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Todos os capítulos do Nas garras do Don : Capítulo 61 - Capítulo 70
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Rumo ao passado
Narrado por Elion Eu nunca pensei que sentiria isso de novo. Achei que quando estava com Emalyn, eu era apaixonado por ela. Mas ouvir as palavras de “adeus” saindo da boca de Alora, tudo o que eu sabia sobre mim, sobre o que era ser fraco e vulnerável, desmoronou. Meu corpo grita por ela, como se o universo tivesse me dado uma segunda chance de amar, e eu estava prestes a deixá-la escapar de novo.“Adeus” ecoava em minha mente, uma sentença dolorosa que não queria aceitar. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, a chamada caiu. O som do silêncio depois disso me cortou mais do que qualquer palavra que ela pudesse ter dito.Asael dirigia o carro a uma velocidade absurda, o olhar fixo na estrada enquanto a tensão tomava conta de cada movimento. No banco de trás, Havenna estava imóvel, com o rosto pálido, assustada com o que poderia acontecer a qualquer momento. A preocupação com Alora estava estampada na expressão de todos. Sabíamos que não tínhamos muito tempo. E minha cabeça, me
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O último fôlego
Narrado por Alora Havia tantas coisas que eu queria dizer a Elion, mas meu coração estava despedaçado. A dor era insuportável, tão intensa que parecia roubar o ar dos meus pulmões. A verdade que eu tanto busquei veio fria, cruel, como uma lâmina afiada cortando tudo o que ainda restava de esperança dentro de mim. Eu realmente estava sozinha. Não havia mais uma família para chamar de minha.Cada passo que eu dava pelas ruas vazias parecia pesar toneladas. As luzes fracas dos postes lançavam sombras ao meu redor, mas o que mais me assombrava era o vazio dentro de mim. A sensação de estar perdida, abandonada, era avassaladora. Meu avô estava morto, minha mãe nunca teve a chance de me conhecer, e o resto da minha família foi apagado como uma chama ao vento.Foi quando percebi que um carro estava me seguindo. Meu corpo reagiu antes mesmo que minha mente processasse o que estava acontecendo. Meu coração acelerou, e minhas mãos tremiam enquanto eu segurava o telefone. Com um impulso irracio
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O jogo de predador
Narrado por Elion Havia tanta coisa que eu queria dizer a Alora, mas não houve tempo. O telefonema foi cortado antes que eu pudesse responder às palavras que soaram como uma despedida definitiva. Meu peito apertava de uma maneira que eu não sentia desde Emalyn, mas, diferente daquela dor antiga, essa era devastadora. Não era arrependimento ou culpa, era desespero.Alora me mudou, mesmo quando eu não percebi. A força dela, a determinação de não se curvar a ninguém, nem mesmo a mim, era o que a tornava única. E agora… ela estava em perigo, talvez pagando o preço por minha própria inação.“Finalmente te encontrei.” As palavras que ela repetiu antes de desaparecer ecoavam na minha mente, seguidas pelo silêncio que tomou conta da linha. Asael, sempre atento, acelerou ainda mais, enquanto Havenna se encolhia no banco de trás.Chegamos ao sítio de Victor. O lugar era rodeado por grandes portões, cercado de uma atmosfera que parecia ao mesmo tempo segura e sufocante. Apertamos a campainha, e
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Gritos na escuridão
Narrado por Alora Lutei contra as lágrimas, recusando-me a demonstrar fraqueza. Não era assim que terminaria. Não era assim que eles me derrotariam.Quando ele se afastou, deixando-me sozinha naquele lugar frio, comecei a puxar o ar com dificuldade, tentando reorganizar meus pensamentos. Eu precisava sair dali. Eu precisava lutar, mesmo que tudo parecesse perdido.Pensei em Elion. Pensei em sua voz, no jeito como ele me chamou de volta à vida tantas vezes sem nem perceber. Será que ele sabia o que havia acontecido comigo? Será que ele estava me procurando?O que quer que fosse, eu não podia depender apenas dele. Precisava sobreviver, precisava resistir. Porque, se havia algo que eu sabia sobre mim mesma, era que os Blackwood não se curvavam. E eu era a última de minha linhagem.Não importava o quanto eu estivesse quebrada, eu encontraria uma maneira de escapar. Se aquele homem achava que poderia me transformar em sua marionete, ele não fazia ideia de quem eu era.Algumas horas haviam
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Sussurros na sombra
Narrado pro George O cheiro de podridão era constante. Ele se infiltrava nos pulmões, impregnava a pele e envenenava a mente. As masmorras não eram apenas um lugar de confinamento; eram um cemitério para a alma. Anos, décadas talvez, haviam passado desde que puseram correntes em meus pulsos e me jogaram nesse buraco. George Blackwood, outrora o homem mais temido e respeitado, agora um prisioneiro esquecido nas sombras.Mas o que mais doía não era a dor física ou a fome que corroía meu corpo; era o silêncio. O silêncio da minha família, do meu legado. Eles mataram todos. Minha filha, o orgulho da minha vida, assassinada no dia em que deu à luz. Meu neto, Charlie, morto antes mesmo de ter a chance de viver. Cada Blackwood que ousava resistir foi caçado como um animal, e eu fui forçado a ouvir as histórias sangrentas através dos lábios cruéis de meus captores.Hoje, porém, o silêncio foi quebrado.— A garota Blackwood está em nossas mãos. — A voz do guarda era como ácido, queimando cada
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A procura
Narrado por Elion Depois que saímos do sítio de Victor, a única coisa que eu conseguia pensar era em encontrar Alora, a qualquer custo. A urgência em meu peito era insuportável. Eu queria invadir o lugar onde ela estivesse, destruir tudo e todos que se colocassem no caminho. Mas, antes que eu pudesse dar um passo, Asael e Havenna me impediram.— Do mesmo jeito que você quer encontrar Alora, eu também quero, Elion. Mas não podemos agir assim. Isso só colocaria ela em mais perigo. — Asael falou com firmeza, a preocupação estampada em seu rosto, mas também o peso da razão em suas palavras. — Precisamos de um plano minucioso. Não podemos ser impulsivos. Se realmente queremos resgatar Alora e destruir Samuel de uma vez por todas, precisamos agir com inteligência, não com raiva.Havenna, mais calma, mas igualmente determinada, acrescentou:— Nós entendemos sua frustração, Elion. A dor que você está sentindo é nossa também. Mas precisamos ser estratégicos. Não podemos ser imprudentes agora.
