Lucian em sua frente. Ele estava agachado perto da lareira já extinta, com o rosto um pouco avermelhado pelo frio da madrugada.– Levante-se – ele disse sem emoção, enquanto arrumava sua jaqueta e se preparava para partir. – É hora de voltarmos.Ivy suspirou, sentindo-se ainda pesada. Sua mente gritava em protesto, mas sabia que ele estava certo. Ela se levantou devagar,
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Capítulo 24
O som dos pneus esmagando o cascalho foi a única coisa que quebrou o silêncio desconfortável no carro enquanto Lucian e Ivy voltavam para a alcateia.Conforme se aproximavam, os barulhos do caos chegavam até eles. Gritos e discussões ecoavam pela floresta, criando uma aura de tensão e confusão.Lucian estacionou o carro, saindo em um movimento rápido e fluido. Ivy, contrariando seu impulso de ficar no veículo, o seguiu imediatamente.Assim que passaram pelas árvores que cercavam a entrada do território da alcateia, a visão do tumulto os deixou estarrecidos. Lobos em forma humana discutiam acaloradamente no centro do campo principal. Algumas barracas estavam caídas, outros equipamentos destruídos. No topo da confusão estava Flora, cercada por um grupo de lobos submissos.– Isso é inaceitável! – um dos membros rugiu, mas recuou ao receber um olhar furioso de Flora.Ivy franziu o cenho e virou-se para Lucian.– O que diabos está acontecendo? – ela perguntou, irritada.Lucian ignorou a p
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Capítulo 25
Ivy entrou em seu quarto e fechou a porta atrás de si com um movimento rápido. Seu corpo parecia pesado, como se carregasse o peso de algo que não entendia.Ela se jogou na cama, os pensamentos girando sem controle.– O que foi isso? – murmurou para si mesma, as mãos cobrindo o rosto.Defendeu uma alcateia que, semanas atrás, ainda a tinha como prisioneira. Falou com tanta convicção sobre ser a Luna de um homem que desprezava. O peito dela apertava com as lembranças da sua explosão.Lentamente, Ivy se sentou e olhou para o vazio. A lembrança da conversa no carro com Lucian veio à tona, quando Lucian dissera que ao tocar no báu, Ivy não adquiriu apenas memórias que não eram delas, mas também fragmentos de outras pessoas.– Não foi apenas coragem minha. – Ivy murmura. – Ao tocar no baú, eu adquiri fragmentos... partes de algo maior. Fragmentos de outra pessoa.Ela estreitou os olhos, algumas peças encaixando em sua cabeça. Talvez o que Ivy fizera não fora algo totalmente seu, mas inf
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Capítulo 26
Capítulo 26Lucian cruzou os braços e permaneceu onde estava, observando Alaric com olhos penetrantes. Sua postura era rígida, o tom da voz tão frio quanto a tensão no ar. – Eu não vou negar que há motivos reais para eu ter permitido que você permanecesse na alcateia – começou Lucian, a voz firme e calculada. – Mas isso não te dá liberdade para ficar vagando pela casa, e muito menos rondando a Ivy.Alaric permaneceu em silêncio, seus olhos encontrando os de Lucian por um instante antes de desviar ligeiramente para Ivy. A surpresa de Lucian – e de Ivy – foi evidente quando, sem qualquer defesa ou resposta sarcástica, Alaric inclinou a cabeça levemente em sinal de respeito. – Com licença.Sua voz foi tranquila, quase como se ele tivesse esperado o confronto. Alaric virou-se e saiu da biblioteca em passos seguros e medidos, deixando para trás o cheiro leve de madeira queimada que parecia sempre acompanhá-lo. Quando Alaric fechou a porta atrás de si, o silêncio na biblioteca tornou-se
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Capítulo 27
O choque nos olhos de Ivy deu lugar a uma explosão de indignação.– Hoje à noite?! Como assim? Eu... eu nem sequer concordei com isso!Lucian deu um passo à frente, aproximando-se dela.– Não é sobre concordar ou não. É sobre o que deve ser feito. Já era esperado que acontecesse mais cedo ou mais tarde, e os anciãos decidiram que agora é o momento certo.Ela passou as mãos pelos cabelos, tentando conter a frustração que subia como uma onda.Ivy fechou os olhos por um instante, tentando conter o turbilhão de pensamentos que a consumia. "Eu não sou essa pessoa", pensou, a respiração acelerada. "Não sou alguém que simplesmente segue ordens sem questionar. Eles não entendem o que isso significa para mim... o que significa perder mais uma escolha."Mas, no fundo, uma voz traiçoeira sussurrava: e se isso for exatamente o que você nasceu para fazer?– Você não pode simplesmente decidir isso por mim, Lucian. Não pode jogar essa responsabilidade em cima de mim como se fosse um peso qualquer!
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Capítulo 28
Ivy congelou, sentindo a mente girar em confusão. O ar parecia mais denso, carregado com a intensidade das palavras de Alaric.Ele deu um passo à frente, e ela quase recuou, mas parou a si mesma, incapaz de mostrar fraqueza. – Minha... companheira? – repetiu ela, como se as palavras fossem fragmentos de um idioma estranho que precisasse decifrar. – Você tem ideia do que está dizendo? Alaric inclinou ligeiramente a cabeça, sua postura uma mistura de autoridade e vulnerabilidade. – Não estou aqui para pedir permissão, Ivy. Estou aqui para te mostrar a verdade que eles tentaram esconder.A revelação pendurou-se no ar, deixando Ivy congelada.Seus olhos buscaram os dele, tentando decifrar o que significavam aquelas palavras, mas Alaric parecia completamente sério, suas feições tensas e concentradas.Ela buscou alguma resposta, mas só conseguiu balbuciar uma pergunta que soava mais como um sussurro. – O que... você está dizendo? Como assim, sua companheira? – perguntou Ivy, a voz baixa
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Capítulo 30
Ivy encarou o rosto da mulher, que esperava sua resposta ansiosa.Com os corações aos pulos e temendo fraquejar e desistir de tudo em questões de instantes, Ivy proferiu:– Por favor, informe que eu já estou chegando.No mesmo instante, Alaric a encarou, havia decepção e fúria em seu olhar.– Você não pode fazer isso – disse Alaric, a voz carregada de urgência.Ivy cruzou os braços, tentando recuperar o controle da situação.– E por que não, Alaric? Por que não seria possível?Ele hesitou, como se cada palavra tivesse que atravessar uma barreira interna antes de ser pronunciada.– Porque se Lucian te marcar, você vai quebrar o equilíbrio. Você é minha, Ivy. Sempre foi.O silêncio que se seguiu foi cortante, preenchido apenas pela respiração ofegante de ambos. A luz pálida que atravessava as janelas lançava sombras delicadas no rosto de Alaric, que estava sério e intensamente focado nela. Ivy sabia que precisava se afastar, mas a raiva estampada nos olhos dele segurava seu corpo no lu
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