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Todos os capítulos do Nas garras do Don : Capítulo 71 - Capítulo 80
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Almas em ruínas
Narrado por Elion O local estava lotado de carros de luxo estacionados na frente, como se fosse uma reunião de alto nível. Grupos se dividiam e se espalhavam, cada um com o mesmo objetivo: encontrar Alora. A tensão no ar era palpável, e enquanto nos movíamos pelas celas, encontramos vários soldados e aliados presos. Alguns estavam ali há anos, outros, décadas. Aos poucos, eles foram sendo libertados um a um.— O que está acontecendo? — Ouvi Asael perguntar com a voz carregada de preocupação.Um dos prisioneiros, que acabara de ser libertado, respondeu com uma expressão tensa.— Está acontecendo um casamento. Pelo que ouvimos, os gritos que vêm de dentro… estão forçando uma menina chamada Alora a se casar com Samuel Brown.A raiva que se apossou de mim foi como uma lâmina afiada cortando meu peito. Um ódio avassalador me tomou de assalto. Ela é minha, e eu jamais permitiria que isso acontecesse. Não podia deixar Samuel levar a minha Alora.O instinto de proteger me impulsionou a ir o
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O grito de desespero
Narrado por Alora O caos se desenrolava diante de mim, mas meu corpo já não respondia. Tudo parecia distante, como se eu estivesse presa em uma bolha onde os sons eram abafados e as imagens, lentas. Meus olhos encontraram Elion, e por um instante senti algo que não experimentava há muito tempo: esperança. Mas essa sensação logo foi engolida pelo peso da exaustão.Ele estava ali. Finalmente. Mas eu… eu já não era mais eu. Minhas forças haviam se esvaído, minha alma estava quebrada, e a dor que carregava parecia um fardo impossível de deixar para trás. As lágrimas correram pelo meu rosto, mas até isso parecia inútil. Eu não tinha forças nem para chorar como deveria.Enquanto os tiros ecoavam, o caos se tornava ainda mais intenso. Uma mulher — uma das carrascas de Samuel — me arrastava como um pedaço de carne, insensível à violência que explodia ao nosso redor. Eu sentia o chão áspero sob meu corpo, mas minha mente estava anestesiada. Era como se a dor física fosse apenas um detalhe em
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O peso da vingança
Narrado por Elion O caos ao meu redor era um borrão, mas nada importava mais do que a visão de Havenna segurando Alora no chão. Meu coração, que já havia suportado tantas batalhas e perdas, parecia pronto para se despedaçar de vez. A expressão de desespero no rosto de Havenna era um reflexo do que eu sentia por dentro.Eu caminhei rápido, quase tropeçando nos destroços ao redor, mas meu olhar não desviava dela. De Alora. Minha Alora.Ajoelhei-me ao lado de Havenna, e por um instante tudo ao redor desapareceu: os tiros, os gritos, os corpos caídos. Era só eu, Alora, e o silêncio esmagador do medo de perdê-la. Toquei o rosto dela com as mãos trêmulas, sentindo a pele fria e marcada.— Alora, você vai ficar bem. — Minha voz saiu rouca, carregada de emoções que eu sempre tentei esconder.Havenna olhou para mim, com os olhos brilhando de lágrimas. — Elion, ela não responde… Ela…— Não diga isso! — interrompi, minha voz ganhando um tom quase de comando. Não podia aceitar. Não ia aceitar.A
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Beira do abismo
Narrado por ElionDois dos nossos homens entraram no salão, amarrando Samuel, que ainda tentava se soltar, lançando insultos e risadas nervosas, como se fosse imune à dor. O som da sua voz distorcida pelo medo e pela raiva foi como música para meus ouvidos. Ele estava começando a pagar pelo que fez, mas o que me consumia por dentro era a imagem de Alora, fragilizada e arrastada por aquele desgraçado.Enquanto Samuel era arrastado para fora, os homens começaram a chutar e a socar ele sem piedade, como se quisessem descontar nele todos os anos de dor e sofrimento que ele causou. Aquele homem tinha sido uma sombra sobre as nossas vidas, e agora ele estava prestes a pagar por cada ato de crueldade.— Esse é só o começo do seu inferno. — Minha voz era cortante, fria, sem um pingo de compaixão. Samuel olhou para mim, tentando me desafiar com os olhos, mas eu sabia que ele estava acabado.Sem perder mais tempo, corri de volta até onde Alora estava, sentindo meu coração acelerar a cada passo.
