Nicolas Santorini A sala de reuniões estava um caos. Pilhas de papéis se espalhavam pela mesa, cada um deles exigindo minha atenção imediata. As planilhas no projetor exibiam números que me deixavam com dor de cabeça. Contratos, acordos, fusões... Tudo parecia querer sugar minha energia. — Senhor Santorini, o próximo grupo já está esperando na sala ao lado. — Paula avisou ao entrar, com sua habitual postura impecável. — Certo, já estou indo. — Respondi, passando as mãos pelo rosto em um gesto de cansaço. A manhã foi um turbilhão de reuniões. Cada departamento tinha algo urgente, e eu precisava estar à frente de tudo. Essa era a responsabilidade de ser o CEO da Santorini Enterprises, além da rede de hotéis e resorts temos outros negócios e isso é uma loucura. Finalmente, quando o relógio bateu meio-dia, Paula entrou novamente, carregando uma bandeja com meu almoço. — Fiz questão de pedir do seu restaurante favorito, senhor. Achei que precisaria de um pouco de conforto hoje.
O dia tinha sido exaustivo. Depois de incontáveis reuniões, decisões estratégicas e números rodando em minha cabeça, tudo o que eu queria era chegar em casa e encontrar um pouco de paz. O motorista dirigia em silêncio, as luzes da cidade passando rápidas pela janela do carro enquanto eu massageava as têmporas, sentindo o peso das últimas horas sobre mim. No banco ao meu lado, descansava a pequena caixa que havia comprado na delicatessen. Quando o carro entrou pelos portões da mansão, um alívio percorreu meu corpo. Lar. Finalmente. A mansão estava silenciosa, o que não era incomum a essa hora, mas, ainda assim, sempre me surpreendia. Desci do carro, entreguei minha pasta a um dos funcionários e subi os degraus com calma, sentindo o cansaço pesar sobre meus ombros. Ao entrar, apenas o som distante de água em movimento quebrava o silêncio. Um sorriso involuntário surgiu em meu rosto. Eu sabia exatamente quem era. Segui o som e, ao chegar à área da piscina, parei por um momento,
Jhulietta Duarte O sol começava a se infiltrar pelas cortinas do quarto, lançando um brilho dourado sobre os lençóis. Eu me espreguicei, sentindo imediatamente um desconforto delicioso se espalhar pelo meu corpo. Ah, sim… Os eventos da noite passada ainda estavam muito vívidos na minha mente. De olhos ainda fechados, mordi o lábio, sentindo meu rosto esquentar ao me lembrar da forma intensa como Nicolas tinha me tocado. O jeito possessivo e, ao mesmo tempo, adorador que ele tinha ao me amar me deixava sem fôlego. Era como se ele tentasse me marcar a cada toque, cada beijo, cada sussurro rouco que escapava por seus lábios. Me virei devagar na cama e encontrei Nicolas dormindo profundamente ao meu lado. Seu peito subia e descia em um ritmo tranquilo, e seus traços estavam relaxados, sem a dureza e seriedade que carregava durante o dia. Ali, daquele jeito, ele parecia um garoto um garoto lindo e absurdamente sexy. Sorri e passei a ponta dos dedos por sua mandíbula forte, sentindo
Quando cheguei com os ingredientes, fui direto para a cozinha e comecei a ralar o milho. Dona Neuza insistiu em ajudar, mas neguei. — Jhulietta, eu sou paga para isso. — Ela me encarou. — Eu sei, dona Neuza, mas será que a senhora me deixa dividir a cozinha de vez em quando para agradar meus meninos? — perguntei, e ela revirou os olhos. — Claro que deixo. Você não precisa pedir, afinal, é a dona da casa. — Não sou. O dono da casa é o Nicolas. Ela me encarou com um olhar carregado de significado. — Nicolas com certeza se apaixonou por esse seu coração de ouro e sua simplicidade. Agradeci com um sorriso e continuei ralando o milho. Depois de terminar essa etapa, fiz os outros preparos. Estava colocando a massa na assadeira quando senti alguém me abraçar por trás, o que me fez dar um pequeno salto, assustada. — Bom dia, meu amor. E obrigado pelo gesto de carinho e cuidado. — Nicolas beijou meu pescoço e mordiscou minha orelha, me fazendo corar. — Para, Nicolas! Dona Neu
