HENRIQUENos dias seguintes, tudo parecia um borrão. O silêncio da casa era opressor. O vazio deixado por Clara e Sofia me sufocava. Eu me levantei cedo todas as manhãs, tentando fazer algo produtivo, mas sempre me via andando de um lado para o outro, sem direção. Sem elas, nada fazia sentido.O submundo, que uma vez havia preenchido minha vida de adrenalina e propósito, agora parecia mais uma maldição do que nunca. Eu estava livre, finalmente livre. Mas a que custo? Eu havia matado, manipulado, traído, tudo para proteger Clara e Sofia, e agora, estava sozinho.O telefone estava sempre ao meu lado, mas não havia nenhuma mensagem de Clara. Eu sabia que ela precisava de tempo, e tentava me convencer de que o tempo era tudo o que ela precisava para perceber que eu tinha mudado. Mas será que ela voltaria?O medo de perdê-la de vez era insuportável.Tito havia me ligado algumas vezes, apenas para “checar” como eu estava, mas a verdade é que eu sabia o que ele queria. O submundo não deixava
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