Jhulietta Duarte O sol começava a se infiltrar pelas cortinas do quarto, lançando um brilho dourado sobre os lençóis. Eu me espreguicei, sentindo imediatamente um desconforto delicioso se espalhar pelo meu corpo. Ah, sim… Os eventos da noite passada ainda estavam muito vívidos na minha mente. De olhos ainda fechados, mordi o lábio, sentindo meu rosto esquentar ao me lembrar da forma intensa como Nicolas tinha me tocado. O jeito possessivo e, ao mesmo tempo, adorador que ele tinha ao me amar me deixava sem fôlego. Era como se ele tentasse me marcar a cada toque, cada beijo, cada sussurro rouco que escapava por seus lábios. Me virei devagar na cama e encontrei Nicolas dormindo profundamente ao meu lado. Seu peito subia e descia em um ritmo tranquilo, e seus traços estavam relaxados, sem a dureza e seriedade que carregava durante o dia. Ali, daquele jeito, ele parecia um garoto um garoto lindo e absurdamente sexy. Sorri e passei a ponta dos dedos por sua mandíbula forte, sentindo
Quando cheguei com os ingredientes, fui direto para a cozinha e comecei a ralar o milho. Dona Neuza insistiu em ajudar, mas neguei. — Jhulietta, eu sou paga para isso. — Ela me encarou. — Eu sei, dona Neuza, mas será que a senhora me deixa dividir a cozinha de vez em quando para agradar meus meninos? — perguntei, e ela revirou os olhos. — Claro que deixo. Você não precisa pedir, afinal, é a dona da casa. — Não sou. O dono da casa é o Nicolas. Ela me encarou com um olhar carregado de significado. — Nicolas com certeza se apaixonou por esse seu coração de ouro e sua simplicidade. Agradeci com um sorriso e continuei ralando o milho. Depois de terminar essa etapa, fiz os outros preparos. Estava colocando a massa na assadeira quando senti alguém me abraçar por trás, o que me fez dar um pequeno salto, assustada. — Bom dia, meu amor. E obrigado pelo gesto de carinho e cuidado. — Nicolas beijou meu pescoço e mordiscou minha orelha, me fazendo corar. — Para, Nicolas! Dona Neu
Passear no shopping com Nicolas e Ethan era sempre uma experiência interessante. Ethan estava radiante com a ideia de comprar suas coisas, enquanto Nicolas, como sempre, adorava exagerar.Assim que chegamos, fomos direto à loja de tecnologia. Ethan praticamente correu até a sessão de drones, pegou um modelo avançado e depois escolheu algumas peças para seu projeto de robótica. Eu o observava com um sorriso enquanto Nicolas analisava os produtos como se estivesse prestes a comprar a loja inteira.— Você quer mais alguma coisa, campeão? — Nicolas perguntou, pegando o carrinho de compras.— Já peguei tudo o que eu queria, papai. Obrigado!— Então agora é a vez da sua mãe. — Ele piscou para mim.— Nicolas, eu só preciso de algumas roupas.— Vamos ver. — Ele segurou minha mão e me puxou para uma loja feminina de grife.Fiquei ali por quase uma hora, experimentando vestidos, blusas e calças. Sempre que eu dizia que já era o suficiente, Nicolas apenas ria e pedia mais peças.— Nicolas, sério
Olívia Marques Meu rosto ainda ardia quando me afastei da maldita serviçal que teve a audácia de me bater. Meu sangue fervia de ódio.— Que absurdo! Como essa mulher ousa me bater de novo? — murmurei, esfregando o rosto onde a mão dela me acertou.— Ah, sei lá, talvez porque você mereceu? — Bruna comentou com um tom debochado, cruzando os braços enquanto me olhava com impaciência.Virei o rosto para encará-la, estreitando os olhos.— Como é que é?— Você ouviu bem, Olívia. Você foi cruel e pegou pesado com o menino. Eu sei que você odeia a Jhulietta por ela está com Nicolas, mas mexer com a criança foi demais.Bufei, jogando os cabelos para trás.— Eu apenas disse a verdade. Aquela borralheira está se achando demais só porque Nicolas resolveu brincar de casinha com ela. E você sempre com essa mania ridícula de passar pano para gentinha. Sério, Bruna, eu não sei como conseguimos ser amigas.— Talvez porque, no fundo, eu tenha esperança de que um dia você pare de ser tão insuportável.
