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Todos os capítulos do A Alfa e seu Companheiro: Capítulo 61 - Capítulo 70
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Me Perdoe, Mas Eu Não Posso Te Perder
Aurora— Não vejo nada — Thales olhou na mesma direção, mas depois voltou pra mim.— Eu sei que está lá. — Dei um passo.— Não é uma boa ideia. — Thales segurou-me. — Vamos embora. — Thales me puxou para o carro.Entrei no veículo e Thales imediatamente o colocou em movimento, mas eu ainda tinha a atenção para aquela direção, só ajeitei a postura quando Thales saiu daquele lugar. Meu coração ficou inquieto. Não foi uma sensação falsa, nós sentimos o perigo. Talvez…Meu coração acelerou, a loba estava transbordando, ela queria sair. Segurei sua força, mas choraminguei de dor.— Aurora, ei, olha pra mim! — Thales parou o carro e me puxou.— Eu… a loba… — Mal consegui falar. Estava confusa.Respirei fundo e me concentrei apenas nele.“Deixe-me sair. Eu preciso ver.”— Não! “Nós estamos em perigo!” Concentrei-me e aos poucos meu corpo foi se acalmando. O ressentimento tomou conta do meu coração, ela estava com raiva e esse sentimento transbordava em mim, mas eu precisava pensar antes de
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Tempestade
Depois de colocar Thales na minha cama e deixá-lo aquecido, voltei para sala e liguei para Rubens, foi sorte ele estar na delegacia.— Rubens falando. — Rubens atendeu despreocupadamente.— Venha pra minha casa, por favor.— Aurora? O que aconteceu?— Não dá pra explicar agora. Venha até minha casa e não deixe que Thales saia.— O que está acontecendo?— Venha rápido, ele não pode ficar desprotegido. Desliguei antes que me fizesse mais perguntas, eu não tinha tempo a perder. Saí de casa e me transformei na mata deixando partes das minhas roupas rasgadas para trás. Minha transformação foi rápida, eu ignorei a dor e me concentrei naquele cheiro enjoativo misturado ao cheiro da minha mãe.Não foi difícil achar a direção, minhas patas afundavam na neve a cada passada veloz daquela corrida. A mata escura não era problema e o silêncio só era quebrado pelos meus rosnados. Eu sentia uma imensa fúria, mas também muito medo por minha mãe, eu precisava proteger minha família a todo custo.O che
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Escuro
ThalesA claridade incomodou assim que abri os olhos. Aos poucos a foi diminuindo o embaçado até que eu visse melhor. Tinham tubos na minha boca, coisas grudadas em mim. Aurora… o que aconteceu? Sons de bibs soaram ao lado, tudo estava confuso, minha visão estava embaçando de novo, eu queria respirar… — Fique calmo. Alguém disse ao meu lado, mas não conseguia. Eu tentava lembrar do que tinha acontecido, mas estava tudo em branco.Engasguei, sufocando com aqueles tubos em minha boca, mas depois meu corpo foi relaxando, até escurecer novamente.….Tinha sede, muita sede. Aos poucos fui sentindo meu corpo dolorido, mesmo que estivesse deitado em algo macio. A claridade me incomodou, mas a sede era pior.— Graças a Deus! Hana apareceu na minha frente, ela sorriu e estava emocionada.— Água… — forcei-me a dizer.Hana saiu e voltou com um copo, ela molhou meus lábios com um algodão, não era o suficiente, mas aliviou a secura na boca.— Chamei o médico. Agora vou ligar para Rubens. — O
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Uma Calma Estranha
ThalesO quarto a meia luz era o mesmo, eu ainda estava no hospital, mas já era noite. Aos poucos as peças foram se encaixando na minha cabeça, mas ainda faltavam partes importantes. Rubens estava dormindo desajeitadamente em uma poltrona muito menor que ele. Por que simplesmente não arrumou uma cama?— Rubens. — Minha voz saiu rouca e baixa, mas ele acordou e levantou rapidamente.— Thales, finalmente! — Ele me abraçou e depois ficou em pé, ao lado da cama. — Achei que nunca mais ia acordar. — Eu acordei nessa manhã, Rubens. Não seja exagerado.— Essa manhã?— Sim, eu acho que caí.— Isso aconteceu há dias. Quase fiquei louco quando cheguei aqui e fui informado. Você mordeu o enfermeiro.— O que? — Franzi o cenho. — Por que eu faria isso? — Ah, bem, agora você está bem. — Rubens desviou o olhar com uma expressão estranha. — Depois que você saiu do coma, dormiu por mais cinco dias. Quase que precisamos tomar medidas drásticas.— Cinco dias? Quer dizer que estou há quinze dias aqui?
