Todos os capítulos do O Direito de Nascer: A Herança da Máfia : Capítulo 101 - Capítulo 110
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CAPÍTULO 98 A CHAMADA
Maria A Chamada Os dias seguintes pareceram intermináveis. Cada momento era pesado, carregado de uma expectativa sombria que pairava no ar. O diagnóstico de Hilda havia alterado tudo. Era como se, de repente, o mundo que eu conhecia tivesse perdido um pouco de sua cor. A farmácia, o campo, até mesmo o som das risadas de Clara... tudo parecia ter um tom mais pálido. O peso da realidade estava sobre nós, e, embora tentássemos manter a rotina, cada gesto, cada palavra, era uma tentativa de escapar da verdade que estava se aproximando. Alfredo, como sempre, foi o mais sereno entre nós. Ele parecia estar em paz, mas eu sabia que o coração dele estava quebrado, da mesma forma que o meu. Ele havia feito o que era necessário. Entrou em contato com o médico, seguiu as recomendações, mas agora havia uma nova decisão a ser tomada. Ele sabia que não poderia mais carregar isso sozinho. Hilda precisava de Felipe. Eu sabia que a relação entre Alfredo e Felipe era forte, mas havia algo
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CAPÍTULO 99 O RETORNO
Felipe O Retorno de FelipeFelipe estava no meio de uma reunião tensa com Vicenzo quando o telefone começou a vibrar. Seu olhar se fixou no aparelho, sentindo um arrepio estranho percorrer sua espinha. Ele sabia da onde era essa ligação.O telefone tocou, e um arrepio percorreu minha espinha. Eu sabia, antes mesmo de olhar para o visor, quem estava ligando. O coração deu um salto no meu peito. Quando eu vi o número, minha garganta se apertou. A voz de meu avô nunca soava tão grave. Não era apenas o peso das palavras, mas o silêncio entre elas, o peso daquilo que ele estava prestes a dizer.— É meu avô! Murmurou, antes de atender.— Alô?— Felipe... é sua avó. Ela não está bem.A voz de Alfredo veio do outro lado da linha, mais pesada do que Felipe se lembrava.— Felipe... é sua avó. Ela não está bem.O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. O coração de Felipe acelerou, e ele apertou o telefone contra o ouvido.— O que está acontecendo, vô?Alfredo suspirou.— Ela está doente, f
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CAPÍTULO. 100 O CAMINHO DE VOLTA
Felipe O Caminho de VoltaO motor do carro ronronava suavemente enquanto seguíamos pela estrada. O céu, tingido por tons alaranjados do amanhecer, trazia consigo um misto de tranquilidade e inquietação. Minhas mãos apertavam o volante, mas minha mente estava longe dali.Hilda.Minha avó sempre foi a fortaleza da nossa família. Desde pequeno, eu a via como alguém inabalável, uma força da natureza. Agora, porém, eu estava a caminho da fazenda com um aperto no peito. O que me esperava lá? Como eu a encontraria? Será que ainda havia tempo para retribuir tudo o que ela fez por mim?Soltei um suspiro pesado, tentando afastar os pensamentos. Meus olhos se desviaram rapidamente para o banco do passageiro. Helena me observava, a expressão serena, mas o olhar atento.— Quer parar um pouco? Ela perguntou, sua voz suave preenchendo o silêncio do carro.Balancei a cabeça.— Não. Quero chegar o quanto antes.Ela assentiu, mas sua mão pousou sobre minha coxa, um gesto pequeno, mas reconfortante.N
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CAPÍTULO 101 ESTRADA PARA O PASSADO
Felipe Estrada para o PassadoO sol ainda não havia nascido completamente quando saímos da cidade. A estrada se estendia à nossa frente, longa e deserta, enquanto os faróis do carro cortavam a escuridão da madrugada. Eu dirigia em silêncio, sentindo o peso da viagem não apenas no corpo, mas na alma.No banco do passageiro, Helena observava a paisagem que começava a despertar sob a luz suave do amanhecer. No banco de trás, Antônio estava entre as cadeirinhas de Enzo e Valentina, os dois ainda sonolentos, mas animados com a aventura.No segundo carro, que nos seguia de perto, estavam Camila, sua irmã Valentina e Júlia. As três eram inseparáveis desde o resgate de Valentina e Júlia daquele maldito cativeiro. Júlia nunca encontrou o irmão, que se tornara um andarilho, e isso a consumia, mas Camila e sua irmã fizeram de tudo para que ela se sentisse parte da nossa família.A viagem era longa, e a cada quilômetro que passava, meus pensamentos se voltavam para Hilda. Minha avó sempre fora
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CAPÍTULO 102 AS TERRAS DO PASSADO 1
Felipe As Terras do PassadoQuando finalmente entramos na fazenda, com os carros passando pelos portões antigos e o campo se estendendo à nossa frente, o ar parecia mais leve. Eu respirei fundo, tentando acomodar todas as sensações que borbulhavam dentro de mim. A felicidade de estar em casa, com minha família, e ao mesmo tempo a saudade apertando no peito. Quando olhei para Helena ao meu lado, pude ver que ela também estava absorvendo tudo com um misto de gratidão e melancolia. Ela estava feliz, eu podia ver isso, mas ao mesmo tempo sentia que sua mente ainda estava em algum lugar, mexendo com as lembranças da vida que deixamos para trás.A sensação de liberdade, porém, era inegável. Aqui, nesta fazenda onde passei minha infância, as coisas eram mais simples, e mais importantes ainda, estavam distantes os horrores de uma vida marcada pela violência e pelas mentiras. Cada passo dado agora era uma chance de recomeçar. Ao meu lado, Helena olhava para os campos, seus olhos fixos na i