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Promessas inquebráveis
Narrado por George Eu esperei 18 anos para encontrar minha neta, meu último legado. Durante todo esse tempo, sobrevivi à tortura, ao isolamento e à fome, mas nada disso me preparou para vê-la desfalecida no chão, tão frágil e machucada. Seu corpo estava coberto de hematomas, e o sangue escorria de cortes profundos, mas, mesmo assim, havia algo nela que me lembrou Amália, minha filha. A mesma força, a mesma determinação. Era visível o quanto Alora lutou para sobreviver, sem jamais se dobrar à crueldade ao seu redor.Quando chegamos ao hospital da máfia, uma equipe médica a levou às pressas para dentro. Fiquei parado no corredor por um momento, tentando encontrar forças em mim para continuar de pé. Uma das médicas principais me reconheceu, e a surpresa em seu rosto era evidente.— George Blackwood? É você mesmo? — perguntou, quase sem acreditar.— Sim, sou eu. — respondi com dificuldade. — A vida não foi fácil até chegar aqui, mas agora estarei bem… se minha neta ficar bem.Os olhos da
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Além da escuridão
Narrado por Alora A escuridão ao meu redor era profunda, mas não assustadora. Era como se eu estivesse flutuando em um vazio sem fim, onde o tempo não tinha significado. Eu não sentia dor, não sentia medo. Apenas um cansaço, como se o peso de todas as minhas lutas finalmente tivesse me alcançado.De repente, uma luz fraca começou a se formar à distância, um brilho dourado que parecia pulsar como um coração batendo. Aproximei-me, ou talvez a luz estivesse vindo até mim. Era difícil dizer. Quando finalmente se tornou clara, percebi que não estava sozinha.Uma figura surgiu da luz. Seu rosto… era familiar, mas parecia pertencer a uma memória distante, como se eu já tivesse visto aqueles olhos calorosos em algum lugar, muito tempo atrás.— Alora. — A voz era gentil, quase um sussurro. — Você lutou tanto, minha querida.— Quem é você ? — perguntei, minha voz ecoando no vazio.— Sou alguém que te amou antes mesmo de você nascer, alguém que sempre esteve com você, mesmo quando você não sabi
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Entre lágrimas e esperança
Narrado por Elion As semanas passavam como um borrão, mas o tempo parecia congelado para mim. Alora ainda não havia mostrado nenhum sinal de que acordaria, e cada dia sem sua voz, sem o brilho de seus olhos, era uma tortura silenciosa. Todos os dias, eu ia ao hospital. E, todos os dias, George estava lá, inabalável, ao lado dela. A vida dele agora era vigiar e proteger Alora, como se temesse que, ao deixá-la por um momento sequer, ela pudesse desaparecer de vez.Enquanto isso, eu cuidava do que precisava ser feito. A máfia não parava, e meu foco era garantir que Samuel pagasse por cada atrocidade que cometeu. Todos os dias, alguém que sofreu em suas mãos tinha a oportunidade de torturá-lo, mas sob uma regra clara: ninguém podia matá-lo. Esse prazer era reservado para mim, para George e para Alora, quando ela estivesse pronta.Samuel estava sendo destruído lentamente, não apenas fisicamente, mas mentalmente. Ele sentia o peso de suas ações a cada segundo que passava, e isso era apenas
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Promessas no silêncio
Narrado por George Os dias no hospital pareciam se arrastar, cada minuto mais longo que o anterior. Sentado ao lado da cama de Alora, eu observava sua respiração lenta e ritmada. Era um som que deveria me trazer conforto, mas só fazia lembrar o quão perto ela esteve da morte. Meu coração doía ao ver minha neta tão vulnerável, mas ao mesmo tempo, era um lembrete de que ela ainda estava aqui, ainda lutando.Eu sabia que a luta dela não tinha acabado. Nem mesmo em um estado inconsciente Alora parecia descansar. Talvez fosse a marca do sangue que corria em suas veias, um legado de resiliência, de batalha, de sobrevivência. Ver as lágrimas escorrendo pelos seus olhos mesmo em coma me despedaçou de uma forma que anos de tortura física nunca conseguiram. Essas lágrimas silenciosas eram um grito que eu não podia decifrar, mas que me deixavam acordado durante a noite.A cada instante, eu me perguntava o que se passava na mente dela. O que ela estava enfrentando para que suas emoções transbord
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De volta para casa
Narrado por Alora Ainda perdida na escuridão dentro de mim mesma, eu tentava desesperadamente encontrar a luz que me levaria para casa. Era como caminhar em um labirinto sem fim, onde cada direção parecia errada e cada passo me afastava mais. Sentada no meio daquele vazio opressor, sentindo-me tão pequena, um toque repentino interrompeu minha solidão. Era um toque que eu conhecia muito bem, inconfundível. O calor de suas mãos aqueceu o frio ao meu redor, trazendo um conforto que parecia impossível naquele lugar. Meu coração disparou, e então sua voz, grave e cheia de emoção, ecoou ao longe, preenchendo a escuridão como um farol em uma tempestade. — Eu estou aqui, Elion! Eu estou aqui! — gritei desesperadamente, minha voz ecoando no vazio. — Eu quero voltar para casa, para você, para os seus braços! Minhas palavras se perdiam no silêncio sufocante, mas eu não conseguia parar. As lágrimas deslizavam por meu rosto, quentes e incessantes, um reflexo da batalha que eu travava dentr
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Luz na escuridão
Narrado por Alora Uma das enfermeiras se aproximou e começou a verificar os aparelhos, enquanto outra colocou a mão em meu ombro, falando com calma:— Alora, nós estamos aqui. Sei que é desconfortável, mas precisamos avaliar você antes de retirar os tubos. Respire fundo, por favor.Eu queria gritar que não conseguia, que o peso em meu peito era sufocante, mas ao olhar para Elion, que segurava minha mão como se aquilo fosse a única coisa que o mantivesse inteiro, tentei me acalmar.Os médicos entraram rapidamente no quarto, seguidos por uma enfermeira que parecia já saber exatamente o que fazer. Elion permaneceu ao meu lado, segurando minha mão com firmeza, como se tivesse medo de que eu fosse desaparecer novamente. Seus olhos estavam cheios de alívio, mas também de preocupação.— Alora, não se mova muito — disse o médico, com uma voz tranquila, mas firme. — Vamos remover os tubos com cuidado. Você esteve inconsciente por muito tempo, então seu corpo ainda está frágil.Assenti levemen
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