Passear no shopping com Nicolas e Ethan era sempre uma experiência interessante. Ethan estava radiante com a ideia de comprar suas coisas, enquanto Nicolas, como sempre, adorava exagerar.Assim que chegamos, fomos direto à loja de tecnologia. Ethan praticamente correu até a sessão de drones, pegou um modelo avançado e depois escolheu algumas peças para seu projeto de robótica. Eu o observava com um sorriso enquanto Nicolas analisava os produtos como se estivesse prestes a comprar a loja inteira.— Você quer mais alguma coisa, campeão? — Nicolas perguntou, pegando o carrinho de compras.— Já peguei tudo o que eu queria, papai. Obrigado!— Então agora é a vez da sua mãe. — Ele piscou para mim.— Nicolas, eu só preciso de algumas roupas.— Vamos ver. — Ele segurou minha mão e me puxou para uma loja feminina de grife.Fiquei ali por quase uma hora, experimentando vestidos, blusas e calças. Sempre que eu dizia que já era o suficiente, Nicolas apenas ria e pedia mais peças.— Nicolas, sério
Olívia Marques Meu rosto ainda ardia quando me afastei da maldita serviçal que teve a audácia de me bater. Meu sangue fervia de ódio.— Que absurdo! Como essa mulher ousa me bater de novo? — murmurei, esfregando o rosto onde a mão dela me acertou.— Ah, sei lá, talvez porque você mereceu? — Bruna comentou com um tom debochado, cruzando os braços enquanto me olhava com impaciência.Virei o rosto para encará-la, estreitando os olhos.— Como é que é?— Você ouviu bem, Olívia. Você foi cruel e pegou pesado com o menino. Eu sei que você odeia a Jhulietta por ela está com Nicolas, mas mexer com a criança foi demais.Bufei, jogando os cabelos para trás.— Eu apenas disse a verdade. Aquela borralheira está se achando demais só porque Nicolas resolveu brincar de casinha com ela. E você sempre com essa mania ridícula de passar pano para gentinha. Sério, Bruna, eu não sei como conseguimos ser amigas.— Talvez porque, no fundo, eu tenha esperança de que um dia você pare de ser tão insuportável.
Jhulietta DuarteO som do zíper da mochila ecoou pelo carro quando Ethan a fechou com um sorriso satisfeito. — Prontinho, mamãe! Tudo certo para a escola! — Está animado para o dia de hoje? — Sim! O professor disse que vão anunciar os projetos premiados. Mas, mesmo que eu não ganhe nada, já valeu a pena! — Tenho certeza de que o projeto de vocês está entre os melhores. — Você só fala isso porque é minha mãe! — Ele riu, travesso. — Eu falo isso porque é verdade! Ele revirou os olhos de brincadeira e abriu a porta do carro. — Tchau, mãe! Te amo! — Também te amo, meu amor! Boa aula! Esperei até que ele entrasse no colégio antes de seguir meu caminho. — Para onde agora, Jhulietta? Manolo perguntou e pedi que me levasse até a casa de Renata. Chegamos à casa de Renata, e ela já nos esperava na calçada, ajeitando a bolsa no ombro. — Oi, gente! — Oi, futura mamãe! — Brinquei, recebendo um olhar preguiçoso dela. Entramos no carro e seguimos para a clínica. — Obri
Subi as escadas com passos leves, ainda com um sorriso nos lábios depois da conversa animada na cozinha. A cena da Dona Bryana rindo ainda estava fresca na minha mente. Era raro vê-la demonstrar esse tipo de reação, e isso tornava o momento ainda mais especial.Mas meu sorriso se desfez aos poucos quando me aproximei do quarto de Ethan e ouvi sua voz baixinha. Ele estava falando, mas não parecia estar em uma ligação ou conversando com alguém presencialmente. Fiquei parada na porta entreaberta, sem coragem de interromper.— Mamãe, hoje foi um dia muito legal… Ganhei uma medalha na escola! Nosso projeto foi um dos melhores!Minha respiração ficou suspensa por um momento. Ele estava falando com o retrato da mãe. — Você ficaria orgulhosa de mim, né? — Ele perguntou, e o silêncio do quarto respondeu por ele. — Eu queria que estivesse aqui pra ver. Mas tudo bem…Encostei-me ao batente da porta e fechei os olhos por um instante. Ethan falava com tanta doçura, tanta sinceridade, que cada pal