KevinNão consigo mais encarar a irmã da Hanna.— Com licença.Saio do quarto, desnorteado. O mundo ao meu redor parece girar, mas não consigo focar em nada. Vou até o terraço, e ali, no meio do vazio, grito. Grito tão alto que minha garganta dói, um som primitivo que ecoa na madrugada. Caio de joelhos e deixo as lágrimas caírem. Choro por mim, por ela, por tudo que perdemos. Eu a julguei tanto. Passei noites ensaiando como confrontá-la, como humilhá-la, e agora descubro que ela foi apenas mais uma vítima do meu pai.Quando a dor se aquieta, como uma tempestade que vai perdendo força, me levanto, exausto. Vou até a lanchonete mais próxima, compro dois cafés e uma água. Volto para o quarto, onde Hanna está deitada. Sua irmã me olha surpresa, mas não diz nada. Seus olhos, ainda que silenciosos, parecem questionar minhas intenções.— Trouxe café — digo, hesitante. — Não sabia como você gosta, então trouxe açúcar também.Antes que ela pudesse responder, o celular dela começa a tocar. Ela
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