36. Um desejo ardente
Gabrielle Murilo era um acessório importante, que me permitiria alcançar meu objetivo com maior facilidade. Mas, em momentos como aquele, eu me perguntava se era justo vê-lo apenas como uma peça no meu tabuleiro. Por mais que não conseguisse amar como ele merecia, havia algo em seu abraço que me fazia desejar, pelo menos por alguns instantes, que eu pudesse ser diferente. Que talvez, se eu me esforçasse, Murilo pudesse ser mais do que uma ferramenta, e sim alguém em quem eu pudesse confiar de verdade. Eu não poderia perdê-lo tão facilmente, apenas porque Jullian não o queria por perto. Estar com ele não exigia nenhum esforço. Apenas deixei meus instintos tomarem conta por alguns minutos, afinal, eu estava tão cansada de me conter, exausta de ter que calcular todas as minhas expressões e reações, e estar ali com Murilo não me exigia nada disso. Pela primeira vez, depois de anos de contato físico, me permiti tê-lo por mais do que poucos minutos. Não o afastei, como costu
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