(Esmen)Apertei os olhos, incapaz de acreditar que estava sendo dispensada. Por um lado, estava aliviada, por outro, incomodada."Quão estranho seria, o marido, mesmo odiando a mulher, tê-la apenas para si, sem pensar em se aproveitar?"Aquela dúvida parecia uma pulga atrás da orelha, de tão insistente.— Concordar com? — Me vi errando. Com certeza, ele sentiu que eu o estava irritando de propósito.— Você! Não atrapalha o meu sono ou a minha passagem aqui dentro, e eu não sou obrigado a topar com você em outro lugar a não ser nesse cômodo e dividindo as coisas que aqui estão. Certo?Ele parecia tão resiliente. Eu deveria me sentir lisonjeada por sua falta de malícia e desejo?Mas por que parecia que faltava algo? Uma emoção, aventura, adrenalina, um pouco de medo e desconforto?Estava vivendo há tanto tempo em alerta por ele, que agora, sem aquele sentimento, me sentia desestabilizada.— Mas e a cama? — pareci procurar um defeito.— Dividimos, assim como o guarda-roupas. O resto não
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