Ao sair do consultório da doutora Carla, senti uma leveza incomum, como se tivesse deixado parte dos meus pesadelos ali, naquele ambiente acolhedor. Respirei fundo, apreciando o frescor do ar do lado de fora. Estava pronta para voltar para casa, mas antes mesmo de dar o primeiro passo em direção ao carro, um homem trombou em mim.— Desculpe — ele disse, com um sorriso estranho no rosto.Dei um passo para trás, tentando recuperar o equilíbrio. Algo nele me incomodava. Talvez fosse o sorriso um pouco forçado, ou o fato de seus olhos parecerem vasculhar cada detalhe meu. Mesmo assim, mantive a compostura.— Não foi nada. Eu que não prestei atenção — respondi, tentando soar educada.Ele fez um aceno com a cabeça e seguiu seu caminho, mas não sem antes lançar um último olhar na minha direção. Um arrepio percorreu minha espinha. Fiquei parada por um momento, observando-o se afastar, antes de finalmente me recompor e caminhar em direção ao carro, onde Manolo já me aguardava.— Tudo bem, Jhul
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