84. O solar
Gabrielle Assim que cruzamos a porta da sala subterrânea, ele arregalou os olhos, incrédulo. A limpeza do ambiente, contrastando com o branco imaculado das paredes e do chão de granito natural, transmitia uma sensação de frieza que eu apreciava. Embora, geralmente, eu evitasse tons brancos — pois me lembravam hospitais e doença —, ali essa escolha me trazia segurança. Saber que as paredes poderiam ser pintadas como eu quisesse, se necessário, também me dava uma certa tranquilidade. No centro do espaço, entre os oito pilares estruturais do solar, estava uma imensa mesa de vidro blindado, quadrada, com 2x2 metros de extensão. Era grande o suficiente para eu me divertir à vontade, como se estivesse organizando uma festa particular. À frente da entrada, dispostas ordenadamente na parede, estavam minhas ferramentas. A diversidade de instrumentos me dava uma infinidade de possibilidades: vidro, ferro, madeira — qualquer material que eu desejasse experimentar, ali encontraria
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