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Os Primeiros Sinais
Thales“Ela estava farejando. Olhei com animação para a loba de pêlos levemente vermelhos à frente. Eu estava longe o bastante para que ela não sentisse o meu cheiro, além disso, estar contra o vento era uma boa estratégia para se esconder.Eu a desafiei e até então estava ganhando.Ela será nossa futura alfa, mas desde sempre soube que era minha. Minha outra metade da alma, eu nasci para ser dela e ela para ser minha. Ainda não era nossa hora de acasalamento, as fêmeas só se vincularam com um macho no primeiro cio e, é ela quem dita as regras nesse momento, é ela também que induz o primeiro cio do macho. Mas ainda éramos muito jovens para isso acontecer.Me escondi novamente atrás das grandes pedras, ela tinha olhado para essa direção, mas acho que não me viu. Estava eufórico, excitado pelo jogo. Quem perdesse teria que caçar uma presa para presentear o ganhador, esse era o prêmio. Eu queria que ela ganhasse, mas também não podia simplesmente entregar tão fácil assim.Olhei novamen
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Sufocante
Aurora“Não…Thales…O tempo correu lentamente enquanto ia até ele. Os tiros passavam por mim, eu não podia perdê-lo. Por que você veio? Eu não posso te perder. Eu o abracei, sentindo seu corpo menor, mas não foi o suficiente. A bala atravessou seu peito. Não… Thales… Por que você veio? Por quê?Seu coração estava parando de bater, lentamente estava o perdendo. Lentamente… Não…— NÃO!!!!”…— Não! Thales! — Sentei rapidamente após acordar daquele pesadelo. Puxei a respiração, estava ofegante.A mesma lembrança de novo…Desde que cheguei nesse lugar, essa lembrança insiste em me atormentar para que não me esqueça do que aconteceu, para que eu não me esqueça dele. Depois que seu coração parou, quase enlouqueci, mas a razão veio como uma pequena fresta aberta. Eu corri com ele nos braços e busquei um lugar seguro, não foi difícil, já tinha explorado muito aquela região. Os instintos falaram mais alto, a magia que flui foi imensa, como se estivesse flutuando sobre uma ventania.
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Eu Poderia Suportar Mais.
AuroraQuando chegamos a sala de “tortura”, ela me colocou em uma grande cadeira de metal, fui presa com as barras de ferro nos pulsos e tornozelos. Na cabeça, uma tira de couro me deixava imovel. Havia uma parte envidraçada na frente onde um homem estava desacordado enquanto um assistente de Carmem injetava algo em sua veia. O assistente saiu da sala e as portas travaram. — Hoje usei uma variante diferente, mas agressiva. — Carmem pegou uma prancheta de uma de suas assistentes e olhou brevemente. — Consegui isolar um componente do seu sangue, mas ainda não se mostrou eficaz.Desviei a atenção dela para o homem que começou a se contorcer. Seu corpo se debateu por algum tempo e ele cresceu um pouco, as características apareceram aos poucos, sua pele suada adquiriu pelos escuros, os dentes e as garras cresceram. Ele se levantou e se jogou contra o vidro como uma fera faminta. O vidro era resistente, mas ele não parecia ter nenhuma racionalidade, mesmo assim, Carmem observava atentamen
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O Preço Pela Vida
Thales“A floresta estava fria, havia uma neblina que não me deixava ver mais longe, meus pés descalços afundavam na neve misturada com folhas úmidas, aquele frio não me incomodava, nem mesmo o vento que batia em meu corpo nu.Não havia uma direção definida, não tinha trilha, mas meu peito estava cheio de uma estranha ansiedade, meu corpo parecia saber o caminho pois mesmo por dentro da mata fechada, algo me puxava para uma determinada direção.Após uma longa caminhada, vi o lobo. Ele estava sentado na borda da floresta, de costa para mim. Sua atenção estava à frente. Caminhei sem receios, o lobo negro me olhou com seus olhos dourados e depois voltou sua atenção para frente.Ao parar ao seu lado, entendi porque ele estava tão concentrado. Havia um acampamento em ruínas. Senti sua dor, olhando melhor para ele, seus olhos estavam tristes. O acampamento estava destruído, parecia que o fogo tinha consumido quase tudo.Esse era nosso lar, Thales.A voz forte e animalesca ecoou em minha me
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Eu Faço Parte De Você
ThalesDepois de um rápido banho, vesti um conjunto de calça e camisa. O tecido de algodão azul era leve e confortável, quase suspirei de alívio por ter tomado um banho e vestido roupas limpas. Calcei as sandálias simples e esperei ser algemado de novo. O homem foi até um canto e trouxe outras algemas, dessa vez, ele passou uma coleira de ferro no meu pescoço e nas mãos, algemas grossas ligadas por uma corrente maior.Fui puxado novamente e guiado por aquele longo corredor. Olhei com atenção, tinham câmeras e algumas portas, talvez tivesse muitas pessoas presas ali, não me interessava na verdade, mas eu precisava decorar certas coisas para quando fosse escapar.Nós entramos em um elevador e percebi que estávamos abaixo do nível da superfície. Seria mais trabalhoso assim, mas não impossível. Quando as portas se abriram de novo, vi ela. Senti alegria e aquela agitação. Eu queria abraçá-la, beijá-la. Minha ansiedade era grande a ponto de me desnortear. Depois de tanto tempo sem vê-la, e
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Só Eu Posso Fazer Isso
AuroraEstava ansiosa. Thales estava passando por tudo sozinho em lugar desses, não devia ser assim. O processo dele é diferente do meu, é mais rápido, porém, tão agressivo quanto. Não seria sempre assim, acontece que tem um peso por ser meu companheiro. E, eu simplesmente sei, assim como muitas outras coisas que a loba me deu como conhecimento.Durante aquele breve encontro, não foi possível conversar, muito menos abraçá-lo e minha saudade é imensa, mas fiquei feliz mesmo assim. Ele mudou bastante, sua personalidade acentuou-se e ele continua sendo um macho atrevido, isso é perigoso.O lobo é forte e precisa de energia, mas Thales está fraco, ele precisa mais que alimento, precisa ser exposto à lua, diferente de mim que fui preparada aos poucos ao longo dos anos, ele tem alguns dias. Isso o fará sentir mais dor e ele pode perder o controle assim como aconteceu comigo. O lobo é exigente, impaciente e vai forçá-lo a todo custo.Ele está na superfície, eu o chamei e seus olhos mudaram
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