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Entre correntes
Narrado por AloraMinha tentativa de fuga teve consequências terríveis. Eles me jogaram em uma cela ainda menor, escura e com um cheiro insuportável de mofo e podridão. Minha perna foi presa a uma corrente tão apertada que a pele ao redor começou a rachar, deixando vergões profundos e dolorosos. O metal frio parecia cortar minha carne a cada movimento, tornando impossível encontrar qualquer posição confortável.O tempo parecia não existir ali dentro. A falta de luz tornava impossível saber se era dia ou noite. Os dias, ou talvez semanas, se arrastavam como um pesadelo interminável. Cada visita de meus captores era mais um golpe na minha sanidade. No início, eram apenas palavras para me quebrar, insultos que escavavam feridas emocionais. Depois vieram os tapas, os empurrões, as risadas cruéis enquanto jogavam comida estragada no chão imundo. Meu corpo, já cansado, começou a sucumbir. Os cortes e hematomas demoravam a cicatrizar, e cada nova agressão parecia mais difícil de suportar.O
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O preço da redenção
Narrado por Elion — Elion, estamos prontos. O plano está no lugar, os homens estão preparados. Só precisamos de sua palavra.Olhei para ele, percebendo o peso do que estava prestes a acontecer.— Quantas vidas vamos arriscar para tirá-la de lá? — Perguntei, minha voz mais baixa do que pretendia.— Não se trata apenas de Alora, e você sabe disso. — Asael cruzou os braços, apoiando-se na parede. — Samuel precisa cair. Se não por ela, então por todos que ele destruiu no caminho. Mas, sim, vamos arriscar tudo por ela. Porque sabemos que você faria o mesmo por qualquer um de nós.A sinceridade em suas palavras me atingiu como um golpe. Eu sempre me vi como alguém que jogava com as peças no tabuleiro, mas agora eu era apenas um homem tentando salvar a mulher que amava. Era simples e devastador ao mesmo tempo.Assenti, mais para mim mesmo do que para Asael.— Certo. Vamos terminar isso. Samuel não verá o amanhecer.Ao voltar para o salão principal, todos os olhares se voltaram para mim. Era
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O véu da enganação
Narrado por Alora As horas se arrastavam como se o tempo tivesse perdido qualquer sentido, e eu só conseguia ouvir o som abafado de passos pesados ecoando no corredor. O ar na cela estava impregnado com o cheiro de decadência, e eu mal conseguia distinguir o que era a realidade e o que era minha mente se quebrando lentamente. Até que as portas se abriram de repente, e ele estava ali. Samuel Brown.Ele entrou com um sorriso satisfeito, e quando me olhou, seus olhos brilhavam com um prazer perverso, como se finalmente tivesse alcançado algo que havia desejado por tanto tempo.— Parece que acabaram com você, princesa. — Ele disse, aproximando-se com passos largos e zombeteiros. — Do jeito que você está, nem dá vontade de te tocar. Mas não se preocupe, eu vou resolver isso. Aliás, não me deixe esquecer… hoje eu me casarei com Alora Blackwood. O que acha?Aquelas palavras, ditas com tanto desdém, caíram sobre mim como pedras. Eu tentei respirar, mas o medo me paralisava. Não, isso não pod
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Altar de dor
Narrado por Alora O show de horror continuava diante de meus olhos. Fui arrastada até uma sala iluminada, onde várias pessoas estavam ali, observando-me com curiosidade. Eu me sentia como um animal em uma vitrine, exposta, frágil, sem poder. Meu corpo estava dolorido, minha alma já havia sido partida, e ali estava eu, sendo forçada a enfrentar o maior pesadelo da minha vida.— Vamos começar. — A voz de Samuel ressoou fria e cruel. Ele estava ao meu lado, sorrindo de forma sádica. — Vamos lá, princesa. Dê um sorriso, e faça deste dia o mais feliz de todos. Hoje, você se tornará uma Brown.Eu queria gritar, lutar, me libertar, mas não conseguia. O ódio queimava em meu peito, e a dor me sufocava. Com o resto de força que ainda me restava, abri minha boca para desafiar, para mostrar a ele que não seria submissa.— Eu prefiro passar pelo fogo do inferno do que me tornar uma Brown. — As palavras saíram como um último grito de resistência, um grito que eu esperava que fosse ouvido, mesmo qu
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