Jhulietta DuarteO som do zíper da mochila ecoou pelo carro quando Ethan a fechou com um sorriso satisfeito. — Prontinho, mamãe! Tudo certo para a escola! — Está animado para o dia de hoje? — Sim! O professor disse que vão anunciar os projetos premiados. Mas, mesmo que eu não ganhe nada, já valeu a pena! — Tenho certeza de que o projeto de vocês está entre os melhores. — Você só fala isso porque é minha mãe! — Ele riu, travesso. — Eu falo isso porque é verdade! Ele revirou os olhos de brincadeira e abriu a porta do carro. — Tchau, mãe! Te amo! — Também te amo, meu amor! Boa aula! Esperei até que ele entrasse no colégio antes de seguir meu caminho. — Para onde agora, Jhulietta? Manolo perguntou e pedi que me levasse até a casa de Renata. Chegamos à casa de Renata, e ela já nos esperava na calçada, ajeitando a bolsa no ombro. — Oi, gente! — Oi, futura mamãe! — Brinquei, recebendo um olhar preguiçoso dela. Entramos no carro e seguimos para a clínica. — Obri
Subi as escadas com passos leves, ainda com um sorriso nos lábios depois da conversa animada na cozinha. A cena da Dona Bryana rindo ainda estava fresca na minha mente. Era raro vê-la demonstrar esse tipo de reação, e isso tornava o momento ainda mais especial.Mas meu sorriso se desfez aos poucos quando me aproximei do quarto de Ethan e ouvi sua voz baixinha. Ele estava falando, mas não parecia estar em uma ligação ou conversando com alguém presencialmente. Fiquei parada na porta entreaberta, sem coragem de interromper.— Mamãe, hoje foi um dia muito legal… Ganhei uma medalha na escola! Nosso projeto foi um dos melhores!Minha respiração ficou suspensa por um momento. Ele estava falando com o retrato da mãe. — Você ficaria orgulhosa de mim, né? — Ele perguntou, e o silêncio do quarto respondeu por ele. — Eu queria que estivesse aqui pra ver. Mas tudo bem…Encostei-me ao batente da porta e fechei os olhos por um instante. Ethan falava com tanta doçura, tanta sinceridade, que cada pal
O barulho de passos me fez sorrir antes mesmo de me virar para ver Nicolas entrando na sala. Ele tirou o paletó e afrouxou a gravata, parecendo mais relaxado do que de costume ao chegar em casa.— Chegou cedo hoje — comentei, fechando o livro que estava lendo no sofá.— Resolvi fugir um pouco do trabalho. Senti falta de vocês — ele disse, se aproximando e me dando um selinho rápido antes de olhar ao redor. — Onde está Ethan?— No quarto. Mas tenho certeza de que ele vai querer te contar uma coisa.Nicolas arqueou uma sobrancelha, curioso.— O que foi?— Por que não pergunta a ele?Ele sorriu, pegou a gravata que tinha jogado no sofá e a colocou sobre a poltrona antes de subir as escadas. Alguns segundos depois, ouvi a voz animada de Ethan ecoando pelo corredor.— Papai! Olha isso!Levantei-me e fui até a escada, onde vi Ethan pulando na frente de Nicolas, segurando uma medalha dourada.— Meu grupo ganhou uma medalha! Nosso projeto foi um dos melhores da escola!Os olhos de Nicolas bri
Diogo Lima O cheiro de cigarro barato impregnava o pequeno lugar enquanto eu observava pela janela a movimentação da rua. Coiote estava jogado no sofá velho, os pés sujos sobre o sofá encardido, tragando seu cigarro como se não tivesse um pingo de preocupação na vida. — Então, Lima — ele começou, com aquele tom irritante de quem já sabe a resposta. — Tu não disse que ia se aproximar da tua filha com facilidade? Revirei os olhos e cruzei os braços. — Já esbarrei com a garota, porra. Mas ela não me reconheceu. Coiote gargalhou alto, batendo na própria coxa. — Mas é claro que não, caralho! A última vez que a menina te viu, ela tinha o quê? Uns seis anos? Agora deve estar com uns vinte uns pouquinhos. Tu acha que ela ia olhar pra tua cara e falar "Papai, é você?" Vai se foder, Lima! Bufei, porque sabia que ele estava certo, mas não ia dar esse gostinho pra ele. — Eu vou usar outro jeito pra me aproximar dela. Mas tem que ser com cuidado, tem uns seguranças paisanos rondando