O tempo, novamente, se arrastava.Mas diferente de antes, agora ele carregava propósito. Cada dia era uma nova chance de vê-la crescer. Cada gesto dela, cada risada infantil, cada choro, cada passo vacilante no quintal da casa… tudo me fazia lembrar de que ela estava ali. Viva. A infância dela passou como um sopro quente de verão. Às vezes, quando a brisa balançava seus cabelos, era como se Ayla me olhasse. Como se a alma antiga dentro daquele corpo frágil reconhecesse a minha presença. E por um segundo, por um mísero segundo, eu sentia o elo vibrar entre nós.A avó dela também sabia.Estava velha, muito velha… mas seus olhos, fundos e sábios, ainda carregavam o brilho de quem reconhecia os mistérios do universo. Às vezes, me fitava da varanda, como se pudesse me ver mesmo quando eu estava invisível aos olhos humanos. Ela sentia. Sempre sentiu.E então, antes de partir, ela me chamou.Naquela noite, os ventos mudaram. As árvores se curvaram. As estrelas pareciam mais próximas da Terr
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