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CAPÍTULO 103 AS TERRAS DO PASSADO 2
Felipe As Terras do PassadoA estrada de terra se estendia diante de nós, serpenteando pelas colinas que cercam a Fazenda Santo Antônio. O sol da tarde tingia o céu de dourado, e o ar quente fazia a paisagem tremular no horizonte. Meu coração batia acelerado conforme nos aproximávamos, cada metro percorrido me trazendo memórias que eu havia guardado num canto escondido da mente.Segurando firme o volante, respirei fundo, sentindo a poeira fina se erguer ao redor do carro. Olhei pelo retrovisor e vi o segundo veículo logo atrás, conduzido por Camila. Lá dentro, sua irmã Valentina e Júlia estavam ansiosas para chegar.Helena percebeu minha tensão e tocou meu braço suavemente.— Está tudo bem?Tentei sorrir, mas o nó na garganta era difícil de ignorar.— Sim. Só... É estranho estar de volta depois de tanto tempo.Ela apertou minha mão.— Você não está sozinho, Felipe. Estamos aqui com você.Seus olhos refletiam uma compreensão silenciosa, e aquilo me deu forças.As crianças, por outr
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O PASSADO 104 DIANTE DE NÓS
Felipe O Passado Diante de Nós O vento quente da fazenda soprou contra meu rosto enquanto eu observava meus filhos correndo pela grama, rindo alto diante da imensidão ao redor. O som dos pássaros se misturava às suas gargalhadas infantis. E por um instante, senti meu coração se aquecer. Depois de tanto tempo longe, finalmente estava de volta! Mas essa sensação de pertencimento durou apenas até eu ouvir passos leves vindo da varanda da casa principal. Levantei o olhar, e então a vi. Uma menina de cabelos longos e olhos profundos nos observava com curiosidade. Pequena, delicada, mas com um olhar que parecia conter mais do que simples inocência. Ela não se aproximou de imediato, como se tentasse nos entender antes de dar qualquer passo. Meu coração acelerou. Eu conhecia aquele olhar! Foi então que senti Helena ao meu lado enrijecer. — Felipe…Sua voz saiu quase inaudível, um sussurro embargado. Me virei para ela e vi o sangue escoar de seu rosto. Seus olhos estavam a
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CAPÍTULO 105 O REENCONTRO QUE NINGUÉM ESPERAVA
O Reencontro que Ninguém EsperavaA casa da fazenda estava silenciosa, mas havia uma tensão palpável no ar. Meus olhos ainda estavam fixos em Helena, que estava agachada no chão, os braços envoltos em torno de Clara, como se a pequena fosse um sonho, algo que ela temia que pudesse desaparecer a qualquer momento. O rosto de Helena estava molhado pelas lágrimas, seus olhos tão incrivelmente preenchidos com uma emoção crua que eu quase não conseguia processar o que estava acontecendo diante de nós.A casa parecia um reflexo do caos interno que se desenrolava ali. O vento frio que soprava pela janela estava de alguma forma em sintonia com o turbilhão de sentimentos que se chocava dentro de todos nós. Eu via Maria, com o rosto tão suavemente marcado pela idade e pela dor do tempo, mas com um brilho inegável de esperança, como se o reencontro com Helena fosse algo impossível e agora diante de seus olhos, tinha se tornado realidade.O que havia acontecido, o que havia quebrado o mundo de
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CAPÍTULO 106 A VERDADE ESCONDIDA 1
Felipe A Verdade EscondidaO silêncio na sala era denso. A tensão que se formou entre nós, ao testemunharmos o reencontro de Helena e Clara, ainda pairava no ar como uma nuvem carregada. Mas agora, uma nova tempestade estava prestes a se formar.Helena, ainda com Clara nos braços, parecia um pouco mais tranquila. A emoção da descoberta, do reencontro, estava aos poucos se transformando em uma necessidade de entender, de fazer sentido de tudo o que havia acontecido. E isso, sem dúvida, envolvia as perguntas não feitas, os mistérios que pairavam em torno de Clara, da fuga de Maria, e de tudo o que Salvatore havia causado.Antônio se aproximou, como se sentisse o peso da história que precisava ser compartilhada. Ele olhou para Maria antes de dar um passo à frente, e sua expressão já dizia muito sobre o peso daquela conversa. Era uma história que ele temia contar, uma história que, até então, havia sido mantida em segredo, guardada nas sombras do passado. Agora, no entanto, não havi
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CAPÍTULO 107 A VERDADE ESCONDIDA
MariaAntônio e Maria trocaram olhares, e foi Maria quem respondeu, com a voz ainda carregada de emoção.— Quando Salvatore deu a ordem para matar Clara, eu sabia que não podia deixar isso acontecer. Eu… eu não tinha nada planejado, porém seu parto foi muito difícil e você perdeu a consciência e isso foi naquele momento uma provisão divina.–Eu sabia que você não ficaria longe da Clara pois era o fruto de seu amor por Felipe que estava desaparecido naquela época.–Então eu implorei a Antônio que não fizesse aqui e me ajudasse a fugir da ilha que nunca mais ele me veria–E graças a Deus Antônio me ouviu, me deu suas economias e me aconselhou a ir o mais longe possível com a criança para que Salvatore não me encontrasse.–Assim eu fiz, até que vim parar aqui na fazenda Santo Antônio e aqui não somente eu mais d.Hilda, Seu Alfredo e Luiz todos nós juntos criamos a Clara.–Mas, antes de tudo, eu precisei te proteger também, Salvatore tinha que acreditar que a criança estava morta Helena.
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